Caracterização do estado de saúde dos indivíduos a quem foi atribuído algum grau de incapacidade em junta médica, na USP do ACES X durante o período de Outubro a Dezembro de 2011.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: NETO, Lurdes da Purificação Esteves
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/19166
Resumo: Introdução: Este estudo realizou-se no ACES X Cacém-Queluz entre Outubro e Dezembro de 2011. Teve como objectivo conhecer a auto percepção do estado de saúde dos indivíduos que recorreram a junta médica na USP do ACES X, para atribuição de grau de incapacidade entre Outubro de 2011 e Dezembro de 2011. Material e métodos: Este estudo é observacional, transversal, analítico de abordagem quantitativa. O estudo incidiu sobre 59 indivíduos que recorreram à junta médica na USP do ACES X. Foram excluídos deste estudo indivíduos que devido à sua situação mental se encontravam incapacitados para assinar o consentimento informado, menores de 18 anos, indivíduos que devido a défice de visão se encontravam incapacitados para ler e/ou assinar o consentimento informado, não sabiam ler e escrever, eram surdos-mudos, não dominavam a língua Portuguesa e os indivíduos que recusaram participar no estudo após solicitação. Elaborou-se um questionário sociodemográfico, especificamente para este estudo. Para conhecer a percepção que os indivíduos tinham da sua saúde utilizou-se o questionário SF- 36 – SHORT – FORM 36, versão 1.0, validado na população portuguesa por Ribeiro (2005). As variáveis independentes consideradas foram o grau de incapacidade atribuído em junta medica; foram ainda consideradas como variáveis independentes dados sociodemográficos (idade, sexo, estado civil legal, viver conjugalmente, viver numa instituição, ter apoio domiciliário, tipo de apoio domiciliário, naturalidade, nível de escolaridade, profissão, ocupação nas ultimas duas semanas, doença que motivou junta medica, data de diagnóstico da doença). Consideraram-se como variáveis dependentes as dimensões do questionário SF-36 (funcionamento físico, desempenho físico, dor corporal, saúde geral, vitalidade, funcionamento social, desempenho emocional, saúde mental) e as componentes física e mental. Para se proceder a análise de dados, utilizou-se o programa informático SPSS versão 20.0, tendo sido feita análise uni e bivariada. Resultados A idade média dos indivíduos que participaram neste estudo foi 55 anos, sendo que 54,2% eram do sexo feminino; 71,2% viviam conjugalmente com alguém, 94,9% tinham naturalidade Portuguesa; 69,5% tinham um nível de escolaridade correspondente ao ensino secundário ou menos. O grupo dos trabalhadores dos serviços pessoais, de protecção e segurança e vendedores foi a mais representado com 28,8%; 44,1% dos indivíduos referiram estar reformados, 27,1% referiram ter exercido uma profissão ou um trabalho mesmo que não remunerado nas últimas duas semanas e 16,9% referiram ter estado doentes desde há 3 meses ou mais. Setenta e quatro virgula cinco indivíduos que solicitaram atribuição de grau de incapacidade fizeram-no devido a doença neoplásica, sendo a neoplasia da mama a mais referida com 20,3%. Cinquenta e quatro vírgula dois indivíduos referiram que a doença que motivou pedido de grau de incapacidade lhe tinha sido diagnosticada há 1 ano ou menos de 1 ano. A média do grau de incapacidade atribuído foi de 64,5%.A maior parte dos indivíduos classificou a sua saúde como fraca ou razoável (66,1%), sendo que 30,5% classificaram a sua saúde como fraca. Nas dimensões do SF-36, o desempenho emocional foi a dimensão com pior pontuação média, e o funcionamento social foi aquela que apresentou melhor pontuação. Relativamente às componentes do SF- 36, verificou-se uma pontuação negativa (<50) em ambas as componentes do SF-36, física e mental; no entanto, comparativamente, a componente física mostrou ser a mais afectada. Não se observou relação entre o grau de incapacidade e as variáveis idade, sexo, viver conjugalmente com alguém, nível de escolaridade e ter ocupação nas últimas duas semanas. Também não se verificou relação entre as variáveis idade, sexo, viver conjugalmente com alguém, ter tido uma ocupação nas últimas duas semanas e as percepções de saúde dos indivíduos Nos indivíduos que responderam que viviam conjugalmente com alguém observou-se percepção mais positiva nas dimensões percepção geral de saúde, dor corporal, e desempenho emocional. Ter tido ocupação nas duas últimas