Fiabilidade teste-reteste e erro padrão de medida da eletromiografia de superfície na avaliação da atividade muscular do ombro

• Autor(a) principal: Rodrigues, Diogo Marques
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/46730
• topic: Fiabilidade teste-reteste; EPM; DMD; Ombro; Eletromiografia de superfície; Test-retest reliability; SEM; MDC; Shoulder; Surface eletromiography

Introdução: As lesões no ombro são a principal causa de anos vividos com incapacidade e constituem-se como a terceira condição músculo-esquelética (ME) mais prevalente no mundo. Alterações na atividade da musculatura escapular durante os movimentos do ombro têm vindo a ser reportadas em população diagnosticada com lesões no ombro, existindo a necessidade de desenvolver métodos de avaliação objetivos, fiáveis e reprodutíveis que permitam a identificação e classificação dos padrões de recrutamento muscular na população clínica. A eletromiografia de superfície (EMGs) permite a recolha de sinais bioelétricos musculares e é um método bastante utilizado em investigação e cada vez mais em contexto clínico, contudo, é escassa a informação sobre as propriedades psicométricas dos sistemas EMGs utilizados. Objetivo: Avaliar a fiabilidade teste-reteste inter e intra-avaliador, o erro padrão de medida (EPM) e a diferença mínima detetável (DMD) de um sistema de EMGs (Physioplux) durante a contração voluntária máxima (CVM) do ombro e a realização de tarefas funcionais, em indivíduos saudáveis. Metodologia: Foram recolhidos dados eletromiográficos dos músculos trapézio superior (TS), trapézio inferior (TI) e grande dentado (GD) de uma amostra de 23 participantes durante a realização de tarefas funcionais. Cada sujeito foi avaliado em dois momentos, separados em média por 6 dias. Os dados eletromiográficos foram normalizados pela CVM e foi calculada a %CVM durante a realização das tarefas. Para aferir sobre a fiabilidade e concordância foram calculados os valores de coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e respetivos 95% intervalos de confiança (IC), os valores de EPM e de DMD, assim como os 95% limites de concordância (LDC). Resultados: Obtiveram-se valores de CCI entre 0.27 e 0.80 para a CVM, sendo o GD o único com valor acima de 0.7 (0.80, 95% IC 0.53 a 0.91) em ambas as avaliações (inter e intra-avaliador). O EPM e a DMD da CVM variaram entre 0.21mV – 0.28mV e 0.60mV - 0.76mV, respetivamente. Para a %CVM nas tarefas em teste, os valores de CCI variaram entre 0.40 e 0.94. O EPM e a DMD da %CVM variaram entre 1.25% - 7.87% e 3.48% - 21.83%, sendo o GD o único músculo com valores de fiabilidade acima de 0.70, no entanto foi o que apresentou menor concordância durante a realização das tarefas. Discussão e Conclusão: O EMG da Physioplux identifica-se como um sistema moderadamente fiável, sendo necessário prudência na sua utilização em contexto de investigação e clínico. De uma forma geral, diferenças relativamente pequenas (máximo de 10%) ao longo do tempo podem ser interpretadas como mudanças reais no indivíduo, com exceção do GD.