Ética hacker e utopística: tecnologia e ativismo na ficção científica contemporânea

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Castro, Eduardo Andrade Barbosa de
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/9115
Resumo: As revoltas populares ocorridas na década de 1960 ao redor do mundo e as transformações tecnológicas da década de 1970, como o advento do computador pessoal, constituem o início de uma crise de paradigma que dá o tom do nosso presente e também do nosso futuro, reconfigurando a realidade humana como em nenhum outro momento histórico. A interação entre homem e máquina se estreita de forma inédita, e a chegada da Internet permite à globalização trabalhar a todo vapor. Ergue-se um novo sistema mundial de dominação, o chamado Império, segundo Hardt e Negri. Nessa conjuntura global do mundo, figuras específicas ganham proeminência: o cientista, o hacker e o ativista. Na literatura de ficção científica, eles se unem ao ciborgue, protagonista do subgênero cyberpunk e da teoria do ciborgue da bióloga Donna Haraway, que vai tirá-lo dos braços do militarismo e do patriarcado para remontá-lo como um mito utópico pós-feminista. Por meio do acoplamento da Ética Hacker ao mito do ciborgue, defendemos o mito do hacktivista como de suma importância para desafiar a supremacia do Império. Analisando a ficção curta de Ursula K. Le Guin, William Gibson e Cory Doctorow, buscamos demonstrar como a articulação da tecnologia e da ciência com a ação do indivíduo são fundamentais para fomentar a resistência contra o sistema mundial opressivo. A ação individual, o livre arbítrio, como afirma Wallerstein, adquire uma amplitude única no contexto hodierno: movido pela mentalidade utópica e pela luta democrática, o indivíduo se funde ao computador e ao potencial descentralizador da Internet para adotar uma identidade ciborguiana militante, o hacktivista
id UFF-2_a2b832c3fcfcfaa0e80fe306d2b024a4
oai_identifier_str oai:app.uff.br:1/9115
network_acronym_str UFF-2
network_name_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository_id_str 2120
spelling Ética hacker e utopística: tecnologia e ativismo na ficção científica contemporâneaFicção científicaCiborgueHackerAtivismoFicção científicaHackerFicção americanaTecnologiaScience fictionCyborgHackerActivismAs revoltas populares ocorridas na década de 1960 ao redor do mundo e as transformações tecnológicas da década de 1970, como o advento do computador pessoal, constituem o início de uma crise de paradigma que dá o tom do nosso presente e também do nosso futuro, reconfigurando a realidade humana como em nenhum outro momento histórico. A interação entre homem e máquina se estreita de forma inédita, e a chegada da Internet permite à globalização trabalhar a todo vapor. Ergue-se um novo sistema mundial de dominação, o chamado Império, segundo Hardt e Negri. Nessa conjuntura global do mundo, figuras específicas ganham proeminência: o cientista, o hacker e o ativista. Na literatura de ficção científica, eles se unem ao ciborgue, protagonista do subgênero cyberpunk e da teoria do ciborgue da bióloga Donna Haraway, que vai tirá-lo dos braços do militarismo e do patriarcado para remontá-lo como um mito utópico pós-feminista. Por meio do acoplamento da Ética Hacker ao mito do ciborgue, defendemos o mito do hacktivista como de suma importância para desafiar a supremacia do Império. Analisando a ficção curta de Ursula K. Le Guin, William Gibson e Cory Doctorow, buscamos demonstrar como a articulação da tecnologia e da ciência com a ação do indivíduo são fundamentais para fomentar a resistência contra o sistema mundial opressivo. A ação individual, o livre arbítrio, como afirma Wallerstein, adquire uma amplitude única no contexto hodierno: movido pela mentalidade utópica e pela luta democrática, o indivíduo se funde ao computador e ao potencial descentralizador da Internet para adotar uma identidade ciborguiana militante, o hacktivistaThe popular insurgencies the world saw during the 1960's and the technological advances the 1970's brought, being the personal computer the most important to our purposes, establish the onset of a paradigm shift that marks our present day and will mark our future, reconfiguring human reality as in no other moment in History. Man-machine interaction becomes intimate, and the emergence of the internet speeds the pace of globalization. A new world system of domination rises: the Empire, as theorized by Hardt and Negri. In this global conjuncture of the world, specific actors come into play: the scientist, the hacker and the activist. In science-fiction literature, they join the cyborg, a key player in the cyberpunk subgenre and in Donna Haraway's cyborg theory: she kidnaps him from the military and the patriarchy to reassemble him as a post-feminist utopian myth. By merging the cyborg myth with the Hacker Ethic, our goal is to defend the hacktivist myth as fundamental to challenge the sovereignty of the Empire. While analyzing the short fiction of