semanas relacionou-se com melhor funcionamento físico, nestes indivíduos. Verificou-se que quanto maior o grau de incapacidade atribuído, pior o funcionamento físico, pior o desempenho físico, pior a percepção geral de Saúde e da vitalidade, pior funcionamento social, pior o desempenho emocional e pior a saúde mental. A dimensão dor corporal apresentou valores mais baixos em indivíduos com grau de incapacidade mais elevado. Verificou-se que maior grau de incapacidade atribuído correspondeu a pontuação mais baixa na componente física e na componente mental. Discussão A diferença na percepção de saúde dos indivíduos inquiridos neste estudo e aqueles inquiridos no 4º INS pode dever-se ao facto dos primeiros se encontrarem numa situação de doença sendo que os últimos não o estariam. O grau de incapacidade atribuído recorrendo a TNI, incidiu essencialmente sobre indivíduos com doença neoplásica diagnosticada há 1 ano ou menos de 1 ano (54,2%). Esta realidade pode dever-se ao facto de não existir em Portugal o Estatuto do Doente Crónico, nem uma Tabela Nacional de Incapacidade e Funcionalidades da Saúde. Em 22 de Fevereiro de 2012, por iniciativa do Provedor da Justiça, foi aberto um processo para o estudo do regime de avaliação de incapacidade das pessoas com deficiência. Os determinantes de saúde como a idade, o sexo, viver conjugalmente com alguém (ou estado civil), nível de escolaridade e ocupação (classe social) influenciam a saúde dos indivíduos. Neste estudo não se observou relação entre o grau de incapacidade atribuído e estes determinantes de saúde, mas também não se verificou relação entre estas mesmas variáveis e as percepções de saúde dos indivíduos. Estes resultados permitem perceber que os determinantes de saúde aqui considerados não influenciaram a atribuição do grau de incapacidade, e também não alteraram a percepção que os indivíduos tinham da sua saúde. Verificou-se que a atribuição de um grau de incapacidade mais elevado correspondeu à diminuição no funcionamento físico, desempenho físico, percepção geral de saúde, vitalidade, funcionamento social e desempenho emocional dos indivíduos. Este resultado está de acordo com os estudos que apontam estas dimensões como susceptíveis de serem afectadas na presença de incapacidade. No entanto verificou-se que quanto maior a dor corporal, mais baixo o grau de incapacidade atribuído. A dor é considerada o 5º sinal vital a par dos outros quatro sinais vitais: frequência respiratória, frequência cardíaca, tensão arterial e temperatura. A sua importância torna-se inquestionável. Segundo o Prof. Castro-Lopes (2010), a dor crónica tem grande impacto na qualidade de vida dos doentes e o seu efeito é devastador e superior ao de outras patologias crónicas. Na TNI não existe nenhum capítulo atribuído à “dor”, tal como existe por exemplo para as doenças oncológicas ou aparelho locomotor, pelo que a sua contabilização para fim de atribuição de um grau de incapacidade não é efectuada da mesma forma, em igualdade de circunstâncias. Face ao impacto que manifestamente a dor tem na limitação das actividades e funcionalidade dos indivíduos, não é possível ignorar esta lacuna na TNI. O grau de incapacidade atribuído relacionou-se de forma negativa com a componente física e a componente mental; assim, um grau de incapacidade mais elevado correspondeu a uma diminuição na componente física e na componente mental. Este resultado era esperado num estudo desta natureza, pois a incapacidade afecta o individuo em todas as suas dimensões físicas e mentais. Sendo assim, e mediante a aplicação do questionário SF-36 que avaliou as percepções de saúde dos indivíduos, pode concluir-se que a TNI cumpriu de forma válida a atribuição de grau de incapacidade aos indivíduos que recorreram a junta médica no período de Outubro a Dezembro de 2011, no ACES X.
