Estimulação cerebral profunda : passado, presente e futuro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Diogo António Miranda dos
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/1099
Resumo: A estimulação cerebral profunda é uma técnica neurocirúrgica que consiste na estimulação elétrica de determinadas áreas subcorticais, através de elétrodos implantados cirurgicamente. O seu objetivo é reequilibrar circuitos neuronais danificados, cujas alterações podem determinar défices neurológicos ou problemas comportamentais [1]. Apesar da estimulação crónica de estruturas subcorticais ter começado no início da década de 50, logo após a introdução da cirurgia estereotáxica em humanos [2], a era moderna da estimulação cerebral profunda “nasceu” em 1987 pela mão de Benabid e da sua equipa, quando comparou a estimulação estereotáxica do núcleo ventral intermédio do Tálamo à talamotomia contralateral para o tratamento dos sintomas motores da doença de Parkinson [3]. Estudos subsequentes comprovaram que a estimulação do tálamo é mais eficaz e segura que a cirurgia ablativa. Este perfil de segurança, associado à adaptabilidade e reversibilidade, levou a um abandono gradual das técnicas lesionais em detrimento da estimulação cerebral profunda. Graças a estas características, nos anos seguintes, e até aos dias de hoje, esta técnica foi ganhando uma nova preponderância, e levou a que fossem sendo abordadas novas áreas de estimulação e explorado o seu impacto noutras patologias. A estimulação cerebral profunda tem aprovação pela US Food and Drug Administration no tratamento dos sintomas incapacitantes do tremor essencial e da doença de Parkinson avançada, estando também aprovada, a título de dispositivo de uso compassivo, para a distonia e transtorno obsessivo compulsivo. Na Europa, a todas as patologias supracitadas, soma-se a epilepsia [4]. A esta lista, espera-se que se juntem outras patologias como a depressão, dor crónica e obesidade, entre outras. Assim, o objetivo deste trabalho é descrever de modo sucinto como evoluiu esta técnica ao longo dos anos, assim como averiguar em que áreas está a suscitar interesse atualmente e avaliar os seus resultados. Métodos: Foram recolhidos artigos publicados na base de dados PUBMED com o termo “Deep Brain Stimulation”. Este termo foi cruzado com as demais palavras-chave. Procedeu-se à seleção dos artigos mais pertinentes com a palavra “Stimulation” no título, e ainda artigos referenciados naqueles originalmente escolhidos. Foi também incluída outra bibliografia considerada relevante ao assunto em estudo. Conclusão: A estimulação cerebral profunda já provou ser segura e eficaz na abordagem a várias patologias e poderá revolucionar o tratamento de muitas outras, ainda que haja muito trabalho a fazer sobre o mecanismo de ação da técnica, definição dos melhores alvos e seleção dos pacientes.
id RCAP_48b31b4110f2a0f8b03b2500bbdc3a94
oai_identifier_str oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1099
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Estimulação cerebral profunda : passado, presente e futuroEstimulação cerebral profundaDoença de Parkinson - DistoniaEpilepsiaDistúrbios motoresDoença de AlzheimerA estimulação cerebral profunda é uma técnica neurocirúrgica que consiste na estimulação elétrica de determinadas áreas subcorticais, através de elétrodos implantados cirurgicamente. O seu objetivo é reequilibrar circuitos neuronais danificados, cujas alterações podem determinar défices neurológicos ou problemas comportamentais [1]. Apesar da estimulação crónica de estruturas subcorticais ter começado no início da década de 50, logo após a introdução da cirurgia estereotáxica em humanos [2], a era moderna da estimulação cerebral profunda “nasceu” em 1987 pela mão de Benabid e da sua equipa, quando comparou a estimulação estereotáxica do núcleo ventral intermédio do Tálamo à talamotomia contralateral para o tratamento dos sintomas motores da doença de Parkinson [3]. Estudos subsequentes comprovaram que a estimulação do tálamo é mais eficaz e segura que a cirurgia ablativa. Este perfil de segurança, associado à adaptabilidade e reversibilidade, levou a um abandono gradual das técnicas lesionais em detrimento da estimulação cerebral profunda. Graças a estas características, nos anos seguintes, e até aos dias de hoje, esta técnica foi ganhando uma nova preponderância, e levou a que fossem sendo abordadas novas áreas de estimulação e explorado o seu impacto noutras patologias. A estimulação cerebral profunda tem aprovação pela US Food and Drug Administration no tratamento dos sintomas incapacitantes do tremor essencial e da doença de Parkinson avançada, estando também aprovada, a título de dispositivo de uso compassivo, para a distonia e transtorno obsessivo compulsivo. Na Europa, a todas as patologias supracitadas, soma-se a epilepsia [4]. A esta lista, espera-se que se juntem outras patologias como a depressão, dor crónica e obesidade, entre outras. Assim, o objetivo deste trabalho é descrever de modo sucinto como evoluiu esta técnica ao longo dos anos, assim como averiguar em que áreas está a suscitar interesse atualmente e avaliar os seus resultados. Métodos: Foram recolhidos artigos publicados na base de dados PUBMED