Profilaxia da Endocardite Bacteriana: Estado da Arte

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teixeira, Júlio
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Marques, Anabela
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25751/rspa.17746
Resumo: Introdução: As recomendações para a profilaxia antibiótica da endocardite têm sido alvo de várias actualizações nos últimos anos com a tendência para simplifica-la e para restringir o número total de doentes elegíveis. Apesar da evidência científica disponível ser escassa e pouco robusta, a mesma foi utilizada para a construção das principais recomendações (da American Heart Association - AHA, European Society of Cardiology - ESC e National Institute for Health and Care Excellence - NICE), que se mostraram contraditórias. Neste estudo pretendemos rever a literatura mais recente relativamente à profilaxia da endocardite bacteriana para promover a correta utilização das recomendações em vigor. Métodos: Esta revisão narrativa foi efetuada com recurso à base de dados PubMed. Foi efetuada uma seleção utilizando as seguintes palavras-chave: “Endocarditis”, “Prophylaxis”, “Current evidence”, “Clinical practice”. A seleção dos estudos foi feita pelos autores. Resultados/Discussão: A incidência da endocardite é baixa (entre os 3 a 10 casos por 100 000) e variável entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento. Ao longo do tempo, assistiu-se a uma mudança da abordagem da profilaxia antibiótica no sentido mais restritivo, sobretudo à custa da modificação da definição de doente de alto risco. Atualmente, a dúvida quanto ao seu real benefício ainda persiste. Por um lado pela falta de estudos randomizados e controlados, por outro pela evidência de níveis de bacteriemia semelhantes entre procedimentos dentários invasivos e medidas de higiene oral triviais. Conclusão: Conforme o consenso das recomendações atuais, uma dupla conjugação de critérios deve ser aplicada para se proceder à realização da profilaxia, a existência de um doente de alto risco que irá ser submetido a um procedimento também de alto risco.
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spelling Profilaxia da Endocardite Bacteriana: Estado da ArteProfilaxia da Endocardite Bacteriana: Estado da ArteArtigo de Revisão NarrativaIntrodução: As recomendações para a profilaxia antibiótica da endocardite têm sido alvo de várias actualizações nos últimos anos com a tendência para simplifica-la e para restringir o número total de doentes elegíveis. Apesar da evidência científica disponível ser escassa e pouco robusta, a mesma foi utilizada para a construção das principais recomendações (da American Heart Association - AHA, European Society of Cardiology - ESC e National Institute for Health and Care Excellence - NICE), que se mostraram contraditórias. Neste estudo pretendemos rever a literatura mais recente relativamente à profilaxia da endocardite bacteriana para promover a correta utilização das recomendações em vigor. Métodos: Esta revisão narrativa foi efetuada com recurso à base de dados PubMed. Foi efetuada uma seleção utilizando as seguintes palavras-chave: “Endocarditis”, “Prophylaxis”, “Current evidence”, “Clinical practice”. A seleção dos estudos foi feita pelos autores. Resultados/Discussão: A incidência da endocardite é baixa (entre os 3 a 10 casos por 100 000) e variável entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento. Ao longo do tempo, assistiu-se a uma mudança da abordagem da profilaxia antibiótica no sentido mais restritivo, sobretudo à custa da modificação da definição de doente de alto risco. Atualmente, a dúvida quanto ao seu real benefício ainda persiste. Por um lado pela falta de estudos randomizados e controlados, por outro pela evidência de níveis de bacteriemia semelhantes entre procedimentos dentários invasivos e medidas de higiene oral triviais. Conclusão: Conforme o consenso das recomendações atuais, uma dupla conjugação de critérios deve ser aplicada para se proceder à realização da profilaxia, a existência de um doente de alto risco que irá ser submetido a um procedimento também de alto risco.Introduction: Recommendations for endocarditis prophylaxis have been updated over the last years with the intend of simplified it so that the number of people eligible would be less. Despite the scientific evidence available is short and weak, it was used to make the major recommendations (by American Heart Association - AHA, European Society of Cardiology - ESC and National Institute for Health and Care Excellence - NICE) and they have shown to be opposite from each other. In this study we aim to review the recent literature regarding endocarditis prophylaxis to promote the correct use of current recommendations. Methods: This narrative revision was made using the database PubMed. A selection was made using the following keywords: "Endocarditis", "Prophylaxis", "Current evidence", "Clinical practice". The authors selected the studies. Results/Discussion: The incidence of endocarditis is low (between 3 and 10 cases per 100 000) and varies between developed and developing countries. Over time, the approach of antibiotic prophylaxis has been shifted to a most restrictive sense, especially at the expense of modifying the definition of a high-risk patient. Nowadays, doubt as to its real benefit still persists. On the one hand the lack of randomized and controlled studies, on the other hand, by the evidence of similar levels of bacteremia between invasive dental procedures and trivial oral hygiene measures. Conclusion: According to the consensus of the current recommendations, a double conjugation of criteria should be applied in order to perform the prophylaxis, the existence of a high risk patient who will undergo a high risk procedure.Sociedade Portuguesa de Anestesiologia2019-08-27T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25751/rspa.17746por0871-6099Teixeira, JúlioMarques, Anabelainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-23T15:34:48Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/17746Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:04:15.957224Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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