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Foram excluídos deste estudo indivíduos que devido à sua situação mental se encontravam incapacitados para assinar o consentimento informado, menores de 18 anos, indivíduos que devido a défice de visão se encontravam incapacitados para ler e/ou assinar o consentimento informado, não sabiam ler e escrever, eram surdos-mudos, não dominavam a língua Portuguesa e os indivíduos que recusaram participar no estudo após solicitação. Elaborou-se um questionário sociodemográfico, especificamente para este estudo. Para conhecer a percepção que os indivíduos tinham da sua saúde utilizou-se o questionário SF- 36 – SHORT – FORM 36, versão 1.0, validado na população portuguesa por Ribeiro (2005). As variáveis independentes consideradas foram o grau de incapacidade atribuído em junta medica; foram ainda consideradas como variáveis independentes dados sociodemográficos (idade, sexo, estado civil legal, viver conjugalmente, viver numa instituição, ter apoio domiciliário, tipo de apoio domiciliário, naturalidade, nível de escolaridade, profissão, ocupação nas ultimas duas semanas, doença que motivou junta medica, data de diagnóstico da doença). Consideraram-se como variáveis dependentes as dimensões do questionário SF-36 (funcionamento físico, desempenho físico, dor corporal, saúde geral, vitalidade, funcionamento social, desempenho emocional, saúde mental) e as componentes física e mental. Para se proceder a análise de dados, utilizou-se o programa informático SPSS versão 20.0, tendo sido feita análise uni e bivariada. Resultados A idade média dos indivíduos que participaram neste estudo foi 55 anos, sendo que 54,2% eram do sexo feminino; 71,2% viviam conjugalmente com alguém, 94,9% tinham naturalidade Portuguesa; 69,5% tinham um nível de escolaridade correspondente ao ensino secundário ou menos. O grupo dos trabalhadores dos serviços pessoais, de protecção e segurança e vendedores foi a mais representado com 28,8%; 44,1% dos indivíduos referiram estar reformados, 27,1% referiram ter exercido uma profissão ou um trabalho mesmo que não remunerado nas últimas duas semanas e 16,9% referiram ter estado doentes desde há 3 meses ou mais. Setenta e quatro virgula cinco indivíduos que solicitaram atribuição de grau de incapacidade fizeram-no devido a doença neoplásica, sendo a neoplasia da mama a mais referida com 20,3%. Cinquenta e quatro vírgula dois indivíduos referiram que a doença que motivou pedido de grau de incapacidade lhe tinha sido diagnosticada há 1 ano ou menos de 1 ano. A média do grau de incapacidade atribuído foi de 64,5%.A maior parte dos indivíduos classificou a sua saúde como fraca ou razoável (66,1%), sendo que 30,5% classificaram a sua saúde como fraca. Nas dimensões do SF-36, o desempenho emocional foi a dimensão com pior pontuação média, e o funcionamento social foi aquela que apresentou melhor pontuação. Relativamente às componentes do SF- 36, verificou-se uma pontuação negativa (<50) em ambas as componentes do SF-36, física e mental; no entanto, comparativamente, a componente física mostrou ser a mais afectada. Não se observou relação entre o grau de incapacidade e as variáveis idade, sexo, viver conjugalmente com alguém, nível de escolaridade e ter ocupação nas últimas duas semanas. Também não se verificou relação entre as variáveis idade, sexo, viver conjugalmente com alguém, ter tido uma ocupação nas últimas duas semanas e as percepções de saúde dos indivíduos Nos indivíduos que responderam que viviam conjugalmente com alguém observou-se percepção mais positiva nas dimensões percepção geral de saúde, dor corporal, e desempenho emocional. Ter tido ocupação nas duas últimas semanas relacionou-se com melhor funcionamento físico, nestes indivíduos. Verificou-se que quanto maior o grau de incapacidade atribuído, pior o funcionamento físico, pior o desempenho físico, pior a percepção geral de Saúde e da vitalidade, pior funcionamento social, pior o desempenho emocional e pior a saúde mental. A dimensão dor corporal apresentou valores mais baixos em indivíduos com grau de incapacidade mais elevado. Verificou-se que maior grau de incapacidade atribuído correspondeu a pontuação mais baixa na componente física e na componente mental. Discussão A diferença na percepção de saúde dos indivíduos inquiridos neste estudo e aqueles inquiridos no 4º INS pode dever-se ao facto dos primeiros se encontrarem numa situação de doença sendo que os últimos não o estariam. O grau de incapacidade atribuído recorrendo a TNI, incidiu essencialmente sobre indivíduos com doença neoplásica diagnosticada há 1 ano ou menos de 1 ano (54,2%). Esta realidade pode dever-se ao facto de não existir em Portugal o Estatuto do Doente Crónico, nem uma Tabela Nacional de Incapacidade e Funcionalidades da Saúde. Em 22 de Fevereiro de 2012, por iniciativa do Provedor da Justiça, foi aberto um processo para o estudo do regime de avaliação de incapacidade das pessoas com deficiência. Os determinantes de saúde como a idade, o sexo, viver conjugalmente com alguém (ou estado civil), nível de