Microbiologia e procalcitonina no diagnóstico de sépsis no doente oncológico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/3999 |
Resumo: | A sépsis é um síndrome clínico que resulta da resposta inflamatória sistémica do hospedeiro à infecção, podendo evoluir para choque séptico, e culminar em Falência Multi-Orgânica. Em todo o mundo, 13 milhões de pessoas são atingidas por este síndrome e, anualmente, cerca de 4 milhões morrem. Cerca de um em cada seis doentes com sépsis grave têm uma doença oncológica subjacente, tendo um risco de morte mais elevado 30% comparado com doentes não oncológicos. Além duma elevada taxa de mortalidade, estima-se que a sépsis representa 10% de causa de morte nos doentes internados com neoplasias. Existe, no entanto, uma escassez de dados relacionados com a epidemiologia de sépsis grave em doentes oncológicos. Em 1996 a investigação no campo dos parâmetros laboratoriais para o diagnóstico das patologias inflamatórias, conduziu à identificação de uma nova molécula útil para esse efeito, a procalcitonina (PCT), no entanto, os resultados disponíveis na literatura são contraditórios. Com este trabalho pretendeu-se caracterizar microbiológicamente a sépsis em doentes oncológicos na tentativa de melhorar a compreensão deste síndrome. Foram analisadas hemoculturas que deram entrada no Sector de Microbiologia do Serviço de Patologia Clínica do Instituto Português de Oncologia de Coimbra, E.P.E. (IPOCFG, E.P.E.), tendo-se constatado que os cocos Gram positivos são os microrganismos predominantes nestes doentes; Foram ainda encontrados bacilos Gram negativos, bacilos Gram positivos e, por fim, os fungos. Efectuou-se a comparação dos resultados das hemoculturas dos doentes com suspeita de sépsis com as respectivas concentrações séricas de procalcitonina, de forma a poder avaliar a utilidade deste último parâmetro descrito enquanto auxiliar no diagnóstico deste síndrome. Foram analisadas 132 amostras de sangue para determinação da concentração de procalcitonina. Verificou-se que esta apenas se revelou útil, enquanto auxiliar no diagnóstico de sépsis, para valores muito baixos ou muito elevados. Valores de PCT intermédios foram inconclusivos. Estes valores poderão, assim, ser úteis em alguns casos, mas deverão ser sempre utilizados em conjunção com outros exames laboratoriais, nomeadamente microbiológicos, e com um conhecimento aprofundado do estado clínico do doente. |
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Microbiologia e procalcitonina no diagnóstico de sépsis no doente oncológicoMicrobiologiaMicroorganismos patogénicosDoenças infecciosasSepticemiaDoentes oncológicosA sépsis é um síndrome clínico que resulta da resposta inflamatória sistémica do hospedeiro à infecção, podendo evoluir para choque séptico, e culminar em Falência Multi-Orgânica. Em todo o mundo, 13 milhões de pessoas são atingidas por este síndrome e, anualmente, cerca de 4 milhões morrem. Cerca de um em cada seis doentes com sépsis grave têm uma doença oncológica subjacente, tendo um risco de morte mais elevado 30% comparado com doentes não oncológicos. Além duma elevada taxa de mortalidade, estima-se que a sépsis representa 10% de causa de morte nos doentes internados com neoplasias. Existe, no entanto, uma escassez de dados relacionados com a epidemiologia de sépsis grave em doentes oncológicos. Em 1996 a investigação no campo dos parâmetros laboratoriais para o diagnóstico das patologias inflamatórias, conduziu à identificação de uma nova molécula útil para esse efeito, a procalcitonina (PCT), no entanto, os resultados disponíveis na literatura são contraditórios. Com este trabalho pretendeu-se caracterizar microbiológicamente a sépsis em doentes oncológicos na tentativa de melhorar a compreensão deste síndrome. Foram analisadas hemoculturas que deram entrada no Sector de Microbiologia do Serviço de Patologia Clínica do Instituto Português de Oncologia de Coimbra, E.P.E. (IPOCFG, E.P.E.), tendo-se constatado que os cocos Gram positivos são os microrganismos predominantes nestes doentes; Foram ainda encontrados bacilos Gram negativos, bacilos Gram positivos e, por fim, os fungos. Efectuou-se a comparação dos resultados das hemoculturas dos doentes com suspeita de sépsis com as respectivas concentrações séricas de procalcitonina, de forma a poder avaliar a utilidade deste último parâmetro descrito enquanto auxiliar no diagnóstico deste síndrome. Foram analisadas 132 amostras de sangue para determinação da concentração de procalcitonina. Verificou-se que esta apenas se revelou útil, enquanto auxiliar no diagnóstico de sépsis, para valores muito baixos ou muito elevados. Valores de PCT intermédios foram inconclusivos. Estes valores poderão, assim, ser úteis em alguns casos, mas deverão ser sempre utilizados em conjunção com outros exames laboratoriais, nomeadamente