Lesões orais em doentes com COVID-19 manifestações da infeção or SARS-CoV-2: revisão sistemática de relatos e séries de casos clínicos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/55836 |
Resumo: | Objetivos: Avaliar as lesões orais presentes em doentes com COVID-19, bem como avaliar se estas resultam da infeção pelo vírus SARS-CoV-2 ou se correspondem a manifestações do comprometimento sistémico provocado pela doença ou pelas terapêuticas aplicadas. Material e Métodos: Realizou-se uma pesquisa nas bases de dados Lilacs, Scielo, Livivo e Pubmed, tendo resultado um total de 543 artigos. Incluíram-se 25 estudos que respeitavam os critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos. A análise dos dados foi realizada através de estatística descritiva e inferencial. Resultados: O estudo engloba uma amostra de 90 doentes, 44 do sexo masculino e 46 do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 16 e 88 anos, sendo a idade média de 47.11 +/- 1.92 anos. Destes, 73 apresentaram doença leve a moderada, enquanto os restantes 17 foram hospitalizados. Apenas 29 doentes apresentavam comorbilidades (32.3%) e 52 apresentavam manifestações sistémicas (57.8%). As manifestações orais mais comuns incluem úlceras (64.4%), mucosite (14.4%) e petéquias (11.1%), sendo a localização mais frequente a língua (28.9%), seguida do palato (26.7%), lábios (17.8%) e mucosa oral (14.4%). Não existe relação entre a presença destas manifestações, a idade, sexo, presença de comorbilidades e severidade da doença. Também não existe relação entre a presença de mucosite e petéquias e o tratamento das manifestações sistémicas. No entanto, verificou-se uma associação entre a presença de úlceras e o tratamento das manifestações sistémicas. A maioria de doentes com lesões ulceradas não realizou tratamento para as manifestações sistémicas. Conclusão: A presença de lesões orais em doentes com COVID-19 não parece estar relacionada com os fármacos utilizados no tratamento desta doença, sendo, também, independente da saúde sistémica do doente e da severidade da doença. Estas lesões poderão ser provocadas pela infeção pelo vírus SARS-CoV-2, embora também possam estar relacionadas com o desenvolvimento de infeções secundárias, principalmente virais ou fúngicas. |
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Lesões orais em doentes com COVID-19 manifestações da infeção or SARS-CoV-2: revisão sistemática de relatos e séries de casos clínicosTeses de mestrado - 2022Saúde OralObjetivos: Avaliar as lesões orais presentes em doentes com COVID-19, bem como avaliar se estas resultam da infeção pelo vírus SARS-CoV-2 ou se correspondem a manifestações do comprometimento sistémico provocado pela doença ou pelas terapêuticas aplicadas. Material e Métodos: Realizou-se uma pesquisa nas bases de dados Lilacs, Scielo, Livivo e Pubmed, tendo resultado um total de 543 artigos. Incluíram-se 25 estudos que respeitavam os critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos. A análise dos dados foi realizada através de estatística descritiva e inferencial. Resultados: O estudo engloba uma amostra de 90 doentes, 44 do sexo masculino e 46 do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 16 e 88 anos, sendo a idade média de 47.11 +/- 1.92 anos. Destes, 73 apresentaram doença leve a moderada, enquanto os restantes 17 foram hospitalizados. Apenas 29 doentes apresentavam comorbilidades (32.3%) e 52 apresentavam manifestações sistémicas (57.8%). As manifestações orais mais comuns incluem úlceras (64.4%), mucosite (14.4%) e petéquias (11.1%), sendo a localização mais frequente a língua (28.9%), seguida do palato (26.7%), lábios (17.8%) e mucosa oral (14.4%). Não existe relação entre a presença destas manifestações, a idade, sexo, presença de comorbilidades e severidade da doença. Também não existe relação entre a presença de mucosite e petéquias e o tratamento das manifestações sistémicas. No entanto, verificou-se uma associação entre a presença de úlceras e o tratamento das manifestações sistémicas. A maioria de doentes com lesões ulceradas não realizou tratamento para as manifestações sistémicas. Conclusão: A presença de lesões orais em doentes com COVID-19 não parece estar relacionada com os fármacos utilizados no tratamento desta doença, sendo, também, independente da saúde sistémica do doente e da severidade da doença. Estas lesões poderão ser provocadas pela infeção pelo vírus SARS-CoV-2, embora também possam estar relacionadas com o desenvolvimento de infeções secundárias, principalmente virais ou fúngicas.Aim: Evaluate the oral lesions in patients with COVID-19, as well as to assess whether they result from infection with SARS-CoV-2 virus or correspond to manifestations of systemic involvement caused by the disease or the therapies applied. Material and Methods: A search was carried out in the Lilacs, Scielo, Livivo and Pubmed databases, resulting in a total of 543 articles. Twenty-five studies that met the previously established inclusion and exclusion criteria were included. Data analysis was performed using descriptive and inferential statistics. Results: The study includes a sample of 90 patients, 44 males and 46 females, aged between 16 and 88 years, with a mean age of 47.11 +/- 1.92 years. Of these, 73 had mild to moderate illness, while the remaining were hospitalized. Only 29 patients had comorbidities (32.3%) and 52 had systemic manifestations (57.8%). The most common oral manifestations include ulcers (64.4%), mucositis (14.4%) and petechiae (11.1%), the most frequent location being the tongue (28.9%), followed by the palate (26.7%), lips (17.8%) and oral mucosa (14.4%). There’s no relationship between the presence of these manifestations, age, sex, the presence of comorbidities and the severity of the disease. There’s also no relationship between the presence of mucositis and petechiae and the treatment of systemic manifestations. However, there was an association between the presence of ulcers and the treatment of systemic manifestations. Most patients with ulcerated lesions didn’t undergo treatment for systemic manifestations. Conclusion: The presence of oral lesions in patients with COVID-19 doesn’t seem to be related to the drugs used in the treatment of this disease and is also independent of the patient's systemic health and the severity of the disease. These lesions may be caused by infection with SARS- CoV-2 virus, although they may also be related to the development of secondary infections, mainly viral or fungal.Freitas, Filipe Marinho FerrazCaramês, João Manuel MendesRepositório da Universidade de LisboaOliveira, Mariana Dos Santos Fernandes2023-01-12T15:52:55Z2022-07-272022-07-27T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/55836TID:203102827porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T17:03:04Zoai:repositorio.ul.pt:10451/55836Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:06:26.270139Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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