A influência das experiências de acolhimento institucional na (re)construção identitária
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.8/2697 |
Resumo: | Nem todas as crianças e jovens têm percursos biográficos protegidos por famílias nucleares mais tradicionais onde buscam o seu suporte psicossocial. Muitas crianças são produto de famílias desestruturadas, multiproblemáticas (Alarcão, 2006) e disfuncionais (Martins, 2005), que vivem ambivalências entre os valores culturais e os direitos. É, após, avaliações complexas, multidisciplinares, multifatoriais, e precisas que muitas vezes são sinalizadas as crianças e jovens em risco à luz da Lei de proteção de crianças e jovens em perigo. A referida legislação prevê no seu artigo 35º a existência de diferentes medidas de promoção e proteção, sendo primado pelo sistema de proteção as medidas junto da família, seja esta nuclear ou alargada. Em seguida, prevalecem as restantes medidas de promoção e proteção em prol do acolhimento residencial. Quando estas alternativas não existem ou, ainda, quando as mesmas não promovem os efeitos desejados para a promoção e proteção dos direitos e desenvolvimento integral do sujeito é promovido o afastamento do seio familiar através da medida de acolhimento residencial. Nesta investigação, pretendemos, justamente, estudar sujeitos que tenham vivido trajetórias de vida de acolhimento residencial à luz da referida legislação e compreender que transformações identitárias ocorreram dentro de si entre a infância e a adultez que vivem hoje, já no tempo pós-institucional, pelo que a presente investigação rege-se pelo seguinte objetivo geral: compreender a perceção dos indivíduos adultos sobre a influência das experiências de acolhimento institucional na (re)construção da sua identidade. Neste sentido, após ter promovido uma entrevista exploratória a um adulto do qual tínhamos um conhecimento prévio da situação de acolhimento residencial, e após termos entrado naquele mundo interior como lhe chama Goffamn (1961), estruturaram-se e realizaram-se as mesma entrevistas de cariz etnobiográfico a mais três sujeitos com idades superiores a 18 anos e que tenham, em algum momento da sua história de vida, permanecido em instituições de acolhimento residencial no âmbito da promoção e proteção de acordo com a legislação em vigor e, que tinham saído da referida instituição há pelo menos 2 anos. Esta investigação mostra que o acolhimento residencial permitiu aos quatro jovens entrevistados a aquisição de competências pessoais, sociais, económicas e profissionais para se transformarem e idealizarem um futuro diferente dos ascendentes tornando-se estes sujeitos trânsfugas interculturais (Vieira, 2009, 2014). Para tal identificam a existência de incidentes críticos, pessoas críticas e fases críticas (Vieira, 2004) que influenciam toda a sua (re)construção identitária. |
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