escolaridade e ocupação (classe social) influenciam a saúde dos indivíduos. Neste estudo não se observou relação entre o grau de incapacidade atribuído e estes determinantes de saúde, mas também não se verificou relação entre estas mesmas variáveis e as percepções de saúde dos indivíduos. Estes resultados permitem perceber que os determinantes de saúde aqui considerados não influenciaram a atribuição do grau de incapacidade, e também não alteraram a percepção que os indivíduos tinham da sua saúde. Verificou-se que a atribuição de um grau de incapacidade mais elevado correspondeu à diminuição no funcionamento físico, desempenho físico, percepção geral de saúde, vitalidade, funcionamento social e desempenho emocional dos indivíduos. Este resultado está de acordo com os estudos que apontam estas dimensões como susceptíveis de serem afectadas na presença de incapacidade. No entanto verificou-se que quanto maior a dor corporal, mais baixo o grau de incapacidade atribuído. A dor é considerada o 5º sinal vital a par dos outros quatro sinais vitais: frequência respiratória, frequência cardíaca, tensão arterial e temperatura. A sua importância torna-se inquestionável. Segundo o Prof. Castro-Lopes (2010), a dor crónica tem grande impacto na qualidade de vida dos doentes e o seu efeito é devastador e superior ao de outras patologias crónicas. Na TNI não existe nenhum capítulo atribuído à “dor”, tal como existe por exemplo para as doenças oncológicas ou aparelho locomotor, pelo que a sua contabilização para fim de atribuição de um grau de incapacidade não é efectuada da mesma forma, em igualdade de circunstâncias. Face ao impacto que manifestamente a dor tem na limitação das actividades e funcionalidade dos indivíduos, não é possível ignorar esta lacuna na TNI. O grau de incapacidade atribuído relacionou-se de forma negativa com a componente física e a componente mental; assim, um grau de incapacidade mais elevado correspondeu a uma diminuição na componente física e na componente mental. Este resultado era esperado num estudo desta natureza, pois a incapacidade afecta o individuo em todas as suas dimensões físicas e mentais. Sendo assim, e mediante a aplicação do questionário SF-36 que avaliou as percepções de saúde dos indivíduos, pode concluir-se que a TNI cumpriu de forma válida a atribuição de grau de incapacidade aos indivíduos que recorreram a junta médica no período de Outubro a Dezembro de 2011, no ACES X.Introduction: The present study was performed in ACES X – Cacém-Queluz, between the months of October and December 2011. Its purpose was to acquire knowledge on individuals’ self-perception as they resort to a “medical commission” pertaining to the USP (Pubic Health Unit) of ACES X, to obtain a degree of incapability. Means and Methods: The study was a cross-study, observational and analytical, using a quantitative approach. The study was done on 59 individuals that resorted to the “medical commission”, in the USP of ACES X. Individuals that did not reveal a state of mind allowing them to sign informed consent forms, minors with less than 18 years of age, people with sight problems that couldn’t manage to read and/or sign informed consent form, people that didn’t know how to read or write, deaf and dumb, people that had no knowledge of the Portuguese language and, finally, people that refused to participate. A social and demographic questionnaire was elaborated, specifically for this study. In order to acquire knowledge on the perception people had about their own health status, the SF – 36 – SHOR – FORM 36, version 1.0, was used. This questionnaire was validated among Portuguese population by Ribeiro (2005). The independent variables taken into account were the degree of incapacity attributed by the “medical commission”; independent variables such as demographic data were taken into account as well (age, gender, legal marital status, living martially with someone, living in an institution, having home support, the kind of home support, place of birth, level of instruction, profession, occupation in the last two weeks, disease that motivated going to the “medical commission”, date of disease diagnosis). As dependent variables we considered the following dimensions of SF-36 (physical functioning, physical performance, body pain, general health status, vitality, social functioning, emotional performance, mental status) and the physical and mental components. In order to proceed with the