O papel do rendimento básico incondicional no contexto português
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.22/17639 |
Resumo: | Atualmente, a nível global, cada vez mais assistimos a uma descrença constante no Estado e nos serviços públicos prestados. Aliada a esta descrença vemos um aumento constante do desemprego, um crescimento acelerado da população, e ao mesmo ritmo, um progresso veloz da tecnologia. Toda esta conjuntura resulta numa inexistência de postos de trabalho para toda a população (Engström, 2016). Como tal, e sendo papel do Estado Social acolher aqueles que necessitam de um rendimento ao fim do mês, mas que não o podem obter, surge o conceito do Rendimento Básico Incondicional. O RBI é atribuído mensalmente a toda a população, sem qualquer contrapartida, para que possam viver uma vida segura e estável. “Universal basic income (UBI) is a radical policy proposal of a monthly cash grant given to all members of a community without means test, regardless of personal desert, with no strings attached and, under most proposals, at a sufficiently high level to enable a life free from economic insecurity.”(Bidadanure, 2019, pp. 482). É um rendimento que, ao contrário dos atuais, não visa a assistência daquele que tem mais necessidade, mas sim de toda a população (Merrill, Bizarro, Marcelo, & Pinto, 2018). Existem, porém, várias questões a analisar em relação ao RBI, como por exemplo, a estabilidade económica do país, a tendência de consumo dos cidadãos, o intervencionismo do Estado, a capacidade financeira estatal de suportar tal despesa, as implicações para a segurança social e a perceção social e filosófica da fonte de obtenção de rendimentos, ou seja, o conceito de obter um rendimento sem esforço. Como tal, através da análise da literatura publicada sobre tema e dados estatísticos selecionados, o objetivo passa por perceber se Portugal tem as condições necessárias para implementar o RBI, analisando todos os tópicos de interesse público que possam ser afetados pelo mesmo, bem como algumas questões filosóficas que se levantam. Portugal ainda tem um longo caminho a percorrer até à implementação do RBI, porém desde a integração na comunidade europeia e da crescente modernização do serviço público, e em particular do Sistema de Segurança Social Português, o RBI tem estado na vanguarda dos estudos académicos e no constante escrutínio público, abrindo caminho para uma adaptação deste rendimento ao atual contexto português. |
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O papel do rendimento básico incondicional no contexto portuguêsRendimento básico incondicionalEstado providênciaSegurança SocialUnconditional basic incomeWelfare StateSocial SecurityGestãoAtualmente, a nível global, cada vez mais assistimos a uma descrença constante no Estado e nos serviços públicos prestados. Aliada a esta descrença vemos um aumento constante do desemprego, um crescimento acelerado da população, e ao mesmo ritmo, um progresso veloz da tecnologia. Toda esta conjuntura resulta numa inexistência de postos de trabalho para toda a população (Engström, 2016). Como tal, e sendo papel do Estado Social acolher aqueles que necessitam de um rendimento ao fim do mês, mas que não o podem obter, surge o conceito do Rendimento Básico Incondicional. O RBI é atribuído mensalmente a toda a população, sem qualquer contrapartida, para que possam viver uma vida segura e estável. “Universal basic income (UBI) is a radical policy proposal of a monthly cash grant given to all members of a community without means test, regardless of personal desert, with no strings attached and, under most proposals, at a sufficiently high level to enable a life free from economic insecurity.”(Bidadanure, 2019, pp. 482). É um rendimento que, ao contrário dos atuais, não visa a assistência daquele que tem mais necessidade, mas sim de toda a população (Merrill, Bizarro, Marcelo, & Pinto, 2018). Existem, porém, várias questões a analisar em relação ao RBI, como por exemplo, a estabilidade económica do país, a tendência de consumo dos cidadãos, o intervencionismo do Estado, a capacidade financeira estatal de suportar tal despesa, as implicações para a segurança social e a perceção social e filosófica da fonte de obtenção de rendimentos, ou seja, o conceito de obter um rendimento sem esforço. Como tal, através da análise da literatura publicada sobre tema e dados estatísticos selecionados, o objetivo passa por perceber se Portugal tem as condições necessárias para implementar o RBI, analisando todos os tópicos de interesse público que possam ser afetados pelo mesmo, bem como algumas questões filosóficas que se levantam. Portugal ainda tem um longo caminho a percorrer até à implementação do RBI, porém desde a integração na comunidade europeia e da crescente modernização do serviço público, e em particular do Sistema de Segurança Social Português, o RBI tem estado na vanguarda dos estudos académicos e no constante escrutínio público, abrindo caminho para uma adaptação deste rendimento ao atual contexto português.Nowadays, at a global level, we are increasingly witnessing a constant disbelief in the State and in the public services provided. Allied to this disbelief, we see a steady increase in unemployment, an accelerated growth of the population, and at the same pace, a rapid progress in technology. This scenario results in an absence of jobs for the entire population (Engström, 2016). As such and given the role of the Social State, to welcome those in need of an income at the end of the month but cannot obtain it, emerges the concept of Unconditional Basic Income. The UBI would be allocated monthly to the entire population, without any counterpart, so that they can live a safe and stable life. “Universal basic income (UBI) is a radical policy proposal of a monthly cash grant given to all members of a community without means test, regardless of personal desert, with no strings attached and, under most proposals, at a sufficiently high level to enable a life free from economic insecurity.” (Bidadanure, 2019, pp.482). It is an income that, unlike the current ones, such as Social Insertion Income, does not aim to assist those who need it most, but the entire population (Merrill, Bizarro, Marcelo, & Pinto, 2018). However, and foremost, there are several issues to analyse concerning the UBI, such as, for example, the country's economic stability, the rate of the citizen´s consume, the economical intervention in the State, the State's financial capacity to support such expense, the implications for social security and the social and philosophical perception of the source of income, obtaining the income without any effort. As such, through the analysis of published literature and the selected statistical data on the subject, the objective is to understand whether Portugal has the necessary conditions to implement the RBI, by analysing all topics of public interest that may be affected by it, as well as some philosophical issues that may arise. Portugal still has long path to follow before applying UBI, however since the entry in the European Community and the increasing modernization of the public service, in particular the Social Security System, UBI has been at the forefront of academic studies and in the constant public scrutiny, opening the way for an adaptation of this income to the Portuguese context.Teixeira, Henrique José Curado MendesRepositório Científico do Instituto Politécnico do PortoPereira, Ana Filipa Mendes2021-03-25T11:45:43Z2021-01-252021-01-25T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.22/17639TID:202654087porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-13T13:08:43Zoai:recipp.ipp.pt:10400.22/17639Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:37:15.575195Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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