Ética hacker e utopística: tecnologia e ativismo na ficção científica contemporânea
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/9115 |
Resumo: | As revoltas populares ocorridas na década de 1960 ao redor do mundo e as transformações tecnológicas da década de 1970, como o advento do computador pessoal, constituem o início de uma crise de paradigma que dá o tom do nosso presente e também do nosso futuro, reconfigurando a realidade humana como em nenhum outro momento histórico. A interação entre homem e máquina se estreita de forma inédita, e a chegada da Internet permite à globalização trabalhar a todo vapor. Ergue-se um novo sistema mundial de dominação, o chamado Império, segundo Hardt e Negri. Nessa conjuntura global do mundo, figuras específicas ganham proeminência: o cientista, o hacker e o ativista. Na literatura de ficção científica, eles se unem ao ciborgue, protagonista do subgênero cyberpunk e da teoria do ciborgue da bióloga Donna Haraway, que vai tirá-lo dos braços do militarismo e do patriarcado para remontá-lo como um mito utópico pós-feminista. Por meio do acoplamento da Ética Hacker ao mito do ciborgue, defendemos o mito do hacktivista como de suma importância para desafiar a supremacia do Império. Analisando a ficção curta de Ursula K. Le Guin, William Gibson e Cory Doctorow, buscamos demonstrar como a articulação da tecnologia e da ciência com a ação do indivíduo são fundamentais para fomentar a resistência contra o sistema mundial opressivo. A ação individual, o livre arbítrio, como afirma Wallerstein, adquire uma amplitude única no contexto hodierno: movido pela mentalidade utópica e pela luta democrática, o indivíduo se funde ao computador e ao potencial descentralizador da Internet para adotar uma identidade ciborguiana militante, o hacktivista |
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