Fiabilidade teste-reteste e erro padrão de medida da eletromiografia de superfícies na avaliação da atividade muscular do joelho

• Autor(a) principal: Santos, Pedro Miguel Barros Fonseca dos
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/46733
• topic: Fiabilidade teste-reteste; EPM; DMD; Joelho; Eletromiografia de superfície; Test-retest reliability; SEM; MDC; Knee; Surface electromyography

INTRODUÇÃO: As queixas músculo-esqueléticas (ME) relacionadas com o joelho são extremamente comuns, representando uma taxa de prevalência de 32,1% em alguns países da Europa. As estruturas neuromusculares desempenham um papel fundamental no controlo da articulação do joelho, predispondo a lesão quando as mesmas não funcionam em pleno. Torna-se fundamental a existência de métodos fiáveis para medir a atividade muscular. Apesar da eletromiografia de superfície (EMGs) ser aceite e amplamente utilizada com esse objetivo, carece de avaliação sobre a fiabilidade teste-resteste (intra e inter-observador) e suas variáveis, erro padrão de medida (EPM) e diferença mínima detetável (DMD) na contração voluntária máxima (CVM) e percentagem da contração voluntária máxima (%CVM). OBJECTIVOS: Avaliar a fiabilidade teste-reteste inter e intra-avaliador, o EPM e a DMD de um sistema de EMGs (Physioplux) durante a contração voluntária máxima (CVM) do joelho e a realização de tarefas funcionais, em indivíduos saudáveis. METODOLOGIA: Foi recrutada uma amostra de 24 indivíduos saudáveis, avaliados em dois momentos distintos e separados por uma média de 6 dias. Os dados eletromiográficos foram normalizados pela CVM e foi calculada a %CVM durante a realização das tarefas Wall-squat, Step-down e Step-up dos músculos Vasto Interno (VI), Vasto Externo (VE), Bicípute Femoral (BF) e Semitendinoso (ST). Para aferir sobre a fiabilidade e concordância foram calculados os valores de coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e respetivos 95% intervalo de confiança (IC), assim como os valores de EPM e respetivos 95% limites de concordância (LDC) e a DMD. RESULTADOS: Obtiveram-se valores de CCI entre 0.52 e 0.80 para a CVM, sendo que o VE apresentou valores superiores a 0.70 nos dados inter e intra-avaliador e o ST no inter-avaliador. Para a %CVM, os valores de CCI de inter e intra- avaliador variaram entre 0.12 a 0.88 e 0.45 a 0.89, respetivamente. Os valores de EPM e de DMD variaram entre 0.65% a 2.07% e 1.79% e 5.74%, respetivamente. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: O EMG da Physioplux identifica-se como um sistema moderadamente fiável, sendo necessário prudência na sua utilização em contexto de investigação e principalmente clínico. Na grande maioria das medições, diferenças relativamente pequenas (máximo 5%), ao longo do tempo, podem ser interpretadas como mudanças reais no sujeito.