Indisciplina no contexto escolar: diferentes perspectivas ao longo do desenvolvmento do professor

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sá, Rui Manuel Guarda Verdades de
Data de Publicação: 2001
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/15200
Resumo: Introdução - A presente dissertação constituiu o culminar de todo um trabalho desenvolvido ao longo dos últimos três anos, durante os quais frequentei o Mestrado em Supervisão Pedagógica, especialização em Física e Química. Este Mestrado constituiu mais uma etapa da minha formação e contribuiu decisivamente para o meu desenvolvimento pessoal e profissional. Embora o termo " Supervisão" apareça, normalmente, associado á formação de professores e seja encarada neste contexto como uma "actuação de monitoração sistemática da prática pedagógica, sobretudo através de procedimentos de reflexão e experimentação" (Vieira, 1993. p.28), ele é muito mais abrangente. Tendo em conta a "definição" de Stones sobre o termo "Supervisão": "Estava um dia sentado em frente à máquina de escrever, a tomar notas sobre supervisão, quando a máquina soluçou e produziu supervisão. De repente, percebi do que se tratava. A qualificação necessária para se ser supervisor era a super-visão. O meu pensamento prosseguiu uma análise da super-visão. Quais as capacidades que a constituíam? Naturalmente, pareciam estar todas relacionadas com a visão. Em primeiro lugar, alguém com super-visão teria de possuir uma visão apurada para ver o que acontece na sala de aula. Depois, necessitaria de introvisão para compreender o significado do que lá acontece, antevisão para ver o que poderia estar a acontecer, retrovisão para ver o que deveria ter acontecido mas não aconteceu e segunda visão para saber como fazer acontecer o que deveria ter acontecido mas não aconteceu. Como se pode concluir, considero a supervisão uma actividade bastante complexa" (Stones, 1984, referido por Vieira, 1993, p.27). Chega-se à conclusão que o próprio professor pode e deve ser supervisor das suas próprias práticas na medida em que ele deve ter uma "super-visão" que lhe permita estar desperto não só para ver o que se passa na sala de aula mas, também para compreender o seu significado. Os comportamentos de indisciplina que se verificam no contexto escolar, de uma maneira geral e na sala de aula, em particular, parecem assim, facilmente enquadráveis numa dissertação de Mestrado em Supervisão na medida em que estes constituem um dos principais problemas com que os docentes se deparam actualmente na sua actividade docente. Como surgiu então a ideia de tratar este tema? Embora não o encare como um problema pessoal, têm surgido na escola onde lecciono inúmeras situações de indisciplina, de tal forma que durante o ano lectivo de 1997/98 e após a auscultação de todos os grupos disciplinares, assim como grande parte das turmas do terceiro ciclo do ensino básico e do ensino secundário, o tema "Disciplina/Indisciplina no espaço escolar" constituiu a prioridade pedagógica para o ano lectivo seguinte. Tais comportamentos parecem conduzir a uma cada vez maior degradação do material escolar e a uma relação conflituosa entre alunos, professores e auxiliares de acção educativa. Para ilustrar o que acabei de referir, indicam-se algumas afirmações proferidas pelos alunos do ensino secundário e do terceiro ciclo do ensino básico: "as entradas nas salas de aula são muito desordenadas", "as mesas, cadeiras e paredes aparecem riscadas, sujas e estragadas"; "há muita indisciplina e barulho nas salas de aula", "os professores não se devem deixar rebaixar pelos alunos";
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