Efeito da suplementação oral com pulegona e eugenol em animais de laboratório
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/11301 |
Resumo: | Os óleos de cravinho e de poejo são compostos naturais utilizados pelo Homem em diversas áreas devido às suas múltiplas propriedades. Da sua composição fazem parte a pulegona e o eugenol. A pulegona é o principal constituinte do óleo de poejo. O eugenol está maioritariamente presente no óleo de cravinho. Estes compostos possuem benefícios na conservação de cereais durante o seu transporte e armazenamento, evitando a deterioração. Contudo, desconhece-se se são, ou não, desprovidos de toxicidade. O objetivo deste estudo foi analisar se a presença da pulegona e do eugenol, incorporados na alimentação de murganhos em doses baixas (toxicidade crónica) ou numa elevada dose (toxicidade aguda) interferia nos parâmetros comportamentais, fisiológicos, hematológicos, histopatológicos, genotóxicos e enzimáticos. Foram utilizados 35 murganhos fêmeas da estirpe FVB/n distribuídos por 7 grupos, com 5 animais cada. O grupo I (controlo) consumiu dieta não aditivada. No grupo II foram incorporadas quantidades de pulegona e eugenol que correspondiam a uma ingestão diária de 2,6 mg de cada um dos compostos, por animal. No grupo III o dobro desse valor (5,2 mg) e no grupo IV, o triplo (7,8 mg). O grupo V apenas consumiu eugenol (7,8 mg) e o grupo VI apenas pulegona (7,8 mg). No grupo VII os animais ingeriam 1000 mg de pulegona e eugenol, diariamente. O ensaio da toxicidade crónica (grupos II a VI) durou 28 dias. O ensaio da toxicidade aguda (grupo VII) durou 7 dias. Os animais foram alimentados em regime ad libitum e mantidos sob condições de luz, temperatura e humidade controladas. No final de ambos os ensaios, os animais foram eutanasiados por overdose da associação de ketamina e xilazina e realizada a necrópsia. O sangue foi recolhido para análise do microhematócrito e ensaio do cometa. Os órgãos foram pesados, e fixados em formaldeído para análise histológica. Uma pequena porção do fígado foi recolhida para avaliação dos marcadores do stresse oxidativo. A taxa de mortalidade no grupo VII foi de 20%. A pulegona e o eugenol induziram alterações comportamentais nos animais, nomeadamente nos parâmetros do aspeto de pelo e grooming. Estes compostos causaram diminuição na massa corporal dos animais e no consumo médio de comida e água, em todos os grupos. A análise histopatológica revelou infiltrados inflamatórios no pulmão (0,200±0,447, 0,400±0,548 e 1,800±0,448 nos grupos II, III e IV, respetivamente). Ao nível genotóxico, estes compostos induziram danos genéticos (125±9,380 no grupo I e 153,300±12 no grupo IV). Não existiram alterações na atividade da enzima SOD. O eugenol provocou um aumento da atividade da enzima CAT (2234±584,500 no grupo V e 833,100±175,400 no grupo controlo). Ambos os compostos aumentaram a atividade da enzima GR, quando presentes na maior dose (240,800±77,320 no grupo VII e 73,460±16,170 no grupo I). Quando a pulegona é administrada como composto único, aumenta a atividade da enzima GST (753,100±293,100 no grupo VI e 368,000±58,670 no grupo I). Os resultados obtidos neste estudo sugerem que o eugenol e a pulegona podem exercer efeitos benéficos ou nocivos, dependendo da dose administrada e se estão presentes em conjunto, ou não. |
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Foram utilizados 35 murganhos fêmeas da estirpe FVB/n distribuídos por 7 grupos, com 5 animais cada. O grupo I (controlo) consumiu dieta não aditivada. No grupo II foram incorporadas quantidades de pulegona e eugenol que correspondiam a uma ingestão diária de 2,6 mg de cada um dos compostos, por animal. No grupo III o dobro desse valor (5,2 mg) e no grupo IV, o triplo (7,8 mg). O grupo V apenas consumiu eugenol (7,8 mg) e o grupo VI apenas pulegona (7,8 mg). No grupo VII os animais ingeriam 1000 mg de pulegona e eugenol, diariamente. O ensaio da toxicidade crónica (grupos II a VI) durou 28 dias. O ensaio da toxicidade aguda (grupo VII) durou 7 dias. Os animais foram alimentados em regime ad libitum e mantidos sob condições