process of data analysis, we used SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), version 20.0, having performed single and bi-variation analysis. Results attained: The age average of participants was of 55 years, being that 54,2% were women; and 71,2% lived with someone, 94,9% were born in Portugal, had a level of instruction of secondary level or less. The group of workers in personal services, of protection, security and sales had the most representation with 28,8%; 44,1% of the individuals included claimed to be retired, 27,1% referred having had a profession or some kind of work, even if not paid, within the last two weeks and 16,9% claimed to having been ill since the last 3 months or more. Seventy four point five percent (74.5%) of individuals that asked for a degree of incapacity did so due no cancer, being breast cancer the most common (20.3%). Fifty four point two percent (54.2%) said that the disease that had motivated the degree of incapacity had been diagnosed a years or less ago. The average degree of incapacity was 64.5%. The majority of individuals classified their health status as weak or reasonable (66.1%), being that 30.5% considered their health as being weak. In the SF-36 dimensions, the emotional performance was the dimension with worst average classification and social performance was the dimension with the best classification. In relation to the SF-36 components, both physical and mental components attained a negative classification (<50); however, comparatively, the physical component revealed to be the most affected. No relation was established between the degree of incapacity and the variables of age, gender, living with someone, level of instruction and having an occupation within the last two weeks and the self-perceptions on health. Within individuals that reported to live martially with someone there was found to be a more positive perception of health in general, physical pain and emotional performance. Having had an occupation within the last two weeks revealed a better physical functioning among these individuals. The greater the degree of incapacity attributed, worse was the physical functioning, the physical performance, worse was the general perception of health and vitality, worse4 was the social functioning, worse was the emotional performance as well as mental health status. The physical dimension revealed lower values in individuals with a higher degree of incapacity. The higher the degree of incapacity attributed, the lower classification was attained in the physical and mental components. Discussion: The difference in health perception within the individuals that took part in the study, and those inquired in the 4th INS (National Health Survey) may be due to the fact that the ones that took part in this study were ill, while the ones that took part in the INS Survey were not. The degree of incapacity attributed, using the TNI, (Table of National Incapacity) focused essentially on individuals with cancer diagnosed within the last year (54.2%). This fact may be due to Portugal not having the status of Chronic Patient, nor a Table of National Incapacity and Health Functionalities. On February 22 of 2012, through an initiative of the Justice General, a process was initiated to study the evaluation regime of incapacity within the handicapped. Health determinants, like age, gender, living martially with someone (or marital status), level of instruction and occupation (social class) do influence peoples’ health. In this study we did not observe relation between the degree of incapacity attributed and these health determinants, but we did not find a relation between these same variables and people’s individual health perceptions as well. These results permit the understanding that the health determinants here considered did not influence the attribution of the degree of incapacity, and also they did not change the perception individual’s had on their health. It was noted that the attribution of a higher degree of incapacity corresponded to the diminishing of individual’s physical functioning, physical performance, general health perception, vitality, social functioning and emotional performance. This result is in accordance with studies that point out these dimensions as susceptible of being affected by incapacity. However, it was found that more intense physical pain, the lower degree of incapacity attributed. Pain is considered the fifth