Programa Nacional de Vigilância da Gripe: relatório da época 2014/2015
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Data de Publicação: | 2015 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Relatório |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.18/3175 |
Resumo: | [pt] O Programa Nacional de Vigilância da Gripe assegura a vigilância epidemiológica da gripe em Portugal, integrando as componentes de vigilância clínica e laboratorial. A componente clínica possibilita o cálculo de taxas de incidência permitindo descrever a intensidade e evolução da epidemia no tempo. A componente virológica tem por base o diagnóstico laboratorial do vírus da gripe o que permite detetar e caraterizar os vírus da gripe em circulação em cada inverno. Na época de vigilância da gripe de 2014/2015 a atividade gripal foi considerada de elevada intensidade atingindo o valor máximo de 175,3 casos de SG por 100 000 habitantes na semana 1/2015. O período epidémico teve a duração de 8 semanas prolongando-se entre as semanas 1 e 8/2015 (que correspondem aos meses de janeiro e fevereiro). O vírus influenza B circulou de forma predominante, com especial destaque no início do período epidémico. Mais tardiamente verificou-se a co-circulação do vírus influenza do tipo B com o vírus influenza A(H3). O vírus influenza A(H1)pdm09, foi detetado esporadicamente e em numero reduzido. A análise antigénica e genética dos vírus influenza A(H3) e B que circularam durante a presente época mostrou diferenças relativamente às estirpes vacinas de 2014/2015, situação verificada igualmente nos restantes países Europeus. Situação que originou a atualização da composição da vacina antigripal para a época 2015/2016. A avaliação da resistência aos antivirais inibidores da neuraminidase, revelou uma susceptibilidade normal dos vírus influenza A e B ao oseltamivir e zanamivir. A percentagem mais elevada de casos de gripe foi verificada no grupo etário das crianças com idade compreendida entre os 5 e os 14 anos seguidos dos adolescentes e jovens adultos dos 15 aos 44 anos. A febre, as cefaleias, a tosse e os calafrios foram os sintomas mais frequentemente associados a casos de gripe confirmados laboratorialmente. No grupo dos doentes com doença crónica foi nos que apresentam doença respiratória crónica cardiovascular, obesidade e doença respiratória crónica que a percentagem de vírus da gripe detetados foi mais elevada. A vacinação antigripal foi referida em 14% dos casos notificados. De entre os que foram analisados laboratorialmente 37% revelaram-se positivos para o vírus da gripe. Os antivirais foram prescritos a um número reduzido de doentes (8.0%) dos quais 63.0% referiam pelo menos a presença de uma doença crónica. A pesquisa de outros vírus respiratórios nos casos de SG negativos para o vírus da gripe, veio revelar a circulação de e o envolvimento de outros agentes virais respiratórios em casos de SG. O hRV, RSV, PIV e hCoV foram os agentes mais frequentemente detetados, para além do vírus da gripe no inverno 2014/15. A Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe detetou o vírus influenza em 771 casos. Os vírus influenza do tipo A representaram uma maior percentagem de casos de gripe detetados em doentes internados (57,2%) quando comparados com os casos em ambulatório e em UCI. Durante a época de gripe 2014-2015 o número de óbitos por “todas as causas” esteve acima do limite superior de confiança a 95% da linha de base entre a semana 1 de 2015 e a semana 9 de 2015, correspondendo a um excesso de 5.591 óbitos em relação ao esperado, a uma taxa de 54 óbitos por cada 100.000 habitantes e a um excesso relativo de 17%. Desta forma, estima-se que 76% dos excessos tenham sido atribuídos à epidemia de gripe sazonal, tendo sido a sua maioria associados a indivíduos com mas de 65 anos. No âmbito da vigilância da gripe em UCI, verificou-se codominância dos vírus Influenza A e B. A maior parte dos doentes (60%) tinha mais de 64 anos e 80% tinha, pelo menos, uma doença crónica subjacente, que poderá ter contribuído para agravar a gripe. A taxa de letalidade foi estimada em 23,7%, quase o dobro da que tinha sido estimada para a época anterior. A época de vigilância da gripe 2014/2015 foi em muitas caraterísticas comparável ao descrito na maioria dos países europeus. A situação em Portugal destacou-se pela elevada intensidade da atividade gripal, pelo predomínio do vírus da gripe do tipo B e a sua deteção no início do período epidémico. Foi verificado um excesso de mortalidade por todas as causas num período coincidente com a epidemia da gripe, fenómeno igualmente observado em mais de uma dezena de países europeus. A maioria dos vírus influenza A e B são genética e antigénicamente distintos das estirpe vacinais. Este facto conduziu à atualização da composição da vacina antigripal para a época 2015/2016. |
