Estudo da biodiversidade de estirpes vínicas de S. cerevisiae

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Ana Raquel Figueiredo
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/10914
Resumo: As fermentações vínicas são constituídas por consórcios microbianos, com diferentes espécies e estirpes de leveduras, onde a Saccharomyces cerevisiae tem um papel fundamental. Assim é importante avaliar a biodiversidade intrínseca das estirpes de S. cerevisiae, por forma a explorar o seu potencial biotecnológico. O objetivo deste trabalho foi estudar a biodiversidade fenotípica e metabólica de S. cerevisiae, com especial enfoque no seu potencial enológico. Para tal, isolaram-se leveduras vínicas endógenas de 4 regiões Demarcadas portuguesas: Alentejo, Bairrada, Douro e Dão. Isolaram-se 1260 leveduras, das quais 883 eram S. cerevisiae. Relativamente à caracterização fenotípica, avaliou-se a capacidade de crescimento de 313 estirpes de S. cerevisiae em 37 condições. As condições de crescimento foram selecionadas por forma a expor a variabilidade intrínseca de S. cerevisiae, e incluíram ainda fenótipos relacionados com o potencial enológico, nomeadamente o crescimento a diferentes temperaturas e na presença de etanol, a produção de H2S, e a tolerância ao cobre e ao dióxido de enxofre. Este estudo evidenciou a existência de 292 fenótipos distintos entre a população estudada. A caracterização metabólica foi focada na análise de metabolitos voláteis produzidos por um conjunto de 4 estirpes de S. cerevisiae: 2 isolados vínicos e 2 estirpes comerciais amplamente utilizadas pela indústria. A análise foi realizada por HS-SPME-GC×GC-ToFMS, onde se identificaram um total de 218 metabolitos, pertencentes a 15 famílias, que são diferencialmente produzidos pelas estirpes analisadas. Quer os álcoois quer os ésteres foram as famílias com maior número de compostos identificados, no entanto foram os compostos terpénicos que apresentaram maior variabilidade inter-estirpe. A análise compreensiva da variabilidade intrinseca de S. cerevisiae agora realizada revelou uma elevada biodiversidade. Além disso, identificou-se um metaboloma volátil de S. cerevisiae até agora desconhecido e que demonstra a importância da continuidade do seu estudo em maior profundidade.
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