de luz, temperatura e humidade controladas. No final de ambos os ensaios, os animais foram eutanasiados por overdose da associação de ketamina e xilazina e realizada a necrópsia. O sangue foi recolhido para análise do microhematócrito e ensaio do cometa. Os órgãos foram pesados, e fixados em formaldeído para análise histológica. Uma pequena porção do fígado foi recolhida para avaliação dos marcadores do stresse oxidativo. A taxa de mortalidade no grupo VII foi de 20%. A pulegona e o eugenol induziram alterações comportamentais nos animais, nomeadamente nos parâmetros do aspeto de pelo e grooming. Estes compostos causaram diminuição na massa corporal dos animais e no consumo médio de comida e água, em todos os grupos. A análise histopatológica revelou infiltrados inflamatórios no pulmão (0,200±0,447, 0,400±0,548 e 1,800±0,448 nos grupos II, III e IV, respetivamente). Ao nível genotóxico, estes compostos induziram danos genéticos (125±9,380 no grupo I e 153,300±12 no grupo IV). Não existiram alterações na atividade da enzima SOD. O eugenol provocou um aumento da atividade da enzima CAT (2234±584,500 no grupo V e 833,100±175,400 no grupo controlo). Ambos os compostos aumentaram a atividade da enzima GR, quando presentes na maior dose (240,800±77,320 no grupo VII e 73,460±16,170 no grupo I). Quando a pulegona é administrada como composto único, aumenta a atividade da enzima GST (753,100±293,100 no grupo VI e 368,000±58,670 no grupo I). Os resultados obtidos neste estudo sugerem que o eugenol e a pulegona podem exercer efeitos benéficos ou nocivos, dependendo da dose administrada e se estão presentes em conjunto, ou não.Clove and pennyroyal oils are natural compounds used by man in many areas because of their multiple properties. Their composition includes pulegone and eugenol. Pulegone is the main constituent of pennyroyal oil. Eugenol is mostly present in clove oil. These compounds have benefits in preserving cereals during transport and storage, preventing deterioration. However, it is unknown whether they are devoid of toxicity. The objective of this study was to analyze whether the presence of pulegone and eugenol, incorporated into the diet of mice at low doses (chronic toxicity) or at a high dose (acute toxicity) interfered with behavioral, physiological, hematological, histopathological, genotoxic and enzymatic parameters. Thirty-five female mice of the FVB/n strain distributed into 7 groups with 5 animals each were used. Group I (control) consumed a non-additive diet. In group II, pulegone and eugenol were incorporated, corresponding to a daily intake of 2.6 mg of each compound per animal. In group III, twice that amount (5.2 mg) and in group IV, three times that amount (7.8 mg). Group V consumed only eugenol (7.8 mg) and group VI only pulegone (7.8 mg). In group VII the animals ingested 1000 mg of pulegone and eugenol, daily. The chronic toxicity test (groups II to VI) lasted 28 days. The acute toxicity test (group VII) lasted 7 days. The animals were fed ad libitum and kept under light, temperature, and humidity-controlled conditions. At the end of both trials, the animals were euthanized by overdose of the association of ketamine and xylazine and necropsy was performed. Blood was collected for microhematocrit analysis and comet assay. The organs were weighed and fixed in formaldehyde for histological analysis. A small portion of the liver was collected for evaluation of oxidative stress markers. The mortality rate in group VII was 20%. Pulegone and eugenol induced behavioral changes in the animals, namely in the parameters of coat appearance and grooming. These compounds caused a decrease in animal body mass and average food and water consumption in all groups. Histopathological analysis revealed inflammatory infiltrates in the lung (0.200±0.447, 0.400±0.548 and 1.800±0.448 in groups II, III and IV, respectively). At the genotoxic level, these compounds induced genetic damage (125±9.380 in group I and 153.300±12 in group IV). There were no changes in SOD enzyme activity. Eugenol caused an increase in CAT enzyme activity (2234±584,500 in