MULHERES, MÁQUINAS E MONSTROS - O Lugar do Outro na Ficção Científica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Ana Carolina Fiuza
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/75723
Resumo: Esta dissertação discute as relações de alteridade presentes na literatura de ficção científica. Isto é feito a partir de dois eixos fundamentais para o género: as representações da mulher e do universo feminino, assim como suas relações com a tecnologia e entrelaçamentos com a máquina. Apesar de historicamente excluídas do pensamento científico, considerado um território de domínio masculino, as mulheres desde cedo protagonizaram o imaginário tecnológico – seja no desenvolvimento de uma relação íntima com essas inovações, a partir da industrialização dos lares, seja na criação de obras ficcionais que expressem, imaginativamente, a experiência feminina diante das novas ciências e tecnologias. Neste trabalho, é promovida uma articulação entre esses dois campos – o “real” e o imaginativo – a partir de três narrativas, representativas de períodos distintos na história da ficção científica norte-americana: “No Woman Born” (1944), de C. L. Moore, “The Girl Who Was Plugged In” (1973), de James Tiptree Jr., e “Bloodchild” (1984), de Octavia Butler. As obras têm em comum o facto de serem escritas por mulheres, com temáticas e personagens femininas. Elas possuem, portanto, uma dupla alteridade: ser mulher em um campo tradicionalmente associado ao género masculino, e a introdução de temáticas próprias ao universo feminino em uma grande narrativa – a História (oficial) da Ciência – também tradicionalmente protagonizada pelos homens. Amparada pelas reflexões de Richard Kearney acerca da alteridade, e do diálogo estabelecido com pensadores como Julia Kristeva, Paul Ricoeur e Jacques Derrida, entre outros – assim como por autores ligados aos (Feminist) Science Fiction Studies – a perspectiva fundamental deste trabalho é perceber como essas narrativas podem ser vistas como um retrato sócio-cultural de uma época, assim como refletem os papéis exercidos pelas mulheres na vida dessas sociedades. Dessa forma, considera-se que as obras de ficção científica feminina – e mais tarde feminista – inserem também as mulheres na história e no futuro das ciências e tecnologias.
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Neste trabalho, é promovida uma articulação entre esses dois campos – o “real” e o imaginativo – a partir de três narrativas, representativas de períodos distintos na história da ficção científica norte-americana: “No Woman Born” (1944), de C. L. Moore, “The Girl Who Was Plugged In” (1973), de James Tiptree Jr., e “Bloodchild” (1984), de Octavia Butler. As obras têm em comum o facto de serem escritas por mulheres, com temáticas e personagens femininas. Elas possuem, portanto, uma dupla alteridade: ser mulher em um campo tradicionalmente associado ao género masculino, e a introdução de temáticas próprias ao universo feminino em uma grande narrativa – a História (oficial) da Ciência – também tradicionalmente protagonizada pelos homens. Amparada pelas reflexões de Richard Kearney acerca da alteridade, e do diálogo estabelecido com pensadores como Julia Kristeva, Paul Ricoeur e Jacques Derrida, entre outros – assim como por autores ligados aos (Feminist) Science Fiction Studies – a perspectiva fundamental deste trabalho é perceber como essas narrativas podem ser vistas como um retrato sócio-cultural de uma época, assim como refletem os papéis exercidos pelas mulheres na vida dessas sociedades. Dessa forma, considera-se que as obras de ficção científica feminina – e mais tarde feminista – inserem também as mulheres na história e no futuro das ciências e tecnologias.This dissertation discusses the relations of alterity present in the literature of science fiction. This is done from two fundamental axes for the genre: the representations of the woman and the feminine universe, as well as its relations with the technology and interweaving with the machine. Although historically excluded from scientific thinking, considered a territory of male dominance, women at an early stage played an important role in the technological imaginary – whether in the development of an intimate relationship with these innovations, through the industrialization of homes, or in the creation of fictional works expressing imaginatively the feminine experience in the face of the new sciences and technologies. In this work, an articulation between these two fields – the “real” and the imaginative – is promoted out of three narratives, representative of distinct periods in the history of American science fiction: “No Woman Born” (1944) by CL Moore, “The Girl Who Was Plugged In” (1973) by James Tiptree Jr., and “Bloodchild” (1984) by Octavia Butler. These works have in common the fact that they are written by women, with feminine themes and characters. They have, therefore, a double alterity: to be a woman in a field traditionally associated with the masculine gender, and the introduction of specific feminine themes in a great narrative – the (official) History of Science – also traditionally carried out by men. Supported by Richard Kearney’s reflections on alterity, and the dialogue established with thinkers such as Julia Kristeva, Paul Ricoeur and Jacques Derrida, among others – as well as by authors related to (Feminist) Science Fiction Studies – the fundamental perspective of this work is to perceive how these narratives can be seen as a socio-cultural picture of an era, just as they reflect the roles played by women in these societies. In this way, it is considered that the works of female – and later feminist – science fiction writers also include women in the history and future of science and technology.Rosa, Jorge MartinsRUNFernandes, Ana Carolina Fiuza2022-05-29T00:31:17Z2019-05-292019-04-112019-05-29T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/75723TID:202251772porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:34:38Zoai:run.unl.pt:10362/75723Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:35:33.950640Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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