Vinculação, aliança terapêutica e mudança em psicoterapia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/15188 |
Resumo: | A mudança constitui-se como o principal objetivo da intervenção psicoterapêutica e não obstante a diversidade de conceptualizações sobre a mesma e de métodos utilizados para a avaliar, o estudo sobre o processo de mudança e o contributo de alguns fatores comuns, em psicoterapia, para a mesma, tem vindo a obter um interesse crescente. A teoria da vinculação proposta por Bowlby (1973) e o seu contributo sobre os modelos internos dinâmicos parece constituir-se como um enquadramento adequado à exploração da relação entre cliente e terapeuta, sendo que a investigação sobre mudança em psicoterapia sob a matriz desta teoria encontra-se em desenvolvimento. O presente estudo de caso, de cariz exploratório tem como objetivo geral a compreensão da relação estabelecida entre a organização da vinculação do indivíduo, a aliança terapêutica e a mudança terapêutica, no âmbito de um processo psicoterapêutico individual. A participante deste estudo foi uma mulher de 39 anos, que iniciou um processo psicoterapêutico, tendo sido audiogravadas e transcritas a totalidade das sessões terapêuticas à exceção da primeira. Após a primeira sessão, foi realizada a AAI, Adult Attachment Interview e administrado o BSI, Brief Symptom Inventory, no final das sessões 4 e 8 foi administrado o WAI, Working Alliance Inventory e no final da sessão 8 foi realizada uma entrevista de Exploração e Mudança e administrado o BSI. Os resultados evidenciam que a organização da vinculação da participante, classificada como preocupada, influencia o modo de se percecionar a si mesma, de se relacionar com os outros, e consequentemente de perspetivar e efetivar mudança, mas não obstaculiza a sua adesão à terapia e o seu processo de autoexploração. Ao longo do processo, sublinha-se a obtenção de insight relativamente à forma como se autoperceciona, resultado terapêutico valorizado por si, tendo ainda conseguido alguma melhoria ao nível do humor. A participante estabeleceu aliança terapêutica no início do processo psicoterapêutico, com scores médios, tendo diminuído ligeiramente ao longo do mesmo, valorizando a confiança na competência da terapeuta e destacando o caracter incisivo das intervenções da terapeuta, a ironia e a confrontação, como as características da relação terapêutica promotoras de mudança. Os resultados corroboram a conclusão de que os MID são difíceis de mudar, tendendo a operar automaticamente, consequência da história de vinculação de cada um, sendo que conhecer a organização de vinculação dos clientes pode ajudar os terapeutas a criar um contexto relacional que facilite a segurança da relação, ajustando o seu comportamento, momento a momento, de modo a serem percebidos como uma base segura ou redefinindo cursos de ação alternativos. |
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Vinculação, aliança terapêutica e mudança em psicoterapiaDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::PsicologiaA mudança constitui-se como o principal objetivo da intervenção psicoterapêutica e não obstante a diversidade de conceptualizações sobre a mesma e de métodos utilizados para a avaliar, o estudo sobre o processo de mudança e o contributo de alguns fatores comuns, em psicoterapia, para a mesma, tem vindo a obter um interesse crescente. A teoria da vinculação proposta por Bowlby (1973) e o seu contributo sobre os modelos internos dinâmicos parece constituir-se como um enquadramento adequado à exploração da relação entre cliente e terapeuta, sendo que a investigação sobre mudança em psicoterapia sob a matriz desta teoria encontra-se em desenvolvimento. O presente estudo de caso, de cariz exploratório tem como objetivo geral a compreensão da relação estabelecida entre a organização da vinculação do indivíduo, a aliança terapêutica e a mudança terapêutica, no âmbito de um processo psicoterapêutico individual. A participante deste estudo foi uma mulher de 39 anos, que iniciou um processo psicoterapêutico, tendo sido audiogravadas e transcritas a totalidade das sessões terapêuticas à exceção da primeira. Após a primeira sessão, foi realizada a AAI, Adult Attachment Interview e administrado o BSI, Brief Symptom Inventory, no final das sessões 4 e 8 foi administrado o WAI, Working Alliance Inventory e no final da sessão 8 foi realizada uma entrevista de Exploração e Mudança e administrado o BSI. Os resultados evidenciam que a organização da vinculação da participante, classificada como preocupada, influencia o modo de se percecionar a si mesma, de se relacionar com os outros, e consequentemente de perspetivar e efetivar mudança, mas não obstaculiza a sua adesão à terapia e o seu processo de autoexploração. Ao longo do processo, sublinha-se a obtenção de insight relativamente à forma como se autoperceciona, resultado terapêutico valorizado por si, tendo ainda conseguido alguma melhoria ao nível do humor. A participante estabeleceu aliança terapêutica no início do processo psicoterapêutico, com scores médios, tendo diminuído ligeiramente ao longo do mesmo, valorizando a confiança na competência da terapeuta e destacando o caracter incisivo das intervenções da terapeuta, a ironia e a confrontação, como as características da relação terapêutica promotoras de mudança. Os resultados corroboram a conclusão de que os MID são difíceis de mudar, tendendo a operar automaticamente, consequência da história de vinculação de cada um, sendo que conhecer a organização de vinculação dos clientes pode ajudar os terapeutas a criar um contexto relacional que facilite a segurança da relação, ajustando o seu comportamento, momento a momento, de modo a serem percebidos como uma base segura ou redefinindo cursos de ação alternativos.Change is the main objective of psychotherapeutic intervention and, despite the diversity of conceptualizations thereon and of