Porque reprovam 20% dos alunos no exame oral de “Coração Fresco”?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/6534 |
Resumo: | Introdução: No Bloco Cardio-Respiratório do 2º ano do curso de Medicina da Universidade da Beira Interior é realizado o exame de “Coração Fresco”, o único exame oral do curso. A observação de que aproximadamente 1 em cada 5 alunos reprovavam serviu de propulsor à investigação de possíveis fatores com impacto no desempenho dos alunos neste exame. Objetivos: 1) Tratar estatisticamente os resultados do exame oral de “Coração Fresco” entre 2005 e 2014 (Historial); 2) Avaliar a influência de fatores como o género, formas de estudo, volume de trabalho, aspetos da aula, ansiedade, sono e condições da sala e do exame, no desempenho dos alunos no exame oral de “Coração Fresco”; 3) Contribuir para um melhor desempenho académico dos alunos. Métodos: Foram realizados dois questionários, um antes e outro depois do exame, que avaliaram o volume de trabalho, aspetos da aula, sono, ansiedade, condições da sala e do exame. Foram registados os níveis de pressão arterial e frequência cardíaca antes e depois do exame e numa situação sem stress. Foram ainda analisadas possíveis diferenças entre os dois tutores do exame. O valor de p <0,05 foi usado como referência estatísica de significância e a análise dos resultados dos questionários realizou-se através de análise da consistência interna de escalas, estatística descritiva, teste t-Student, teste qui-quadrado e teste de Mann-Whitney. Resultados: Entre 2005 a 2014 verificou-se que, numa população de 1042 alunos, 19,96% reprovou no exame, tendo-se observado um aumento da percentagem de reprovações ao longo dos anos (p <0,001). No exame oral do ano letivo de 2014/2015, numa população de 144 alunos, obteve-se uma taxa de resposta de 100% nos questionários. Verificou-se que o género masculino está associado a uma maior taxa de reprovação (p=0,04). O tutor Y apresentou uma maior percentagem de reprovação (p=0,04). Os parâmetros “Fiquei nervoso por assistir ao exame do meu colega” (p=0,041) e “A presença do colega no fundo da sala deixou-me nervoso” (p=0,014) associaram-se com a reprovação no exame. Observou-se que a frequência cardíaca (p=0,028) e pressão arterial diastólica (p=0,030) após o exame tiveram relação com a reprovação no exame. Conclusão: Concluíu-se que entre os anos de 2005 e 2014 houve um aumento significativo da taxa de reprovação no exame oral. Futuramente, sugere-se que os alunos aguardem fora da sala aquando do exame. Também será crucial evitar diferenças entre tutores, sugerindo-se assim, uma pré-formação inicial acerca da estrutura e parâmetros de avaliação do exame oral. |
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Porque reprovam 20% dos alunos no exame oral de “Coração Fresco”?AlunosCoraçãoEducação MédicaExame OralViva VoceDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: No Bloco Cardio-Respiratório do 2º ano do curso de Medicina da Universidade da Beira Interior é realizado o exame de “Coração Fresco”, o único exame oral do curso. A observação de que aproximadamente 1 em cada 5 alunos reprovavam serviu de propulsor à investigação de possíveis fatores com impacto no desempenho dos alunos neste exame. Objetivos: 1) Tratar estatisticamente os resultados do exame oral de “Coração Fresco” entre 2005 e 2014 (Historial); 2) Avaliar a influência de fatores como o género, formas de estudo, volume de trabalho, aspetos da aula, ansiedade, sono e condições da sala e do exame, no desempenho dos alunos no exame oral de “Coração Fresco”; 3) Contribuir para um melhor desempenho académico dos alunos. Métodos: Foram realizados dois questionários, um antes e outro depois do exame, que avaliaram o volume de trabalho, aspetos da aula, sono, ansiedade, condições da sala e do exame. Foram registados os níveis de pressão arterial e frequência cardíaca antes e depois do exame e numa situação sem stress. Foram ainda analisadas possíveis diferenças entre os dois tutores do exame. O valor de p <0,05 foi usado como referência estatísica de significância e a análise dos resultados dos questionários realizou-se através de análise da consistência interna de escalas, estatística descritiva, teste t-Student, teste qui-quadrado e teste de Mann-Whitney. Resultados: Entre 2005 a 2014 verificou-se que, numa população de 1042 alunos, 19,96% reprovou no exame, tendo-se observado um aumento da percentagem de reprovações ao longo dos anos (p <0,001). No exame oral do ano letivo de 2014/2015, numa população de 144 alunos, obteve-se uma taxa de resposta de 100% nos questionários. Verificou-se que o género masculino está associado a uma maior taxa de reprovação (p=0,04). O tutor Y apresentou uma maior percentagem de reprovação (p=0,04). Os parâmetros “Fiquei nervoso por assistir ao exame do meu colega” (p=0,041) e “A presença do colega no fundo da sala deixou-me nervoso” (p=0,014) associaram-se com a reprovação no exame. Observou-se que a frequência cardíaca (p=0,028) e pressão arterial diastólica (p=0,030) após o exame tiveram relação com a reprovação no exame. Conclusão: Concluíu-se que entre os anos de 2005 e 2014 houve um aumento significativo da taxa de reprovação no exame oral. Futuramente, sugere-se que os alunos aguardem fora da sala aquando do exame. Também será crucial evitar diferenças entre tutores, sugerindo-se assim, uma pré-formação inicial acerca da estrutura e parâmetros de avaliação do exame oral.Introduction: In the Cardio-Respiratory Block of the 2nd grade of medical school in the University of Beira Interior, there is a "Heart" exam, the only viva voce of the course. The observation that about 1 out of 5 students failed the exam, served as propellant to the investigation of possible factors that impact student performance in this exam. Objectives: 1) To statistically analyze the results of the "Heart" viva voce between 2005 and 2014. (Background) 2) To evaluate the influence of the impact of factors such as gender, forms of study, workload, class aspects, anxiety, sleep, room and exam conditions in the performance of students in making the viva voce "Heart". 