Uns desistem, outros insistem: semelhanças e diferenças no discurso de profissionais de saúde face à obesidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teixeira,Filipa
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Pais‐Ribeiro,José L., Maia,Ângela
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252015000200003
Resumo: Introdução: Investigações recentes no âmbito da obesidade sugerem que as crenças, atitudes e práticas de vários profissionais de saúde, principalmente ao nível dos cuidados de saúde primários, parecem estar a influenciar negativamente o comportamento destes técnicos no tratamento desta doença, não lhe dando a devida importância e contribuindo para a manutenção das taxas de obesidade. As críticas têm apontado para a primazia de investigações quantitativas e para a ausência de estudos comparativos com diferentes grupos de profissionais de saúde. Método: Neste estudo foram realizadas entrevistas semiestruturadas a médicos de família, nutricionistas e enfermeiros, a laborar em centros de saúde dos distritos de Braga, Porto e Aveiro. As entrevistas foram transcritas e analisadas, segundo os princípios da análise temática. Resultados: Os 3 grupos apresentam crenças e atitudes negativas em relação aos obesos, que são descritos como desmotivados e passivos face ao tratamento, não aderindo na maioria das vezes, visto desvalorizarem a obesidade enquanto problema de saúde. Os médicos de família possuem baixas expectativas de sucesso, sentindo‐se frustrados com a falta de adesão, o que os leva a adotar uma postura passiva e resignada face ao tratamento. Os nutricionistas e enfermeiros percecionam‐se como agentes ativos, considerando‐se capazes de influenciar a motivação dos obesos; acreditam no seu sucesso, mas descrevem o processo como uma luta constante. Há várias referências a problemas de comunicação entre os 3 grupos de profissionais. Discussão: Para uma maior eficácia no tratamento da obesidade torna‐se peremptório alertar os profissionais de saúde para o impacto que as suas crenças poderão exercer na prática, reforçar a abordagem multidisciplinar e promover o aumento dos conhecimentos e de opções de tratamento, e a melhoria da comunicação entre os vários profissionais.
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