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Na época de vigilância da gripe de 2014/2015 a atividade gripal foi considerada de elevada intensidade atingindo o valor máximo de 175,3 casos de SG por 100 000 habitantes na semana 1/2015. O período epidémico teve a duração de 8 semanas prolongando-se entre as semanas 1 e 8/2015 (que correspondem aos meses de janeiro e fevereiro). O vírus influenza B circulou de forma predominante, com especial destaque no início do período epidémico. Mais tardiamente verificou-se a co-circulação do vírus influenza do tipo B com o vírus influenza A(H3). O vírus influenza A(H1)pdm09, foi detetado esporadicamente e em numero reduzido. A análise antigénica e genética dos vírus influenza A(H3) e B que circularam durante a presente época mostrou diferenças relativamente às estirpes vacinas de 2014/2015, situação verificada igualmente nos restantes países Europeus. Situação que originou a atualização da composição da vacina antigripal para a época 2015/2016. A avaliação da resistência aos antivirais inibidores da neuraminidase, revelou uma susceptibilidade normal dos vírus influenza A e B ao oseltamivir e zanamivir. A percentagem mais elevada de casos de gripe foi verificada no grupo etário das crianças com idade compreendida entre os 5 e os 14 anos seguidos dos adolescentes e jovens adultos dos 15 aos 44 anos. A febre, as cefaleias, a tosse e os calafrios foram os sintomas mais frequentemente associados a casos de gripe confirmados laboratorialmente. No grupo dos doentes com doença crónica foi nos que apresentam doença respiratória crónica cardiovascular, obesidade e doença respiratória crónica que a percentagem de vírus da gripe detetados foi mais elevada. A vacinação antigripal foi referida em 14% dos casos notificados. De entre os que foram analisados laboratorialmente 37% revelaram-se positivos para o vírus da gripe. Os antivirais foram prescritos a um número reduzido de doentes (8.0%) dos quais 63.0% referiam pelo menos a presença de uma doença crónica. A pesquisa de outros vírus respiratórios nos casos de SG negativos para o vírus da gripe, veio revelar a circulação de e o envolvimento de outros agentes virais respiratórios em casos de SG. O hRV, RSV, PIV e hCoV foram os agentes mais frequentemente detetados, para além do vírus da gripe no inverno 2014/15. A Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe detetou o vírus influenza em 771 casos. Os vírus influenza do tipo A representaram uma maior percentagem de casos de gripe detetados em doentes internados (57,2%) quando comparados com os casos em ambulatório e em UCI. Durante a época de gripe 2014-2015 o número de óbitos por “todas as causas” esteve acima do limite superior de confiança a 95% da linha de base entre a semana 1 de 2015 e a semana 9 de 2015, correspondendo a um excesso de 5.591 óbitos em relação ao esperado, a uma taxa de 54 óbitos por cada 100.000 habitantes e a um excesso relativo de 17%. Desta forma, estima-se que 76% dos excessos tenham sido atribuídos à epidemia de gripe sazonal, tendo sido a sua maioria associados a indivíduos com mas de 65 anos. No âmbito da vigilância da gripe em UCI, verificou-se codominância dos vírus Influenza A e B. A maior parte dos doentes (60%) tinha mais de 64 anos e 80% tinha, pelo menos, uma doença crónica subjacente, que poderá ter contribuído para agravar a gripe. A taxa de letalidade foi estimada em 23,7%, quase o dobro da que tinha sido estimada para a época anterior. A época de vigilância da gripe 2014/2015 foi em muitas caraterísticas comparável ao descrito na maioria dos países europeus. A situação em Portugal destacou-se pela elevada intensidade da atividade gripal, pelo predomínio do vírus da gripe do tipo B e a sua deteção no início do período epidémico. Foi verificado um excesso de mortalidade por todas as causas num período coincidente com a epidemia da gripe, fenómeno igualmente observado em mais de uma dezena de países europeus. A maioria dos vírus influenza A e B são genética e antigénicamente distintos das estirpe vacinais. Este facto conduziu à atualização da composição da vacina antigripal para a época 2015/2016.