vital sign, along with the other four vital signs: respiratory frequency, heart beat frequency, blood pressure and temperature. Its importance is unquestionable. According to Professor Castro-Lopes (2010), chronic pain has a great impact on patients’ quality of life and its’ effect is devastating and higher that that of other chronic pathologies. In the TNI there doesn’t exist a chapter on “pain”, as it exists for example for cancer or diseases of the locomotive system, so it’s classification for a degree of incapacity is not affected in any form, in identical circumstances. In relation to the impact that pain visibly has in limiting individual’s activities and functions, it is not possible to ignore such an absence in the TNI. The degree of incapacity attributed related negatively with the physical and mental components; therefore, a higher the degree of incapacity corresponded to a weaker physical and mental components. This result was expected in such a study, because incapacity affects the individual in all his physical and mental dimensions. As such and with the application of the SF-36 questionnaire that evaluated individuals health perceptions, we may conclude that the TNI served in a valid way for the attribution of an incapacity degree to who sought the “medical commission” in the period of October to December of 2011, in ACES X.Instituto de Higiene e Medicina TropicalFRONTEIRA, InêsMARTINS, Mª RosárioRUNNETO, Lurdes da Purificação Esteves2016-10-19T09:23:55Z201220122012-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/19166porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T03:59:17Zoai:run.unl.pt:10362/19166Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:25:19.746109Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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Elaborou-se um questionário sociodemográfico, especificamente para este estudo. Para conhecer a percepção que os indivíduos tinham da sua saúde utilizou-se o questionário SF- 36 – SHORT – FORM 36, versão 1.0, validado na população portuguesa por Ribeiro (2005). As variáveis independentes consideradas foram o grau de incapacidade atribuído em junta medica; foram ainda consideradas como variáveis independentes dados sociodemográficos (idade, sexo, estado civil legal, viver conjugalmente, viver numa instituição, ter apoio domiciliário, tipo de apoio domiciliário, naturalidade, nível de escolaridade, profissão, ocupação nas ultimas duas semanas, doença que motivou junta medica, data de diagnóstico da doença). Consideraram-se como variáveis dependentes as dimensões do questionário SF-36 (funcionamento físico, desempenho físico, dor corporal, saúde geral, vitalidade, funcionamento social, desempenho emocional, saúde mental) e as componentes física e mental. Para se proceder a análise de dados, utilizou-se o programa informático SPSS versão 20.0, tendo sido feita análise uni e bivariada. Resultados A idade média dos indivíduos que participaram neste estudo foi 55 anos, sendo que 54,2% eram do sexo feminino; 71,2% viviam conjugalmente com alguém, 94,9% tinham naturalidade Portuguesa; 69,5% tinham um nível de escolaridade correspondente ao ensino secundário ou menos. O grupo dos trabalhadores dos serviços pessoais, de protecção e segurança e vendedores foi a mais representado com 28,8%; 44,1% dos indivíduos referiram estar reformados, 27,1% referiram ter exercido uma profissão ou um trabalho mesmo que não remunerado nas últimas duas semanas e 16,9% referiram ter estado doentes desde há 3 meses ou mais. Setenta e quatro virgula cinco indivíduos que solicitaram atribuição de grau de incapacidade fizeram-no devido a doença neoplásica, sendo a neoplasia da mama a mais referida com 20,3%. Cinquenta e quatro vírgula dois indivíduos referiram que a doença que motivou pedido de grau de incapacidade lhe tinha sido diagnosticada há 1 ano ou menos de 1 ano. A média do grau de incapacidade atribuído foi de 64,5%.A maior parte dos indivíduos classificou a sua saúde como fraca ou razoável (66,1%), sendo que 30,5% classificaram a sua saúde como fraca. Nas dimensões do SF-36, o desempenho emocional foi a dimensão com pior pontuação média, e o funcionamento social foi aquela que apresentou melhor pontuação. Relativamente às componentes do SF- 36, verificou-se uma pontuação negativa (<50) em ambas as componentes do SF-36, física e mental; no entanto, comparativamente, a componente física mostrou ser a mais afectada. Não