Acessibilidade aos Serviços de Cuidados Primários: diagnóstico de situação no Baixo Alentejo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/36234 |
Resumo: | A Geografia da Saúde, um conceito implementado em 1976 durante um congresso da União Geográfica Internacional (UGI) e que substitui o termo anterior de Geografia Médica, tem atualmente como um dos seus assuntos mais pertinentes o acesso aos cuidados de saúde por parte da população, nomeadamente a acessibilidade física aos equipamentos. É com base na premissa da desigualdade ao acesso dos cuidados de saúde que surge então o interesse em analisar a acessibilidade, nomeadamente a acessibilidade física aos serviços de cuidados primários. A acessibilidade é um conceito-chave em estudos nas áreas de transportes e mobilidade, e graças aos SIG, são cada vez mais utilizados para medir os impactes da acessibilidade geográfica. Porém, na Geografia da Saúde, ainda não existe consenso sobre a medida-padrão a ser utilizada, bem como qual das principais metodologias apresenta melhores resultados, nomeadamente as medidas baseadas na gravidade, as medidas de oportunidades cumulativas, as medidas espaço-tempo e as medidas baseadas na utilidade. Deste modo, e tendo como caso de estudo a região do Baixo Alentejo, uma região com características particulares a nível populacional (nomeadamente em relação à sua baixa densidade populacional, distribuição dos habitantes pelo território e ao peso da população idosa na população total) e de distribuição de equipamentos de cuidados primários, o objetivo principal é tentar identificar os níveis de acessibilidade física da população local aos referidos equipamentos recorrendo a uma modelação da rede com base em metodologias com base nas medidas espaço-tempo, não considerando as valências ou especificidades de cada equipamentos mas apenas a distribuição da rede em si. Para tal, foram modelados 5 perfis: perfil distância, perfil distância / tempo pedonal tendo em conta a velocidade máxima média de uma pessoa saudável, perfil distância / tempo pedonal tendo em conta a velocidade máxima média de um idoso, perfil cujo transporte é a bicicleta e finalmente, um perfil cujo transporte é o automóvel. A criação de um perfil baseado na utilização do transporte público é desajustada da realidade nesta área de estudo pois as características da rede de transportes assim não o permitem. Além de uma análise da acessibilidade da população segundo diversos tipos de transporte, foram igualmente analisados 3 tipos de áreas de influência: área de influência exclusiva do centro de saúde, cuja área de intervenção é ao nível municipal, ignorando os restantes equipamentos de apoio; área de influência de toda a rede de equipamentos de cuidados primários, definida pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS); e uma área de influência modelada segundo os princípios dos polígonos de Thiessen, uma proposta alternativa à metodologia atual e que tem como objetivo diminuir as assimetrias espaciais da rede no caso da população que mora geograficamente mais distante dos equipamentos de cuidados primários. Para melhorar o modelo, foi igualmente aplicada uma nova metodologia em relação aos dados da população residente. Em vez da utilização da tradicional base de dados do INE com base nos limites administrativos da BRGI, foi aplicada a nova base de dados com base numa quadrícula de 1km2 que abrange todo o território nacional e que permite uma perceção mais próxima da realidade em relação à real distribuição da população no território. Os resultados finais da modelação dos perfis de acessibilidade e as respetivas áreas de influência, foram bastante positivos, revelando por um lado a eficácia das metodologias aplicadas, nomeadamente da utilização dos polígonos de Thiessen bem como da quadrícula de 1km2, e por outro demonstrando uma tendência generalizada para uma boa acessibilidade por parte da população em relação aos EPS da região, tendo claro em consideração as diferenças entre cada município. |
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Porém, na Geografia da Saúde, ainda não existe consenso sobre a medida-padrão a ser utilizada, bem como qual das principais metodologias apresenta melhores resultados, nomeadamente as medidas baseadas na gravidade, as medidas de oportunidades cumulativas, as medidas espaço-tempo e as medidas baseadas na utilidade. Deste modo, e tendo como caso de estudo a região do Baixo Alentejo, uma região com características particulares a nível populacional (nomeadamente em relação à sua baixa densidade populacional, distribuição dos habitantes pelo território e ao peso da população idosa na população total) e de distribuição de equipamentos de cuidados primários, o objetivo principal é tentar identificar os níveis de acessibilidade física da população local aos referidos equipamentos recorrendo a uma modelação da rede com base em metodologias com base nas medidas espaço-tempo, não considerando as valências ou especificidades de cada equipamentos mas apenas a distribuição da rede em si. Para