[eng] The National Influenza Surveillance Program ensures influenza epidemiological surveillance in Portugal, integrating clinical and laboratory surveillance components. Clinical component enables calculation of Influenza like illness (ILI) incidence rates, to describe the intensity of influenza epidemic and evolution over time. Virological component is based on laboratory diagnosis of influenza viruses including detetion and characterization of influenza in circulation each winter. In the 2014/2015 flu season, flu ativity was considered high intensity reaching the maximum value of 175.3 ILI cases per 100 000 inhabitants in week 1/2015. The epidemic period lasted 8 weeks extending between weeks 1 and 8/2015 (between January and February). Influenza B viruses predominate, with particular emphasis at the beginning of the epidemic period. Later on the epidemic period was observed a cocirculation of influenza virus B and A (H3). The influenza A (H1)pdm09, was deteted sporadically and in small numbers. Antigenic and genetic analysis of influenza A (H3) and B that circulated during this period showed differences regerding 2014/2015 vaccine strains. This situation was also observed in other European countries and led to the influenza vaccine composition update for the next season, 2015/2016. All influenza A and B viruses assessed for antiviral suscetibility showed a normal inhibition for oseltamivir and zanamivir. The highest proportion of influenza cases was observed in the age group of children, aged between 5 and 14 years, followed by teenagers and young adults from 15 to 44 years. Fever, headache, cough and chills were the most frequent symptoms associated with influenza confirmed cases. In the group of patients with chronic disease, the ones with chronic respiratory disease, cardiovascular disease and obesity, were the groups were the groups that showed higher percentage of influenza cases. The flu vaccination was reported in 14% of cases notified, among these 37% were positive. Antiviral was prescribed to a few patients (8.0%) of which 63.0% reported at least the presence of a chronic disease. The research of other respiratory viruses in cases negative for influenza virus, has shown the circulation and involvement of other respiratory viral agents in ILI cases. HRV, RSV, PIV and HCoV were deteted frequently in addition to influenza virus, in 2014/15 winter. The Portuguese Laboratory Network for Influenza Diagnosis deteted 771 influenza cases. Influenza type A viruses was deteted in high propotion in influenza hospitalized patients (57.2%) compared with outpatients and ICU cases. During the flu season 2014/2015 the number of deaths from "all causes" was above the confidence upper limit to 95% from baseline between week 1 and week 9 2015 2015, corresponding to an excess of 5,591 deaths compared to expected at a rate of 54 deaths per 100,000 inhabitants, and a relative excess of 17%. Thus, it is estimated that 76% of excesses have been assigned to the seasonal influenza epidemic, and have been associated with individuals above 65 years old. In influenza surveillance in ICU, it was found codominance of Influenza A and B viruses. The majority of patients (60%) had more than 64 years and 80% had at least one underlying chronic disease, which may have lead to a severe disease. The case fatality rate was estimated at 23.7%, almost double for the previous season estimate. The 2014/2015 flu surveillance season was in many features comparable to the observed in most European countries. The situation in Portugal was characterized by high intensity of influenza ativity, the prevalence of influenza B virus and its detetion at the beginning of the epidemic period. Excess mortality from all causes was observed in a period coinciding with the epidemic of influenza, a phenomenon also seen in more than a dozen European countries. Most influenza A and B viruses are antigenically and genetically distinct from the vaccine strain. This led to update the composition of the influenza vaccine for the season 2015/2016.Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IPDireção-Geral da Saúde. Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da GripeRepositório Científico do Instituto Nacional de SaúdeGuiomar, RaquelCosta, InêsCristóvão, PaulaPechirra, PedroRodrigues, Ana PaulaNunes, Baltazar2015-10-05T17:20:33Z2015-10-062015-10-06T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/reportapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.18/3175por978-989-8794-14-7info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-20T15:39:41Zoai:repositorio.insa.pt:10400.18/3175Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:38:09.118740Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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