MONITORIZAÇÃO DA TEMPERATURA À ENTRADAS DAS EMPRESAS: VALE A OPINIÃO OU A EVIDÊNCIA?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa,D
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532021000200062
Resumo: RESUMO Introdução/ enquadramento/ objetivos A monitorização da temperatura para rastreio de febre nas empresas (cujos equipamentos recomendados são termómetros infravermelhos) tem-se revelado polémica, criando discussões entre as equipas dos serviços de saúde ocupacional, assumindo-se como uma “exigência” por parte de alguns trabalhadores e/ou Empregadores. Este artigo pretende analisar a evidência que existe em torno da implementação dessa estratégia. Metodologia Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, de caráter descritivo. A pesquisa de fontes científicas foi cumprida utilizando as bases de dados PUBMED (Medline) durante o mês de julho de 2021, sem limitação de tempo, em português ou inglês, com as palavras-chave “triagem de temperatura” e “Covid-19”. Conteúdo A temperatura da pele, em vez da central, pode ser influenciada por vários fatores; os equipamentos com tecnologia baseada em infravermelhos não parecem ser fidedignos o suficiente para detetar ou excluir a febre e esta não é um sintoma característico de todos os infetados. Assim, esta metodologia utilizada de modo isolado não alberga evidências para apoiar a sua implementação nas empresas como uma medida que promova ganhos. Esta estratégia poderá ajudar os trabalhadores e Entidades Empregadoras a sentirem-se melhores, mas sem fazer muito e potencialmente piorando, ao transmitir uma falsa sensação de segurança. Conclusões Cada local de trabalho pode determinar as suas próprias preferências, dependendo do seu contexto particular e epidemiológico, e por tal motivo não existe uma “resposta certa” sobre como as Empresas devem abordar este assunto- as evidências são incompletas e os desafios que a pandemia representa mutam; no entanto, para delinear decisões mais informadas, se pretendermos alcançar, como País, uma recuperação económica duradoura, os empregadores terão de deixar de apostar em medidas que exigem recursos, mas que são placebos.
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