tal, foram modelados 5 perfis: perfil distância, perfil distância / tempo pedonal tendo em conta a velocidade máxima média de uma pessoa saudável, perfil distância / tempo pedonal tendo em conta a velocidade máxima média de um idoso, perfil cujo transporte é a bicicleta e finalmente, um perfil cujo transporte é o automóvel. A criação de um perfil baseado na utilização do transporte público é desajustada da realidade nesta área de estudo pois as características da rede de transportes assim não o permitem. Além de uma análise da acessibilidade da população segundo diversos tipos de transporte, foram igualmente analisados 3 tipos de áreas de influência: área de influência exclusiva do centro de saúde, cuja área de intervenção é ao nível municipal, ignorando os restantes equipamentos de apoio; área de influência de toda a rede de equipamentos de cuidados primários, definida pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS); e uma área de influência modelada segundo os princípios dos polígonos de Thiessen, uma proposta alternativa à metodologia atual e que tem como objetivo diminuir as assimetrias espaciais da rede no caso da população que mora geograficamente mais distante dos equipamentos de cuidados primários. Para melhorar o modelo, foi igualmente aplicada uma nova metodologia em relação aos dados da população residente. Em vez da utilização da tradicional base de dados do INE com base nos limites administrativos da BRGI, foi aplicada a nova base de dados com base numa quadrícula de 1km2 que abrange todo o território nacional e que permite uma perceção mais próxima da realidade em relação à real distribuição da população no território. Os resultados finais da modelação dos perfis de acessibilidade e as respetivas áreas de influência, foram bastante positivos, revelando por um lado a eficácia das metodologias aplicadas, nomeadamente da utilização dos polígonos de Thiessen bem como da quadrícula de 1km2, e por outro demonstrando uma tendência generalizada para uma boa acessibilidade por parte da população em relação aos EPS da região, tendo claro em consideração as diferenças entre cada município.The Geography of Health, a concept implemented in 1976 during a congress of the International Geographical Union (UGI) and which replaces the previous term of Medical Geography, currently has as one of its most pertinent subjects’, the access to health care by the general population, namely physical accessibility to the equipment’s. It is based on the premise of inequality in access to health care that there arises then the interest in analysing accessibility, namely physical accessibility to primary care services. Accessibility is a key concept in studies in the areas of transport and mobility, and thanks to GIS, are increasingly used to measure the impacts of geographical accessibility. However, in the Health Geography, there is still no consensus on the standard measure to be used, as well as which of the main methodologies presents the best results, namely measures based on gravity, measures of cumulative opportunities, space-time measures and measures based on utility. Thus, in the case of the Baixo Alentejo region, a region with particular characteristics at the population level (particularly in terms of population density, distribution across the territory and the weight of the elderly population in the total population) and the distribution of primary care equipment, the main objective is to try to identify the physical accessibility levels of the local population to these equipment using a network modelling based on methodologies based on the space-time measures, not considering the valences or specificities of each equipment but only the distribution of the network itself. For this, 5 profiles were modelled: distance profile, pedestrian profile considering the average maximum speed of a healthy person, pedestrian profile considering the average maximum speed of an elderly person, profile whose transport is the bicycle and, finally, a profile whose transportation is the automobile. The creation of a profile based on the use of public transport is not feasible in this area of study because the characteristics of the transport network do not allow that kind of analysis. In addition to an analysis of the accessibility of the population according to different types of transportation, three types of areas of influence were also analysed: area of exclusive influence of the health centre, whose area of intervention is at the municipal level, ignoring the other support equipment, area of influence of the whole network of primary care equipment, defined by the National Health Service (NHS), and an area of influence modelled according to the principles of the Thiessen polygons, an alternative proposal to the current methodology and whose objective is to reduce asymmetries in the case of the population that lives geographically farthest from primary care equipment. To improve the model, a new methodology was also applied in relation to resident population data. Instead of using