se observou relação entre o grau de incapacidade e as variáveis idade, sexo, viver conjugalmente com alguém, nível de escolaridade e ter ocupação nas últimas duas semanas. Também não se verificou relação entre as variáveis idade, sexo, viver conjugalmente com alguém, ter tido uma ocupação nas últimas duas semanas e as percepções de saúde dos indivíduos Nos indivíduos que responderam que viviam conjugalmente com alguém observou-se percepção mais positiva nas dimensões percepção geral de saúde, dor corporal, e desempenho emocional. Ter tido ocupação nas duas últimas semanas relacionou-se com melhor funcionamento físico, nestes indivíduos. Verificou-se que quanto maior o grau de incapacidade atribuído, pior o funcionamento físico, pior o desempenho físico, pior a percepção geral de Saúde e da vitalidade, pior funcionamento social, pior o desempenho emocional e pior a saúde mental. A dimensão dor corporal apresentou valores mais baixos em indivíduos com grau de incapacidade mais elevado. Verificou-se que maior grau de incapacidade atribuído correspondeu a pontuação mais baixa na componente física e na componente mental. Discussão A diferença na percepção de saúde dos indivíduos inquiridos neste estudo e aqueles inquiridos no 4º INS pode dever-se ao facto dos primeiros se encontrarem numa situação de doença sendo que os últimos não o estariam. O grau de incapacidade atribuído recorrendo a TNI, incidiu essencialmente sobre indivíduos com doença neoplásica diagnosticada há 1 ano ou menos de 1 ano (54,2%). Esta realidade pode dever-se ao facto de não existir em Portugal o Estatuto do Doente Crónico, nem uma Tabela Nacional de Incapacidade e Funcionalidades da Saúde. Em 22 de Fevereiro de 2012, por iniciativa do Provedor da Justiça, foi aberto um processo para o estudo do regime de avaliação de incapacidade das pessoas com deficiência. Os determinantes de saúde como a idade, o sexo, viver conjugalmente com alguém (ou estado civil), nível de escolaridade e ocupação (classe social) influenciam a saúde dos indivíduos. Neste estudo não se observou relação entre o grau de incapacidade atribuído e estes determinantes de saúde, mas também não se verificou relação entre estas mesmas variáveis e as percepções de saúde dos indivíduos. Estes resultados permitem perceber que os determinantes de saúde aqui considerados não influenciaram a atribuição do grau de incapacidade, e também não alteraram a percepção que os indivíduos tinham da sua saúde. Verificou-se que a atribuição de um grau de incapacidade mais elevado correspondeu à diminuição no funcionamento físico, desempenho físico, percepção geral de saúde, vitalidade, funcionamento social e desempenho emocional dos indivíduos. Este resultado está de acordo com os estudos que apontam estas dimensões como susceptíveis de serem afectadas na presença de incapacidade. No entanto verificou-se que quanto maior a dor corporal, mais baixo o grau de incapacidade atribuído. A dor é considerada o 5º sinal vital a par dos outros quatro sinais vitais: frequência respiratória, frequência cardíaca, tensão arterial e temperatura. A sua importância torna-se inquestionável. Segundo o Prof. Castro-Lopes (2010), a dor crónica tem grande impacto na qualidade de vida dos doentes e o seu efeito é devastador e superior ao de outras patologias crónicas. Na TNI não existe nenhum capítulo atribuído à “dor”, tal como existe por exemplo para as doenças oncológicas ou aparelho locomotor, pelo que a sua contabilização para fim de atribuição de um grau de incapacidade não é efectuada da mesma forma, em igualdade de circunstâncias. Face ao impacto que manifestamente a dor tem na limitação das actividades e funcionalidade dos indivíduos, não é possível ignorar esta lacuna na TNI. O grau de incapacidade atribuído relacionou-se de forma negativa com a componente física e a componente mental; assim, um grau de incapacidade mais elevado correspondeu a uma diminuição na componente física e na componente mental. Este resultado era esperado num estudo desta natureza, pois a incapacidade afecta o individuo em todas as suas dimensões físicas e mentais. Sendo assim, e mediante a aplicação do questionário SF-36 que avaliou as percepções de saúde dos indivíduos, pode concluir-se que a TNI cumpriu de forma válida a atribuição de grau de incapacidade aos indivíduos que recorreram a junta médica no período de Outubro a Dezembro de 2011, no ACES X.
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