microbiológicos, e com um conhecimento aprofundado do estado clínico do doente.Sepsis is a clinical syndrome resulting from a severe systemic inflammatory response to infection. It can progress to septic shock and multiple organ failure. Worldwide, 13 million people are afflicted with this syndrome and annually about 4 million die. One out of six patients with severe sepsis has an underlying malignant disease, with a risk of death 30% higher than non-cancer patients. In addition to a high mortality rate, it is estimated that sepsis represents 10% of deaths in hospitalized cancer patients. However, data related to the epidemiology of severe sepsis in these patients are scarce. In 1996, research in the field of laboratory parameters for the diagnosis of inflammatory diseases, led to the finding of a new molecule useful for these cases, procalcitonin (PCT), however, literature information on its diagnostic utility is contradictory. This work aimed the microbiological characterization of sepsis in cancer patients, in the attempt to find information that could contribute to a better understanding of this syndrome. Blood cultures received at the Department of Microbiology at the Clinical Pathology Service of the Portuguese Oncology Institute of Coimbra, EPE (IPOCFG, EPE) were analyzed, and it was found that Gram-positive cocci were the predominant microorganisms in these patients, followed by Gram negative bacilli, Gram-positive bacilli and, finally, fungi. Blood samples were analyzed for determination of procalcitonin.The results of blood cultures in patients with suspected sepsis were compared with their serum procalcitonina concentration in order to evaluate the usefulness in the diagnosis of this syndrome. It was found that this molecule only proved useful as aid in the diagnosis of sepsis when found in very low or very high concentrations. Intermediate values of PCT were inconclusive. These values may, therefore, be useful in some cases, but should always be used in conjunction with other laboratory tests, including microbiological analysis, and with the extensive knowledge of the patient's clinical condition.Universidade de Aveiro2011-09-13T16:24:25Z2010-01-01T00:00:00Z2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/3999porAlmeida, Pedro Renato Soaresinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:04:09Zoai:ria.ua.pt:10773/3999Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:42:05.798112Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A sépsis é um síndrome clínico que resulta da resposta inflamatória sistémica do hospedeiro à infecção, podendo evoluir para choque séptico, e culminar em Falência Multi-Orgânica. Em todo o mundo, 13 milhões de pessoas são atingidas por este síndrome e, anualmente, cerca de 4 milhões morrem. Cerca de um em cada seis doentes com sépsis grave têm uma doença oncológica subjacente, tendo um risco de morte mais elevado 30% comparado com doentes não oncológicos. Além duma elevada taxa de mortalidade, estima-se que a sépsis representa 10% de causa de morte nos doentes internados com neoplasias. Existe, no entanto, uma escassez de dados relacionados com a epidemiologia de sépsis grave em doentes oncológicos. Em 1996 a investigação no campo dos parâmetros laboratoriais para o diagnóstico das patologias inflamatórias, conduziu à identificação de uma nova molécula útil para esse efeito, a procalcitonina (PCT), no entanto, os resultados disponíveis na literatura são contraditórios. Com este trabalho pretendeu-se caracterizar microbiológicamente a sépsis em doentes oncológicos na tentativa de melhorar a compreensão deste síndrome. Foram analisadas hemoculturas que deram entrada no Sector de Microbiologia do Serviço de Patologia Clínica do Instituto Português de Oncologia de Coimbra, E.P.E. (IPOCFG, E.P.E.), tendo-se constatado que os cocos Gram positivos são os microrganismos predominantes nestes doentes; Foram ainda encontrados bacilos Gram negativos, bacilos Gram positivos e, por fim, os fungos. Efectuou-se a comparação dos resultados das hemoculturas dos doentes com suspeita de sépsis com as respectivas concentrações séricas de procalcitonina, de forma a poder avaliar a utilidade deste último parâmetro descrito enquanto auxiliar no diagnóstico deste síndrome. Foram analisadas 132 amostras de sangue para determinação da concentração de procalcitonina. Verificou-se que esta apenas se revelou útil, enquanto auxiliar no diagnóstico de sépsis, para valores muito baixos ou muito elevados. Valores de PCT intermédios foram inconclusivos. Estes valores poderão, assim, ser úteis em alguns casos, mas deverão ser sempre utilizados em conjunção com outros exames laboratoriais, nomeadamente microbiológicos, e com um conhecimento aprofundado do estado clínico do doente. |
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