the traditional INE database based on the administrative boundaries of BRGI, the new database was applied based on a 1km2 grid that covers the entire national territory and allows a closer perception of reality in relation to the distribution of the population in the territory. The final results of the modelling of the accessibility profiles and their respective areas of influence were very positive, revealing, on the one hand, the characteristics of the conditions of use, as well as the use of polygons of Thiessen as a grid of 1km2, and on the other hand demonstrating a trend generalized to a good accessibility by the population in relation to the EPS of the region, taking into account the difference between each municipality.Marques da Costa, NunoRepositório da Universidade de LisboaFreitas, Carlos Manuel Fernandes2019-01-03T13:15:50Z2018-11-212018-11-21T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/36234TID:202126668porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:32:45Zoai:repositorio.ul.pt:10451/36234Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:50:32.120644Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A Geografia da Saúde, um conceito implementado em 1976 durante um congresso da União Geográfica Internacional (UGI) e que substitui o termo anterior de Geografia Médica, tem atualmente como um dos seus assuntos mais pertinentes o acesso aos cuidados de saúde por parte da população, nomeadamente a acessibilidade física aos equipamentos. É com base na premissa da desigualdade ao acesso dos cuidados de saúde que surge então o interesse em analisar a acessibilidade, nomeadamente a acessibilidade física aos serviços de cuidados primários. A acessibilidade é um conceito-chave em estudos nas áreas de transportes e mobilidade, e graças aos SIG, são cada vez mais utilizados para medir os impactes da acessibilidade geográfica. Porém, na Geografia da Saúde, ainda não existe consenso sobre a medida-padrão a ser utilizada, bem como qual das principais metodologias apresenta melhores resultados, nomeadamente as medidas baseadas na gravidade, as medidas de oportunidades cumulativas, as medidas espaço-tempo e as medidas baseadas na utilidade. Deste modo, e tendo como caso de estudo a região do Baixo Alentejo, uma região com características particulares a nível populacional (nomeadamente em relação à sua baixa densidade populacional, distribuição dos habitantes pelo território e ao peso da população idosa na população total) e de distribuição de equipamentos de cuidados primários, o objetivo principal é tentar identificar os níveis de acessibilidade física da população local aos referidos equipamentos recorrendo a uma modelação da rede com base em metodologias com base nas medidas espaço-tempo, não considerando as valências ou especificidades de cada equipamentos mas apenas a distribuição da rede em si. Para tal, foram modelados 5 perfis: perfil distância, perfil distância / tempo pedonal tendo em conta a velocidade máxima média de uma pessoa saudável, perfil distância / tempo pedonal tendo em conta a velocidade máxima média de um idoso, perfil cujo transporte é a bicicleta e finalmente, um perfil cujo transporte é o automóvel. A criação de um perfil baseado na utilização do transporte público é desajustada da realidade nesta área de estudo pois as características da rede de transportes assim não o permitem. Além de uma análise da acessibilidade da população segundo diversos tipos de transporte, foram igualmente analisados 3 tipos de áreas de influência: área de influência exclusiva do centro de saúde, cuja área de intervenção é ao nível municipal, ignorando os restantes equipamentos de apoio; área de influência de toda a rede de equipamentos de cuidados primários, definida pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS); e uma área de influência modelada segundo os princípios dos polígonos de Thiessen, uma proposta alternativa à metodologia atual e que tem como objetivo diminuir as assimetrias espaciais da rede no caso da população que mora geograficamente mais distante dos equipamentos de cuidados primários. Para melhorar o modelo, foi igualmente aplicada uma nova metodologia em relação aos dados da população residente. Em vez da utilização da tradicional base de dados do INE com base nos limites administrativos da BRGI, foi aplicada a nova base de dados com base numa quadrícula de 1km2 que abrange todo o território nacional e que permite uma perceção mais próxima da realidade em relação à real distribuição da população no território. Os resultados finais da modelação dos perfis de acessibilidade e as respetivas áreas de influência, foram bastante positivos, revelando por um lado a eficácia das metodologias aplicadas, nomeadamente da utilização dos polígonos de Thiessen bem como da quadrícula de 1km2, e por outro demonstrando uma tendência generalizada para uma boa acessibilidade por parte da população em relação aos EPS da região, tendo claro em consideração as diferenças entre cada município. |
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