O tempo (invisível) das crianças como recurso da sua cidadania

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Benilde Andrade de
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/3672
Resumo: Este trabalho consiste no relato de um curto trajecto de investigação-acção, baseado nos pressupostos da investigação participativa, no qual exploramos a possibilidade de reconstrução do papel de actor social como investigador actor num processo emergente de promoção da participação infantil numa Escola EB23, onde as Crianças foram desafiadas a estudar o problema do abandono escolar com os Adultos. O processo de investigação-acção foi desencadeado pela problematização das condições de sustentabilidade do protagonismo das Crianças a partir de uma iniciativa de promover a troca de serviços entre crianças, inspirada no Banco de tempo. O grupo de participantes inclui dois Adultos da Escola e as Crianças de uma turma do 6º ano, formada por rapazes e raparigas, entre os 10 e 14 anos, residentes em duas freguesias do Concelho de Águeda, onde o Movimento de Águeda teve grande expressão. Dos procedimentos metodológicos adoptados destacamos a observação participante, as conversas com as crianças e a análise documental. Esta pesquisa, nos permitiu reflectir sobre o impacto de uma abordagem educativa centrada em valores, a partir da prática espontânea de troca de serviços entre Crianças implicadas no ensaio de um “mini-Banco do Tempo” a partir da sala de aula. O papel social das crianças como alunos e a consequente centralidade das tarefas escolares, parecem dificultar a adopção da noção de solidariedade baseada na reciprocidade directa ou indirecta entre pares, o que, por sua vez, dificulta a cooperação entre crianças no desenvolvimento desta iniciativa. A criação de outras condições de uso do tempo e do poder pelas próprias crianças surge assim como condição de possibilidade de reconstrução do ofício das Crianças como participantes activos num novo projecto da Escola que pretende superar os efeitos da desigualdade social.
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