Escolher bem ou mal: um teste crítico do Iowa Gambling Task
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/23131 |
Resumo: | Os seres humanos estão constantemente a fazer escolhas, por isso compreender as escolhas é essencial para compreender o próprio comportamento. A utilização do Iowa Gambling Task (IGT) em populações clínicas pressupõe que o desempenho de sujeitos saudáveis é bem compreendido. Contudo, este não parece ser o caso dado que participantes saudáveis parecem minimizar a frequência de perdas em vez de maximizar os ganhos a longo prazo. Este facto por si só pode colocar em causa o edifício teórico do IGT e questionar seriamente a sua utilização em populações clínicas. Este estudo procura contribuir para a clarificação do desempenho dos sujeitos saudáveis no IGT recorrendo a uma versão simplificada com apenas dois baralhos, um favorável e outro desfavorável. Um grupo de participantes saudáveis (n = 24) foi exposto a uma versão simplificada do IGT com uma linha de base positiva (LB+) em que todas as cartas permitiam ganhos e algumas estavam também associadas a perdas. Um outro grupo de participantes saudáveis (n = 24) foi exposto a uma versão com uma linha de base negativa (LB-) em que todas as cartas levavam a perdas e algumas estavam também associadas a ganhos. Cada participante completou seis jogos, três em que o diferencial a longo prazo entre baralhos era elevado e outros três em que era baixo. Dentro de cada diferencial, o que variava entre jogos era a probabilidade de perdas (grupo LB+) ou a probabilidade de ganhos (LB-). Embora em média os participantes preferissem os baralhos favoráveis, no grupo LB+, as preferências foram determinadas pela minimização da frequência de perdas enquanto, no grupo LB-, as preferências foram determinadas pela maximização da frequência de ganhos. O diferencial entre baralhos não teve qualquer influência nas preferências em qualquer dos grupos. No seu conjunto, estes resultados questionam um dos pressupostos fundamentais do IGT. Não é a maximização de ganhos a longo prazo que guia a preferência, mas sim a frequência de perdas e ganhos. |
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Escolher bem ou mal: um teste crítico do Iowa Gambling TaskPsicologia da saúdeComportamento humanoEscolha (Psicologia)Tomada de decisãoPsicologia do comportamentoOs seres humanos estão constantemente a fazer escolhas, por isso compreender as escolhas é essencial para compreender o próprio comportamento. A utilização do Iowa Gambling Task (IGT) em populações clínicas pressupõe que o desempenho de sujeitos saudáveis é bem compreendido. Contudo, este não parece ser o caso dado que participantes saudáveis parecem minimizar a frequência de perdas em vez de maximizar os ganhos a longo prazo. Este facto por si só pode colocar em causa o edifício teórico do IGT e questionar seriamente a sua utilização em populações clínicas. Este estudo procura contribuir para a clarificação do desempenho dos sujeitos saudáveis no IGT recorrendo a uma versão simplificada com apenas dois baralhos, um favorável e outro desfavorável. Um grupo de participantes saudáveis (n = 24) foi exposto a uma versão simplificada do IGT com uma linha de base positiva (LB+) em que todas as cartas permitiam ganhos e algumas estavam também associadas a perdas. Um outro grupo de participantes saudáveis (n = 24) foi exposto a uma versão com uma linha de base negativa (LB-) em que todas as cartas levavam a perdas e algumas estavam também associadas a ganhos. Cada participante completou seis jogos, três em que o diferencial a longo prazo entre baralhos era elevado e outros três em que era baixo. Dentro de cada diferencial, o que variava entre jogos era a probabilidade de perdas (grupo LB+) ou a probabilidade de ganhos (LB-). Embora em média os participantes preferissem os baralhos favoráveis, no grupo LB+, as preferências foram determinadas pela minimização da frequência de perdas enquanto, no grupo LB-, as preferências foram determinadas pela maximização da frequência de ganhos. O diferencial entre baralhos não teve qualquer influência nas preferências em qualquer dos grupos. No seu conjunto, estes resultados questionam um dos pressupostos fundamentais do IGT. Não é a maximização de ganhos a longo prazo que guia a preferência, mas sim a frequência de perdas e ganhos.Humans are constantly making choices, hence understanding choices is essential to understanding one's behavior. The use of the Iowa Gambling Task (IGT) in clinical populations assumes that the performance of healthy subjects is well understood. However, this does not appear to be the case given that healthy participants seem to minimize the frequency of losses rather than maximizing long-term gains. This in itself weakens the theoretical building of the IGT and seriously questions its use in clinical populations. This study aims to contribute to the clarification of performance of healthy subjects in the IGT using a simplified version with only two decks, one advantageous and one disadvantageous. A healthy group of participants (n = 24) was exposed to a simplified version of IGT with a positive baseline (LB+) in which all cards allowed gains and some were also associated with losses. Another group of healthy participants (n = 24) was exposed to a negative baseline (LB-) version in which all cards led to losses and some were also associated with gains. Each participant completed six games, three with large long-term differences between decks and another three with lower differences. Within each difference level, the games differed in the probability of losses (group LB+) or the probability of gains (LB-). Although, on average, participants preferred the advantageous decks, in the LB+ group, preferences were determined by the minimization of the frequency of losses while, in the LB- group, preferences were determined by the maximization of the frequency of gains. The difference level between decks had no influence on preference in either group. Taken together, these results challenge one of the key assumptions of the IGT. It is not the long-term gain maximization that guides the preference, but the frequency of losses and gains.Universidade de Aveiro2018-05-15T10:03:50Z2017-01-01T00:00:00Z2017info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/23131TID:201941678porGodinho, Maria João de Pinhoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:45:06Zoai:ria.ua.pt:10773/23131Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:57:01.449952Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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