Marcadores inflamatórios como potenciais preditores da doença hipertensiva na gravidez
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/11374 |
Resumo: | Introdução: As doenças hipertensivas da gravidez complicam até 10% das gestações, sendo a principal causa de morbimortalidade materno-fetal no mundo desenvolvido, quer por restrição do crescimento intrauterino quer pelas complicações secundárias à prematuridade. Este grupo heterogéneo de distúrbios inclui a hipertensão crónica, hipertensão gestacional (HG), pré-eclâmpsia (PE) e eclâmpsia. Dada a alta prevalência e complicações associadas, a identificação das grávidas em risco é crucial para uma vigilância intensiva e instituição de medidas profiláticas. Sendo a gravidez um estado de stress inflamatório controlado, alguns marcadores inflamatórios têm sido, recentemente, associados ao desenvolvimento de patologias obstétricas. Contudo, o papel da inflamação na HG e PE permanece pouco estudado. Objetivos: Este estudo pretende investigar as complicações materno-fetais associadas à HG e à PE e estudar o valor dos marcadores inflamatórios como fatores preditores destes distúrbios, numa fase inicial da gravidez. Métodos: Estudo transversal, retrospetivo, de todas as primigestas cujo parto ocorreu no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira, desde janeiro de 2015 a dezembro de 2019. Foram excluídas grávidas com doença prévia ou ausência de informação sobre a gravidez. Com recurso aos processos clínicos, foram obtidos os valores do hemograma completo do primeiro trimestre e informação referente à evolução da gravidez. Calculou-se o rácio neutrófilos-linfócitos (NLR), rácio plaquetas-linfócitos (PLR), rácio neutrófilos-plaquetas (NPR) e o índice inflamatório sistémico (SII). O grupo controlo de normotensas (n=514) foi comparado ao grupo de grávidas com HG isolada (n=20) e ao grupo de grávidas com PE (n=15). A análise estatística foi efetuada com recurso ao software SPSS 25.0, ao nível de significância de 0,05. Resultados: Em 6,4% (n=35) das grávidas foi documentada doença hipertensiva. A HG isolada ocorreu em 3,6% (n=20) das grávidas e a PE em 2,7% (n=15) e associaram-se, de forma independente, a piores outcomes materno-fetais. No grupo de grávidas com HG, o valor dos leucócitos (P=0,02) e neutrófilos (P=0,01) foi significativamente maior, assim como o NPR (P=0,04). No grupo com PE, os leucócitos (P=0,005), neutrófilos (P=0,004), NLR (P=0,04) e SII (P=0,02) mostraram-se significativamente mais elevados. Não foi encontrada associação significativa entre o PLR e o desenvolvimento de HG ou PE. Conclusões: Índices inflamatórios elevados estão significativamente associados ao desenvolvimento de HG e PE e podem ser marcadores úteis, com bom custo-benefício, para identificar, precocemente, mulheres de alto risco. São, no entanto, necessários estudos com maior robustez científica para verificar estas correlações. |
id |
RCAP_4516d5fb7a72d9f9ad6ac9ae0642d9b1 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/11374 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Marcadores inflamatórios como potenciais preditores da doença hipertensiva na gravidezDoenças Hipertensivas da GravidezGravidez de Alto RiscoHipertensão GestacionalMarcadores InflamatóriosPréeclâmpsiaDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: As doenças hipertensivas da gravidez complicam até 10% das gestações, sendo a principal causa de morbimortalidade materno-fetal no mundo desenvolvido, quer por restrição do crescimento intrauterino quer pelas complicações secundárias à prematuridade. Este grupo heterogéneo de distúrbios inclui a hipertensão crónica, hipertensão gestacional (HG), pré-eclâmpsia (PE) e eclâmpsia. Dada a alta prevalência e complicações associadas, a identificação das grávidas em risco é crucial para uma vigilância intensiva e instituição de medidas profiláticas. Sendo a gravidez um estado de stress inflamatório controlado, alguns marcadores inflamatórios têm sido, recentemente, associados ao desenvolvimento de patologias obstétricas. Contudo, o papel da inflamação na HG e PE permanece pouco estudado. Objetivos: Este estudo pretende investigar as complicações materno-fetais associadas à HG e à PE e estudar o valor dos marcadores inflamatórios como fatores preditores destes distúrbios, numa fase inicial da gravidez. Métodos: Estudo transversal, retrospetivo, de todas as primigestas cujo parto ocorreu no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira, desde janeiro de 2015 a dezembro de 2019. Foram excluídas grávidas com doença prévia ou ausência de informação sobre a gravidez. Com