A cooperação e o sentido de justiça : teste da universalidade do sentido de justiça numa amostra multicultural de estudantes universitários de Coimbra

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Daniela Rodrigues da
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/31496
Resumo: Dissertação de Mestrado em Evolução e Biologia Humanas, apresentada ao Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
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spelling A cooperação e o sentido de justiça : teste da universalidade do sentido de justiça numa amostra multicultural de estudantes universitários de CoimbraCooperação humanaDitadorUltimatoVariáveis sócio demográficasCulturaDissertação de Mestrado em Evolução e Biologia Humanas, apresentada ao Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.A cooperação entre humanos tem-se revelado um puzzle evolutivo dado que estes cooperam com indivíduos não aparentados geneticamente, em situações únicas e anónimas. Foram analisados 246 estudantes universitários em Coimbra provenientes de vários países de língua oficial portuguesa e por isso com um contexto cultural distinto. Ao utilizar jogos com e sem punição – ultimato e ditador – verificou-se que, tal como em outros estudos, a simples ameaça de punição faz com que as ofertas aumentem de valor de forma significativa. O sentido de justiça dos indivíduos alterou-se quando se inverteram os papéis no jogo do ultimato, sendo que o valor das rejeições foi mais baixo do que as ofertas feitas em primeiro lugar, mostrando que o valor das propostas é ponderado com receio que sejam rejeitadas pelo responder. A propensão para cooperar parece ser influenciada pelo grau de familiaridade, dado que os proposers tendem a aumentar o valor da oferta quando estão a jogar com uma pessoa que conhecem ou com um amigo, e isso é particularmente marcante nas mulheres que apresentam ligações sociais mais fortes. Este estudo comprovou que as variáveis sócio demográficas são boas preditoras de comportamento social, entre eles a troca de bens monetários: o sexo, a idade, o tamanho da família nuclear e as religiões influenciam significativamente o valor das ofertas, sendo particularmente notório no jogo do ditador. Trabalhos anteriores demonstram diferenças no ditador e no ultimato em diferentes sociedades sugerindo que as escolhas dos sujeitos são marcadas por normas e instituições que sustentam a cooperação. Para analisar as variações culturais utilizaramse três métodos distintos: a divisão geográfica, as dimensões culturais e a orientação de valores. Verificou-se que a cooperação tem variações culturais fruto do contexto social e económico mostrando que em locais onde a administração da lei e o funcionamento das instituições tendem a ser menos eficientes e estruturados as ofertas tendem a ser mais baixas, talvez porque os sujeitos têm maiores reservas em confiar numa entidade anónima. Este estudo demonstra que os comportamentos pró sociais reflectem normas e valores que evoluíram ao longo da história humana mas que apresentam variações em função das sociedades. Em estudos transculturais, não devem ser ignoradas as diferenças dentro dos grupos culturais já que as variações sócio demográficas são causadoras de diferenças significativas na cooperação.Human cooperation has been an evolutionary puzzle since we cooperate with genetically unrelated individuals in unique and anonymous situations. This study examined 246 college students in Coimbra from several Portuguesespeaking countries and therefore with a different cultural context. Games were used with and without punishment – ultimatum and dictator. Similar to other studies, the results led to conclude the mere threat of punishment makes offerings to increase in value significantly. The sense of justice changed when the roles reversed in the ultimatum game, in which the value of rejections was lower than the offers made in the first place, showing that the value of the proposals is weighted by the fear of a rejected answer. The propensity to cooperate appears to be influenced by the degree of familiarity as the proposers tend to increase the value of the offer when they are playing with a person they know or with a friend. This is particularly marked in women who have strong social connections rather than men. This study found that demographic variables are good predictors of social behavior, including the exchange of monetary assets: sex, age, size of the nuclear family and religions do change significantly the value of the offers. The dictator game is particularly sensitive to individual variations. Previous works have shown differences in dictator and ultimatum games in different societies suggesting that the choices of subjects are marked by norms and institutions that sustain cooperation. To analyze the cultural variations, we used different methods: the geographical division, the cultural dimensions and the value orientation. It was found that cultural variations in cooperation is the result of the social and economic contexts: places where law administration and functioning of institutions tend to be less efficient and structured show lower offers, perhaps because the subjects have the largest reserves to trust in an anonymous entity. This study demonstrates that pro-social behavior reflects norms and values that have evolved over human history in different societies. However, in cross-cultural studies, we must not ignore the differences within cultural groups as the demographic variations are causing significant differences in cooperation.2011info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/31496http://hdl.handle.net/10316/31496porCosta, Daniela Rodrigues dainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-05-25T03:14:31Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/31496Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:57:04.789160Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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