group V and 833,100±175,400 in the control group). Both compounds increased GR enzyme activity when present at the highest dose (240,800±77,320 in group VII and 73,460±16,170 in group I). When pulegone is administered as a single compound, it increased GST enzyme activity (753,100±293,100 in group VI and 368,000±58,670 in group I). The results obtained in this study suggest that eugenol and pulegone can exert either beneficial or harmful effects, depending on the dose administered and whether they are present together.2022-06-29T14:31:26Z2022-04-22T00:00:00Z2022-04-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/11301porSilva, Carla Mafalda Ribeiro dainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:40:26Zoai:repositorio.utad.pt:10348/11301Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:02:35.880119Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Os óleos de cravinho e de poejo são compostos naturais utilizados pelo Homem em diversas áreas devido às suas múltiplas propriedades. Da sua composição fazem parte a pulegona e o eugenol. A pulegona é o principal constituinte do óleo de poejo. O eugenol está maioritariamente presente no óleo de cravinho. Estes compostos possuem benefícios na conservação de cereais durante o seu transporte e armazenamento, evitando a deterioração. Contudo, desconhece-se se são, ou não, desprovidos de toxicidade. O objetivo deste estudo foi analisar se a presença da pulegona e do eugenol, incorporados na alimentação de murganhos em doses baixas (toxicidade crónica) ou numa elevada dose (toxicidade aguda) interferia nos parâmetros comportamentais, fisiológicos, hematológicos, histopatológicos, genotóxicos e enzimáticos. Foram utilizados 35 murganhos fêmeas da estirpe FVB/n distribuídos por 7 grupos, com 5 animais cada. O grupo I (controlo) consumiu dieta não aditivada. No grupo II foram incorporadas quantidades de pulegona e eugenol que correspondiam a uma ingestão diária de 2,6 mg de cada um dos compostos, por animal. No grupo III o dobro desse valor (5,2 mg) e no grupo IV, o triplo (7,8 mg). O grupo V apenas consumiu eugenol (7,8 mg) e o grupo VI apenas pulegona (7,8 mg). No grupo VII os animais ingeriam 1000 mg de pulegona e eugenol, diariamente. O ensaio da toxicidade crónica (grupos II a VI) durou 28 dias. O ensaio da toxicidade aguda (grupo VII) durou 7 dias. Os animais foram alimentados em regime ad libitum e mantidos sob condições de luz, temperatura e humidade controladas. No final de ambos os ensaios, os animais foram eutanasiados por overdose da associação de ketamina e xilazina e realizada a necrópsia. O sangue foi recolhido para análise do microhematócrito e ensaio do cometa. Os órgãos foram pesados, e fixados em formaldeído para análise histológica. Uma pequena porção do fígado foi recolhida para avaliação dos marcadores do stresse oxidativo. A taxa de mortalidade no grupo VII foi de 20%. A pulegona e o eugenol induziram alterações comportamentais nos animais, nomeadamente nos parâmetros do aspeto de pelo e grooming. Estes compostos causaram diminuição na massa corporal dos animais e no consumo médio de comida e água, em todos os grupos. A análise histopatológica revelou infiltrados inflamatórios no pulmão (0,200±0,447, 0,400±0,548 e 1,800±0,448 nos grupos II, III e IV, respetivamente). Ao nível genotóxico, estes compostos induziram danos genéticos (125±9,380 no grupo I e 153,300±12 no grupo IV). Não existiram alterações na atividade da enzima SOD. O eugenol provocou um aumento da atividade da enzima CAT (2234±584,500 no grupo V e 833,100±175,400 no grupo controlo). Ambos os compostos aumentaram a atividade da enzima GR, quando presentes na maior dose (240,800±77,320 no grupo VII e 73,460±16,170 no grupo I). Quando a pulegona é administrada como composto único, aumenta a atividade da enzima GST (753,100±293,100 no grupo VI e 368,000±58,670 no grupo I). Os resultados obtidos neste estudo sugerem que o eugenol e a pulegona podem exercer efeitos benéficos ou nocivos, dependendo da dose administrada e se estão presentes em conjunto, ou não. |
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