methods used to assess it, the study of the process of change and the contribution towards that change of some common factors in psychotherapy has been eliciting a growing interest. Attachment theory, developed by Bowlby (1973), and its contribution on internal working models appears to provide an appropriate framework for the exploration of the client/therapist relationship, knowing that research about change in psychotherapy under this theory's matrix is ongoing. The general objective of this exploratory case study is understanding the relationship established between the individual's attachment organization, the therapeutic alliance and the therapeutic change, within an individual psychotherapeutic process. The subject of this study was a 39-year-old woman who began a psychotherapeutic process, with the entire content of the therapy sessions having been audio-recorded and transcribed apart from the first. After the initial session, the AAI (Adult Attachment Interview) was conducted and the BSI (Brief Symptom Inventory) administered; at the end of sessions 4 and 8, the WAI (Working Alliance Inventory) was administered; and, at the end of session 8, an Exploration and Change interview was conducted, and the BSI administered. The results show that the subject's attachment organization, classified as preoccupied, influences the way in which she perceives herself, in which she interacts with others and, consequently, in which she perceives and effects change, but does not hinder her compliance to therapy and its process of self exploration. She gained, throughout the process, insight into the way she perceives herself, a therapeutic result that she values, in addition to some improvement with regard to mood. The subject established a therapeutic alliance early in the psychotherapeutic process, with average scores, which decreased slightly over time. The representation she establishes of the therapeutic relationship throughout the process values the confidence in the therapist's competency and highlights the incisive nature of the therapist's interventions, the use of irony and confrontation as the characteristics of the therapeutic relationship that promote change. The results corroborate the conclusion that the internal working models are difficult to change and tend to operate automatically, as a consequence of each individual's attachment history. Knowing their clients' attachment organization can help therapists create a relational context that helps securing the relationship, adjusting their behaviour from one moment to the next, in order to be perceived as a secure base, or redefining alternative courses of action.Lima, Vânia SousaVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaCosta, Anabela Moura Martins da2014-10-06T15:09:52Z2014-07-2420142014-07-24T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/15188TID:201498324porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-12T17:20:28Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/15188Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:12:36.619476Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A mudança constitui-se como o principal objetivo da intervenção psicoterapêutica e não obstante a diversidade de conceptualizações sobre a mesma e de métodos utilizados para a avaliar, o estudo sobre o processo de mudança e o contributo de alguns fatores comuns, em psicoterapia, para a mesma, tem vindo a obter um interesse crescente. A teoria da vinculação proposta por Bowlby (1973) e o seu contributo sobre os modelos internos dinâmicos parece constituir-se como um enquadramento adequado à exploração da relação entre cliente e terapeuta, sendo que a investigação sobre mudança em psicoterapia sob a matriz desta teoria encontra-se em desenvolvimento. O presente estudo de caso, de cariz exploratório tem como objetivo geral a compreensão da relação estabelecida entre a organização da vinculação do indivíduo, a aliança terapêutica e a mudança terapêutica, no âmbito de um processo psicoterapêutico individual. A participante deste estudo foi uma mulher de 39 anos, que iniciou um processo psicoterapêutico, tendo sido audiogravadas e transcritas a totalidade das sessões terapêuticas à exceção da primeira. Após a primeira sessão, foi realizada a AAI, Adult Attachment Interview e administrado o BSI, Brief Symptom Inventory, no final das sessões 4 e 8 foi administrado o WAI, Working Alliance Inventory e no final da sessão 8 foi realizada uma entrevista de Exploração e Mudança e administrado o BSI. Os resultados evidenciam que a organização da vinculação da participante, classificada como preocupada, influencia o modo de se percecionar a si mesma, de se relacionar com os outros, e consequentemente de perspetivar e efetivar mudança, mas não obstaculiza a sua adesão à terapia e o seu processo de autoexploração. Ao longo do processo, sublinha-se a obtenção de insight relativamente à forma como se autoperceciona, resultado terapêutico valorizado por si, tendo ainda conseguido alguma melhoria ao nível do humor. A participante estabeleceu aliança terapêutica no início do processo psicoterapêutico, com scores médios, tendo diminuído ligeiramente ao longo do mesmo, valorizando a confiança na competência da terapeuta e destacando o caracter incisivo das intervenções da terapeuta, a ironia e a confrontação, como as características da relação terapêutica promotoras de mudança. Os resultados corroboram a conclusão de que os MID são difíceis de mudar, tendendo a operar automaticamente, consequência da história de vinculação de cada um, sendo que conhecer a organização de vinculação dos clientes pode ajudar os terapeutas a criar um contexto relacional que facilite a segurança da relação, ajustando o seu comportamento, momento a momento, de modo a serem percebidos como uma base segura ou redefinindo cursos de ação alternativos. |
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