A Guerra Fria Acabou Duas Vezes
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2003 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/1398 |
Resumo: | A guerra fria acabou duas vezes: a primeira, em 25 de Dezembro de 1991, no fim de uma sequência de crises em que se desfez o império soviético, a segunda, em 11 de Setembro de 2001, com os ataques terroristas contra os centros da república imperial, depois de uma década de transição. Os dois momentos são em tudo diferentes. O primeiro representa uma viragem histórica, pois significa, simultânea e cumulativamente, o fim de um século de guerras totais e de revoluções totalitárias, o fim do último império europeu e do primeiro regime ideocrático moderno, e o fim do regime bipolar e da competição estratégica, ideológica e política entre as duas grandes potências vencedoras da II Guerra mundial. O segundo momento é, em comparação, relativamente insignificante. Para lá da tragédia humana, os massacres terroristas de 11 de Setembro não correspondem nem a uma mudança histórica como o fim do comunismo ou de um velho império, nem a uma alteração fundamental na estrutura de distribuição do poder, como o desaparecimento de um dos dois pólos do sistema internacional. No entanto, persiste a impressão inicial de que o 11 de Setembro é um momento de definição. Nesse sentido, se servir para traduzir as mudanças fundamentais do primeiro fim da guerra fria numa revisão do modelo de ordenamento internacional, o 11 de Setembro pode ter sido o fim do fim da guerra fria. |
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