Editorial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Aranda da Silva, José
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25756/rpf.v4i3.63
Resumo: A crise económica e financeira alargou-se a grandes países da União Europeia, nomeadamente à Espanha e à Itália. O valor do PIB destes países, no conjunto, ultrapassa o PIB da Alemanha. Esta situação associada ao resultado das eleições em França está a provocar a nível europeu uma reorientação da estratégia que tinha vindo a ser adotada até agora.O impacto económico e social das medidas de austeridade nos países intervencionados tem sido preocupante, com o aumento do desemprego e o abrandamento do crescimento económico para valores não esperados pela «Troika».A anunciada possibilidade da Irlanda renegociar as condições do resgate financeiro pedido em 2010 vai ter consequências em Portugal, que não poderá aceitar ser discriminado.Entretanto, a quarta avaliação do Memorando de Entendimento, efetuada pela «Troika», é referida publicamente como positiva, apesar de não terem sido ainda divulgados os documentos a ela referentes. Não obstante, os dados do primeiro semestre de 2012 referentes ao crescimento económico, ao desemprego e ao défice orçamental são preocupantes e parecem surpreender o próprio Governo, sendo naturalmente objeto de fortes críticas por parte da oposição e de diversas organizações sociais.Neste quadro de instabilidade e de preocupações sobre a evolução económica do país foi anunciado em finais de maio o estabelecimento de um acordo entre a Apifarma e os Ministérios da Economia e Emprego e da Saúde. Este acordo pretende introduzir alguma estabilidade nas relações da indústria farmacêutica com o Governo, mas remanescem contudo ainda, em julho, algumas dúvidas sobre a efetiva aplicabilidade do acordo face à perturbação gerada pelas arrastadas negociações visando o pagamento da dívida vencida acumulada.Foi também publicada, neste período, legislação que regulamenta a Lei 11/2012, de 8 de março, sobre a prescrição por DCI. Esta medida é fortemente contestada pela Ordem dos Médicos e também pela Apifarma e pela Apogen, como representantes da indústria farmacêutica, que invocam razões diferentes nas providências cautelares entretanto interpostas nos tribunais. A Associação Nacional das Farmácias apoia a medida do Governo.O Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS) apresentou publicamente, no dia 14 de junho, o seu habitual relatório de primavera. Para lá de se focar nas debilidades e aspetos a melhorar no sistema de saúde, o relatório elogia alguns aspetos da ação do ministro da Saúde, nomeadamente a capacidade de resistir às pressões dos vários interesses em jogo. Assistiu-se, contudo, durante a sessão pública de apresentação a um ataque inusitado por parte do secretário de Estado adjunto e da Saúde que mereceu posteriormente uma carta aberta do professor Constantino Sakellarides.A anunciada demissão do Conselho Diretivo do Infarmed era já expectável perante os constantes desalinhamentos das suas posições face às dos gabinetes ministeriais. O novo Conselho Diretivo tem elementos conhecedores do terreno, com experiência nas áreas da sua competência, mas tem seguramente uma grande responsabilidade pela frente. Encontra uma instituição com grandes indefinições estratégicas e desmotivaçãodos quadros técnicos, que causam grande instabilidade e perturbação do seu normal funcionamento.Vamos continuar a ter um quadro de instabilidade no setor do medicamento, e esperamos que não se concretizem os receios que referimos no último editorial de rutura do sistema de distribuição e de garantia da qualidade, assim como uma diminuição no acesso a medicamentos inovadores.A RPF tem organizado várias «reuniões de reflexão» com peritos, das quais resulta habitualmente um documento de consenso. Uma nova iniciativa, a que chamámos «À Conversa com...», reúne dois especialistas que, juntamente com o diretor da revista, discutem, com a presença de alguns jornalistas, um tema da atualidade.A primeira «Conversa com» versou o tema «Os riscos da atual política de preços dos medicamentos» e nela participaram o Professor Doutor António Vaz Carneiro e o Professor Doutor Carlos Gouveia Pinto.Neste 13.º número da Revista Portuguesa de Farmacoterapia, salientamos ainda a publicação de três artigos originais, «Meios de Comunicação Social Portugueses (1974/2011) e os “Erros Médicos”», «Desenvolvimento de um Modelo de Consulta Farmacêutica para Avaliação e Acompanhamento de Pacientes Diabéticos Tipo 2», proveniente da Universidade de Maringá (Brasil), e «Acute Pancreatitis Associated with Exenatide and Liraglutide: a Meta-Analysis». Publicamos também as habituais secções de documentos publicados, normas orientadoras aprovadas e em consulta, leituras recomendadas, legislação relevante, prémios e agenda para o próximo trimestre.
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Não obstante, os dados do primeiro semestre de 2012 referentes ao crescimento económico, ao desemprego e ao défice orçamental são preocupantes e parecem surpreender o próprio Governo, sendo naturalmente objeto de fortes críticas por parte da oposição e de diversas organizações sociais.Neste quadro de instabilidade e de preocupações sobre a evolução económica do país foi anunciado em finais de maio o estabelecimento de um acordo entre a Apifarma e os Ministérios da Economia e Emprego e da Saúde. Este acordo pretende introduzir alguma estabilidade nas relações da indústria farmacêutica com o Governo, mas remanescem contudo ainda, em julho, algumas dúvidas sobre a efetiva aplicabilidade do acordo face à perturbação gerada pelas arrastadas negociações visando o pagamento da dívida vencida acumulada.Foi também publicada, neste período, legislação que regulamenta a Lei 11/2012, de 8 de março, sobre a prescrição por DCI. Esta medida é fortemente contestada pela Ordem dos Médicos e também pela Apifarma e pela Apogen, como representantes da indústria farmacêutica, que invocam razões diferentes nas providências cautelares entretanto interpostas nos tribunais. A Associação Nacional das Farmácias apoia a medida do Governo.O Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS) apresentou publicamente, no dia 14 de junho, o seu habitual relatório de primavera. Para lá de se focar nas debilidades e aspetos a melhorar no sistema de saúde, o relatório elogia alguns aspetos da ação do ministro da Saúde, nomeadamente a capacidade de resistir às pressões dos vários interesses em jogo. Assistiu-se, contudo, durante a sessão pública de apresentação a um ataque inusitado por parte do secretário de Estado adjunto e da Saúde que mereceu posteriormente uma carta aberta do professor Constantino Sakellarides.A anunciada demissão do Conselho Diretivo do Infarmed era já expectável perante os constantes desalinhamentos das suas posições face às dos gabinetes ministeriais. O novo Conselho Diretivo tem elementos conhecedores do terreno, com experiência nas áreas da sua competência, mas tem seguramente uma grande responsabilidade pela frente. 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