recurso aos processos clínicos, foram obtidos os valores do hemograma completo do primeiro trimestre e informação referente à evolução da gravidez. Calculou-se o rácio neutrófilos-linfócitos (NLR), rácio plaquetas-linfócitos (PLR), rácio neutrófilos-plaquetas (NPR) e o índice inflamatório sistémico (SII). O grupo controlo de normotensas (n=514) foi comparado ao grupo de grávidas com HG isolada (n=20) e ao grupo de grávidas com PE (n=15). A análise estatística foi efetuada com recurso ao software SPSS 25.0, ao nível de significância de 0,05. Resultados: Em 6,4% (n=35) das grávidas foi documentada doença hipertensiva. A HG isolada ocorreu em 3,6% (n=20) das grávidas e a PE em 2,7% (n=15) e associaram-se, de forma independente, a piores outcomes materno-fetais. No grupo de grávidas com HG, o valor dos leucócitos (P=0,02) e neutrófilos (P=0,01) foi significativamente maior, assim como o NPR (P=0,04). No grupo com PE, os leucócitos (P=0,005), neutrófilos (P=0,004), NLR (P=0,04) e SII (P=0,02) mostraram-se significativamente mais elevados. Não foi encontrada associação significativa entre o PLR e o desenvolvimento de HG ou PE. Conclusões: Índices inflamatórios elevados estão significativamente associados ao desenvolvimento de HG e PE e podem ser marcadores úteis, com bom custo-benefício, para identificar, precocemente, mulheres de alto risco. São, no entanto, necessários estudos com maior robustez científica para verificar estas correlações.Introduction: Hypertensive disorders of pregnancy complicate up to 10% of pregnancies, being the leading cause of maternal-fetal morbimortality in the developed world, due to either intrauterine growth restriction or complications secondary to prematurity. This heterogeneous group of disorders includes chronic hypertension, gestational hypertension (GH), pre-eclampsia (PE), and eclampsia. Given the high prevalence and complications associated, identifying women at risk is crucial for intensive surveillance and prophylactic interventions. Being pregnancy a state of controlled inflammatory stress, some inflammatory markers have recently been correlated with obstetric pathologies. However, the role of inflammation in GH and PE remains little explored. Objectives: This study aims to investigate the adverse maternal-fetal outcomes of GH and PE and study the value of inflammatory markers in predicting these disorders at early stages. Methods: Retrospective, cross-sectional, study of all primigravidas given birth at Universitary Hospital Centre of Cova da Beira, from January 2015 until December 2019. Women with pre-pregnancy diseases or missing information were excluded. First-trimester complete blood count results, routine blood pressure and perinatal outcomes were assessed through hospital records. Neutrophil-to-lymphocyte ratio (NLR), platelet-to-lymphocyte ratio (PLR), neutrophil-to-platelet ratio (NPR) and systemic immune-inflammation index (SII) were calculated. Normotensive controls (n=514) were compared to isolated GH cases (n=20) and PE cases (n=15). Statistical analysis was performed using SPSS 25.0 software, with a significance level of 0,05. Results: Hypertensive disorders were documented in 6,4% (n=35) of all pregnancies. GH occurred in 3,6% (n=20) of pregnancies and PE in 2,7% (n=15) and both were independently associated with adverse maternal-fetal outcomes. Leukocytes (P=0.02) and neutrophils (P=0.01) were significantly increased in the GH group, as well as NPR (P=0.04). In the PE group, leukocytes (P=0,005), neutrophils (P=0,004), NLR (P=0.04) and SII (P=0.02) were significantly higher. No statistically significant difference was found between PLR and the development of GH or PE. Conclusions: Higher inflammatory indices were associated with both GH and PE and might be useful, cost-effective, markers for early identification of higher-risk women. Nonetheless, more robust studies are needed to assure these correlations.Moutinho, José Alberto FonsecaNunes, Sara Monteiro Morgado DiasuBibliorumCouto, Inês Barreira do2021-12-02T14:32:48Z2021-07-212021-05-062021-07-21T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/11374TID:202789306porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:53:49Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/11374Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:51:11.014Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Marcadores inflamatórios como potenciais preditores da doença hipertensiva na gravidez |
title |
Marcadores inflamatórios como potenciais preditores da doença hipertensiva na gravidez |
spellingShingle |