science-fiction writers Ursula K. Le Guin, William Gibson and Cory Doctorow, we aim to demonstrate how crucial it is to articulate technology and science with individual action in order to incite resistance against the oppressive world-system. Individual action, the "free will" factor, in Wallerstein's words, can have a great impact in the world: moved by a utopian mindset and by the fight for democracy, the individual becomes one with the computer and with the decentralizing potential of the internet in order to adopt a cyborg identity, the hacktivist94f.Torres, SoniaCardoso, André Cabral de AlmeidaGomes, Anderson SoaresCastro, Eduardo Andrade Barbosa de2019-04-05T12:38:50Z2019-04-05T12:38:50Z2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/9115openAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-11-09T00:27:00Zoai:app.uff.br:1/9115Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202021-11-09T00:27Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
dc.title.none.fl_str_mv Ética hacker e utopística: tecnologia e ativismo na ficção científica contemporânea
title Ética hacker e utopística: tecnologia e ativismo na ficção científica contemporânea
spellingShingle Ética hacker e utopística: tecnologia e ativismo na ficção científica contemporânea
Castro, Eduardo Andrade Barbosa de
Ficção científica
Ciborgue
Hacker
Ativismo
Ficção científica
Hacker
Ficção americana
Tecnologia
Science fiction
Cyborg
Hacker
Activism
title_short Ética hacker e utopística: tecnologia e ativismo na ficção científica contemporânea
title_full Ética hacker e utopística: tecnologia e ativismo na ficção científica contemporânea
title_fullStr Ética hacker e utopística: tecnologia e ativismo na ficção científica contemporânea
title_full_unstemmed Ética hacker e utopística: tecnologia e ativismo na ficção científica contemporânea
title_sort Ética hacker e utopística: tecnologia e ativismo na ficção científica contemporânea
author Castro, Eduardo Andrade Barbosa de
author_facet Castro, Eduardo Andrade Barbosa de
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Torres, Sonia
Cardoso, André Cabral de Almeida
Gomes, Anderson Soares
dc.contributor.author.fl_str_mv Castro, Eduardo Andrade Barbosa de
dc.subject.por.fl_str_mv Ficção científica
Ciborgue
Hacker
Ativismo
Ficção científica
Hacker
Ficção americana
Tecnologia
Science fiction
Cyborg
Hacker
Activism
topic Ficção científica
Ciborgue
Hacker
Ativismo
Ficção científica
Hacker
Ficção americana
Tecnologia
Science fiction
Cyborg
Hacker
Activism
description As revoltas populares ocorridas na década de 1960 ao redor do mundo e as transformações tecnológicas da década de 1970, como o advento do computador pessoal, constituem o início de uma crise de paradigma que dá o tom do nosso presente e também do nosso futuro, reconfigurando a realidade humana como em nenhum outro momento histórico. A interação entre homem e máquina se estreita de forma inédita, e a chegada da Internet permite à globalização trabalhar a todo vapor. Ergue-se um novo sistema mundial de dominação, o chamado Império, segundo Hardt e Negri. Nessa conjuntura global do mundo, figuras específicas ganham proeminência: o cientista, o hacker e o ativista. Na literatura de ficção científica, eles se unem ao ciborgue, protagonista do subgênero cyberpunk e da teoria do ciborgue da bióloga Donna Haraway, que vai tirá-lo dos braços do militarismo e do patriarcado para remontá-lo como um mito utópico pós-feminista. Por meio do acoplamento da Ética Hacker ao mito do ciborgue, defendemos o mito do hacktivista como de suma importância para desafiar a supremacia do Império. Analisando a ficção curta de Ursula K. Le Guin, William Gibson e Cory Doctorow, buscamos demonstrar como a articulação da tecnologia e da ciência com a ação do indivíduo são fundamentais para fomentar a resistência contra o sistema mundial opressivo. A ação individual, o livre arbítrio, como afirma Wallerstein, adquire uma amplitude única no contexto hodierno: movido pela mentalidade utópica e pela luta democrática, o indivíduo se funde ao computador e ao potencial descentralizador da Internet para adotar uma identidade ciborguiana militante, o hacktivista
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013
2019-04-05T12:38:50Z
2019-04-05T12:38:50Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://app.uff.br/riuff/handle/1/9115
url https://app.uff.br/riuff/handle/1/9115
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv openAccess
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
CC-BY-SA
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv openAccess
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
CC-BY-SA
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron:UFF
instname_str Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron_str UFF
institution UFF
reponame_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
collection Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)
repository.mail.fl_str_mv riuff@id.uff.br
_version_ 1802135320974589952