Caracterização do enraizamento da beterraba sacarina (Beta vulgaris L.) num solo de aluvião

• Autor(a) principal: Toureiro, C. M.
• Data de Publicação: 2018
• Outros Autores: Brasil, F. C., Oliveira, M. R., Serralheiro, R. P.
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: https://doi.org/10.19084/rca.15445
• topic: Geral

O conhecimento do padrão de enraizamento das culturas e sua evolução ao longo do ciclo cultural é importante para a gestão do uso da água e nutrientes do solo. A promoção de práticas de rega eficientes – como a condução da água de rega em tempo real numa determinada área – requer o conhecimento, para além de parâmetros meteorológicos e pedológicos, de parâmetros culturais, como duração dos estádios de desenvolvimento da cultura, coeficientes culturais, capacidade de aprofundamento radical, sensibilidade da cultura à deficiência hídrica, défice de gestão permissível e dos parâmetros que caracterizam as regas efectuadas durante a campanha (data e dotação de rega efectivamente aplicada e avaliação dos sistemas de rega utilizados). O presente estudo teve como objectivo avaliar o desenvolvimento da cultura da beterraba, num solo de aluvião (A – Solos Incipientes, Aluviossolo Moderno não Calcário de Textura Mediana), do Perímetro de Rega do Divor, cujo cenário de gestão da água de rega utilizado foi a optimização do rendimento óptimo da cultura. No ensaio realizado com a cultura da beterraba, durante a campanha de rega de 2004 (Primavera-Verão), utilizou-se o método do minirizotrão, com o qual é possível acompanhar as variações temporais e espaciais do desenvolvimento radical da cultura, permitindo uma caracterização do sistema radical como órgão dinâmico. Para além deste método procedeu-se à abertura de perfis, perpendicularmente à linha de cultura, até à profundidade de 50 cm. Em várias datas de observação durante o ciclo cultural, avaliou-se a capacidade de aprofundamento e peso do túberculo. Em complemento, avaliaram-se outros índices culturais tais como a duração dos estados fenológicos, o índice de área foliar (IAF), matéria verde da parte aérea e a produção total. Consideraram-se as seguintes épocas de observação: desenvolvimento vegetativo (0-69 dias após a sementeira (DAS); desenvolvimento vegetativo e formação do túberculo (69-166 DAS) e maturação (166-196 DAS). Os resultados obtidos mostram o seguinte: 1) Relativamente aos parâmetros da parte aérea da cultura: os valores máximos relativos à massa verde e índice de área foliar ocorreram no período de 96-111 DAS, após o qual se registou um decréscimo acentuado dos valores, coincidindo com o início da senescência da parte aérea da cultura e o desenvolvimento rápido do tubérculo; e 2) Relativamente aos parâmetros radicais e tubérculo: a evolução da massa e da profundidade da localização do tubérculo foi crescente ao longo do ciclo, mais significativa a partir dos 96-111 DAS, atingindo os valores máximos de 2000 g e 40 cm, respectivamente, 196 DAS. Da análise sequencial das imagens obtidas com o minirizotrão, foi possível observar raízes finas (Ø <1 mm) até 90 cm de profundidade, registando-se os valores mais elevados de densidade radical a partir dos 96-111 DAS, na camada 70-80 cm de profundidade.