O poema Herberto Helder: Caos e contínuo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, João Pedro Rodrigues de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/65288
Resumo: Análise da obra literária de Herberto Helder, contrapondo a autossuficiência de cada poema à possível existência de um único “poema contínuo”, uma linha semântica percorrendo todos os poemas da obra. Partindo da “arte poética” Photomaton & Vox, como possível chave de leitura, é pensada a sua conceção de poema: a criminalidade, como ato antissocial, apocalíptico, atacando e destruindo o mundo, isolando-se no processo. Esta destruição começa na própria memória do poeta, partindo depois para o Outro, alterado, assassinado, e ironizado, como tudo, alvos do negro riso poético. Este tom irónico duplica o significado de todo o símbolo, dualizando o sentido do poema, tornando impossível a sua leitura plena, encerrando-o, dentro de si mesmo, obscuro, ponto inalcançável para o leitor, que simplesmente sofrerá o mesmo destino do poeta e das suas fontes: a morte, a transformação. Este fracasso na leitura do poema aponta-o para o silêncio, como paz final: ausência da palavra criminosa, estado pré-linguístico onde o mal (do poema e do leitor) seria evitado, onde o poeta, demonizado, seria salvo. Assim sendo, esta dissertação falha.
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