Marcadores inflamatórios como potenciais preditores da doença hipertensiva na gravidez Couto, Inês Barreira do Doenças Hipertensivas da Gravidez Gravidez de Alto Risco Hipertensão Gestacional Marcadores Inflamatórios Préeclâmpsia Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina |
title_short |
Marcadores inflamatórios como potenciais preditores da doença hipertensiva na gravidez |
title_full |
Marcadores inflamatórios como potenciais preditores da doença hipertensiva na gravidez |
title_fullStr |
Marcadores inflamatórios como potenciais preditores da doença hipertensiva na gravidez |
title_full_unstemmed |
Marcadores inflamatórios como potenciais preditores da doença hipertensiva na gravidez |
title_sort |
Marcadores inflamatórios como potenciais preditores da doença hipertensiva na gravidez |
author |
Couto, Inês Barreira do |
author_facet |
Couto, Inês Barreira do |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Moutinho, José Alberto Fonseca Nunes, Sara Monteiro Morgado Dias uBibliorum |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Couto, Inês Barreira do |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Doenças Hipertensivas da Gravidez Gravidez de Alto Risco Hipertensão Gestacional Marcadores Inflamatórios Préeclâmpsia Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina |
topic |
Doenças Hipertensivas da Gravidez Gravidez de Alto Risco Hipertensão Gestacional Marcadores Inflamatórios Préeclâmpsia Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina |
description |
Introdução: As doenças hipertensivas da gravidez complicam até 10% das gestações, sendo a principal causa de morbimortalidade materno-fetal no mundo desenvolvido, quer por restrição do crescimento intrauterino quer pelas complicações secundárias à prematuridade. Este grupo heterogéneo de distúrbios inclui a hipertensão crónica, hipertensão gestacional (HG), pré-eclâmpsia (PE) e eclâmpsia. Dada a alta prevalência e complicações associadas, a identificação das grávidas em risco é crucial para uma vigilância intensiva e instituição de medidas profiláticas. Sendo a gravidez um estado de stress inflamatório controlado, alguns marcadores inflamatórios têm sido, recentemente, associados ao desenvolvimento de patologias obstétricas. Contudo, o papel da inflamação na HG e PE permanece pouco estudado. Objetivos: Este estudo pretende investigar as complicações materno-fetais associadas à HG e à PE e estudar o valor dos marcadores inflamatórios como fatores preditores destes distúrbios, numa fase inicial da gravidez. Métodos: Estudo transversal, retrospetivo, de todas as primigestas cujo parto ocorreu no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira, desde janeiro de 2015 a dezembro de 2019. Foram excluídas grávidas com doença prévia ou ausência de informação sobre a gravidez. Com recurso aos processos clínicos, foram obtidos os valores do hemograma completo do primeiro trimestre e informação referente à evolução da gravidez. Calculou-se o rácio neutrófilos-linfócitos (NLR), rácio plaquetas-linfócitos (PLR), rácio neutrófilos-plaquetas (NPR) e o índice inflamatório sistémico (SII). O grupo controlo de normotensas (n=514) foi comparado ao grupo de grávidas com HG isolada (n=20) e ao grupo de grávidas com PE (n=15). A análise estatística foi efetuada com recurso ao software SPSS 25.0, ao nível de significância de 0,05. Resultados: Em 6,4% (n=35) das grávidas foi documentada doença hipertensiva. A HG isolada ocorreu em 3,6% (n=20) das grávidas e a PE em 2,7% (n=15) e associaram-se, de forma independente, a piores outcomes materno-fetais. No grupo de grávidas com HG, o valor dos leucócitos (P=0,02) e neutrófilos (P=0,01) foi significativamente maior, assim como o NPR (P=0,04). No grupo com PE, os leucócitos (P=0,005), neutrófilos (P=0,004), NLR (P=0,04) e SII (P=0,02) mostraram-se significativamente mais elevados. Não foi encontrada associação significativa entre o PLR e o desenvolvimento de HG ou PE. Conclusões: Índices inflamatórios elevados estão significativamente associados ao desenvolvimento de HG e PE e podem ser marcadores úteis, com bom custo-benefício, para identificar, precocemente, mulheres de alto risco. São, no entanto, necessários estudos com maior robustez científica para verificar estas correlações. |
publishDate |
2021 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2021-12-02T14:32:48Z 2021-07-21 2021-05-06 2021-07-21T00:00:00Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10400.6/11374 TID:202789306 |
url |
http://hdl.handle.net/10400.6/11374 |
identifier_str_mv |
TID:202789306 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799136401265000448 |