Caracterização clinicopatológica de uma série de casos de leucoplasia verrucosa proliferativa numa clínica universitária portuguesa

• Autor(a) principal: Castro, Catarina Alexandra Dias Amaral de
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/55741
• topic: Teses de mestrado - 2022; Saúde Oral

Introdução: A leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP) é uma alteração patológica da mucosa oral com elevado potencial de malignização. Caracteriza-se pela presença de múltiplas placas esbranquiçadas, não associadas a nenhum fator etiológico conhecido. O caráter multifocal, proliferativo e recidivante destas lesões dificulta o seu tratamento médico ou cirúrgico. Objetivo: Realizar uma análise descritiva das características demográficas, clínicas e histológicas de uma série de oito casos clínicos de LVP. Material e Métodos: Procedeu-se à consulta dos processos clínicos dos doentes com diagnóstico de LVP acompanhados no Departamento de Cirurgia e Medicina Oral da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa nos últimos 10 anos. Foram ainda consultados os relatórios dos exames anatomopatológicos das biópsias realizadas nestes doentes. Resultados: Todos os indivíduos são leucodérmicos. A média de idades é 65.63±14.42 anos, com 50.0% mulheres e 50.0% homens. 37.5% são fumadores e 75.0% apresentam hábitos alcoólicos. O tempo de seguimento clínico médio é de 2.19±1.67 anos. Clinicamente, observam-se entre três e seis lesões, com dimensões a partir de 2 centímetros. O aspeto verrucoso é mais frequente e a localização preferencial é a gengiva, rebordo alveolar edêntulo e mucosa jugal. Histopatologicamente, observa-se frequentemente hiperqueratose, infiltrado inflamatório liquenóide, hiperplasia e acantose. A presença de displasia epitelial foi registada em 62.5% dos casos e a malignização em 12.5%. Discussão: Os resultados desta investigação assemelham-se, de um modo geral, aos descritos na literatura. No entanto, a amostra reduzida poderá não ter permitido confirmar a predileção pelo sexo feminino desta entidade patológica. Já o curto período de acompanhamento clínico justificará a menor taxa de transformação maligna registada neste estudo. Conclusão: Os doentes deverão frequentar consultas de controlo regulares, havendo indicação para a realização de uma biópsia sempre que se verifique uma alteração suspeita das lesões. O médico dentista desempenha um papel fundamental no diagnóstico precoce de cancro oral.