3) Contribute to a better academic performance of students. Methods: We conducted two surveys, one before and other after the test, that assessed the workload, class aspects, sleep, anxiety, room and exam conditions. It was recorded blood pressure levels and heart rate before and after the test and in a non-stress situations. It was also analyzed possible differences between the two exam tutors. P-value <0,05 was used as the significant statistical reference and analysis of the surveys was performed through the following methods: analysis of internal consistency of scales, descriptive statistics, t-test, chi-square test and Mann-Whitney test. Results: Beetween 2005 and 2014 it was found that, in a population 1042, 19.96% failed in the exam, having also observed that the percentage of failures increased over the years (p < 0,001). In the viva voce of the academic year 2014/2015, in a population of 144, there was a 100% response rate to the surveys. It was found that the male gender is associated with a higher failure rate (p=0.04). Tutor Y has a higher rate of failure (p=0.04). The parameters "I was nervous to watch the exam of my colleague" (p=0.041) and "The presence of a colleague in the room left me nervous" (p=0.014) were associated to exam failure. It was observed that heart rate (p=0.028) and diastolic blood pressure (p=0.030) after the viva voce were related to failure in the exam. Conclusion: It was concluded that between the years of 2005 and 2014 there was a significant raise in the rate of failure in the viva voce. In the future, it is suggested that students wait outside the room during the exam. It is also crucial to avoid differences between tutors, so it is suggested, an initial pre-training on the structure and parameters of evaluation of the oral examination.Cavaco, José Eduardo BritesPinto, Patrícia RosadouBibliorumBorges, André Luís Almeida Lopes Bernardino2018-11-28T16:23:50Z2016-5-42016-05-232016-05-23T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/6534TID:201773791porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:45:07Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/6534Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:47:14.351444Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: No Bloco Cardio-Respiratório do 2º ano do curso de Medicina da Universidade da Beira Interior é realizado o exame de “Coração Fresco”, o único exame oral do curso. A observação de que aproximadamente 1 em cada 5 alunos reprovavam serviu de propulsor à investigação de possíveis fatores com impacto no desempenho dos alunos neste exame. Objetivos: 1) Tratar estatisticamente os resultados do exame oral de “Coração Fresco” entre 2005 e 2014 (Historial); 2) Avaliar a influência de fatores como o género, formas de estudo, volume de trabalho, aspetos da aula, ansiedade, sono e condições da sala e do exame, no desempenho dos alunos no exame oral de “Coração Fresco”; 3) Contribuir para um melhor desempenho académico dos alunos. Métodos: Foram realizados dois questionários, um antes e outro depois do exame, que avaliaram o volume de trabalho, aspetos da aula, sono, ansiedade, condições da sala e do exame. Foram registados os níveis de pressão arterial e frequência cardíaca antes e depois do exame e numa situação sem stress. Foram ainda analisadas possíveis diferenças entre os dois tutores do exame. O valor de p <0,05 foi usado como referência estatísica de significância e a análise dos resultados dos questionários realizou-se através de análise da consistência interna de escalas, estatística descritiva, teste t-Student, teste qui-quadrado e teste de Mann-Whitney. Resultados: Entre 2005 a 2014 verificou-se que, numa população de 1042 alunos, 19,96% reprovou no exame, tendo-se observado um aumento da percentagem de reprovações ao longo dos anos (p <0,001). No exame oral do ano letivo de 2014/2015, numa população de 144 alunos, obteve-se uma taxa de resposta de 100% nos questionários. Verificou-se que o género masculino está associado a uma maior taxa de reprovação (p=0,04). O tutor Y apresentou uma maior percentagem de reprovação (p=0,04). Os parâmetros “Fiquei nervoso por assistir ao exame do meu colega” (p=0,041) e “A presença do colega no fundo da sala deixou-me nervoso” (p=0,014) associaram-se com a reprovação no exame. Observou-se que a frequência cardíaca (p=0,028) e pressão arterial diastólica (p=0,030) após o exame tiveram relação com a reprovação no exame. Conclusão: Concluíu-se que entre os anos de 2005 e 2014 houve um aumento significativo da taxa de reprovação no exame oral. Futuramente, sugere-se que os alunos aguardem fora da sala aquando do exame. Também será crucial evitar diferenças entre tutores, sugerindo-se assim, uma pré-formação inicial acerca da estrutura e parâmetros de avaliação do exame oral. |
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