com o termo “Deep Brain Stimulation”. Este termo foi cruzado com as demais palavras-chave. Procedeu-se à seleção dos artigos mais pertinentes com a palavra “Stimulation” no título, e ainda artigos referenciados naqueles originalmente escolhidos. Foi também incluída outra bibliografia considerada relevante ao assunto em estudo. Conclusão: A estimulação cerebral profunda já provou ser segura e eficaz na abordagem a várias patologias e poderá revolucionar o tratamento de muitas outras, ainda que haja muito trabalho a fazer sobre o mecanismo de ação da técnica, definição dos melhores alvos e seleção dos pacientes.Universidade da Beira InterioruBibliorumSantos, Diogo António Miranda dos2013-03-25T10:35:35Z2012-052012-05-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1099porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:34Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1099Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:01.580498Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Estimulação cerebral profunda : passado, presente e futuro
title Estimulação cerebral profunda : passado, presente e futuro
spellingShingle Estimulação cerebral profunda : passado, presente e futuro
Santos, Diogo António Miranda dos
Estimulação cerebral profunda
Doença de Parkinson - Distonia
Epilepsia
Distúrbios motores
Doença de Alzheimer
title_short Estimulação cerebral profunda : passado, presente e futuro
title_full Estimulação cerebral profunda : passado, presente e futuro
title_fullStr Estimulação cerebral profunda : passado, presente e futuro
title_full_unstemmed Estimulação cerebral profunda : passado, presente e futuro
title_sort Estimulação cerebral profunda : passado, presente e futuro
author Santos, Diogo António Miranda dos
author_facet Santos, Diogo António Miranda dos
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv uBibliorum
dc.contributor.author.fl_str_mv Santos, Diogo António Miranda dos
dc.subject.por.fl_str_mv Estimulação cerebral profunda
Doença de Parkinson - Distonia
Epilepsia
Distúrbios motores
Doença de Alzheimer
topic Estimulação cerebral profunda
Doença de Parkinson - Distonia
Epilepsia
Distúrbios motores
Doença de Alzheimer
description A estimulação cerebral profunda é uma técnica neurocirúrgica que consiste na estimulação elétrica de determinadas áreas subcorticais, através de elétrodos implantados cirurgicamente. O seu objetivo é reequilibrar circuitos neuronais danificados, cujas alterações podem determinar défices neurológicos ou problemas comportamentais [1]. Apesar da estimulação crónica de estruturas subcorticais ter começado no início da década de 50, logo após a introdução da cirurgia estereotáxica em humanos [2], a era moderna da estimulação cerebral profunda “nasceu” em 1987 pela mão de Benabid e da sua equipa, quando comparou a estimulação estereotáxica do núcleo ventral intermédio do Tálamo à talamotomia contralateral para o tratamento dos sintomas motores da doença de Parkinson [3]. Estudos subsequentes comprovaram que a estimulação do tálamo é mais eficaz e segura que a cirurgia ablativa. Este perfil de segurança, associado à adaptabilidade e reversibilidade, levou a um abandono gradual das técnicas lesionais em detrimento da estimulação cerebral profunda. Graças a estas características, nos anos seguintes, e até aos dias de hoje, esta técnica foi ganhando uma nova preponderância, e levou a que fossem sendo abordadas novas áreas de estimulação e explorado o seu impacto noutras patologias. A estimulação cerebral profunda tem aprovação pela US Food and Drug Administration no tratamento dos sintomas incapacitantes do tremor essencial e da doença de Parkinson avançada, estando também aprovada, a título de dispositivo de uso compassivo, para a distonia e transtorno obsessivo compulsivo. Na Europa, a todas as patologias supracitadas, soma-se a epilepsia [4]. A esta lista, espera-se que se juntem outras patologias como a depressão, dor crónica e obesidade, entre outras. Assim, o objetivo deste trabalho é descrever de modo sucinto como evoluiu esta técnica ao longo dos anos, assim como averiguar em que áreas está a suscitar interesse atualmente e avaliar os seus resultados. Métodos: Foram recolhidos artigos publicados na base de dados PUBMED com o termo “Deep Brain Stimulation”. Este termo foi cruzado com as demais palavras-chave. Procedeu-se à seleção dos artigos mais pertinentes com a palavra “Stimulation” no título, e ainda artigos referenciados naqueles originalmente escolhidos. Foi também incluída outra bibliografia considerada relevante ao assunto em estudo. Conclusão: A estimulação cerebral profunda já provou ser segura e eficaz na abordagem a várias patologias e poderá revolucionar o tratamento de muitas outras, ainda que haja muito trabalho a fazer sobre o mecanismo de ação da técnica, definição dos melhores alvos e seleção dos pacientes.
publishDate 2012
dc.date.none.fl_str_mv 2012-05
2012-05-01T00:00:00Z
2013-03-25T10:35:35Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.6/1099
url http://hdl.handle.net/10400.6/1099
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade da Beira Interior
publisher.none.fl_str_mv Universidade da Beira Interior
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136330468294656