A importância da conceção de corpo humano no valor educativo da Educação Física
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/6481 |
Resumo: | Porque é que no âmbito na educação física se valoriza tanto as capacidades condicionais e o desempenho muscular? Ao consultarmos os programas para o Ensino Básico e Secundário e vários manuais da disciplina, constatamos a abundância de propostas para o desenvolvimento da força, da resistência ou da velocidade e raramente é contemplada a criatividade. Que conceção de corpo está subjacente a esta forma de pensar e de agir? Como é que ela foi originada? Quais são as suas caraterísticas? Estará ela adequada à natureza humana? Em caso de resposta negativa que alternativas poderemos propor? Estas foram as questões que estiveram na base deste trabalho. O grupo de estudo foi constituído por quatro personalidades de áreas do conhecimento substancialmente diferentes (Manuel Sérgio – filósofo e professor universitário, Rui Costa – neurocientista -, Luís Coelho – fisioterapeuta - e Vítor Frade – ex-professor universitário e ex-treinador de futebol). A escolha baseou-se no seguinte critério: que a atividade profissional esteja ou tenha estado ligada ao estudo do corpo humano e possua obra que tenha, pela sua originalidade, impacto a nível social. A melhor forma para estudar fenómenos eminentemente subjetivos, como é a conceção do corpo, é escolher uma metodologia que compreenda a natureza desses fenómenos. Que entenda que para a mesma ação o comportamento humano pode ter significados opostos. Entendemos, deste modo, não fazer uma abordagem quantitativa mas sim qualitativa. Foi também em função destes preceitos que a entrevista não obedeceu a um guião, mas assumiu uma caraterística semiestruturada. Justifica-se, assim, que a nossa opção tenha recaído na etnometodologia. Em resultado da pesquisa e da discussão efetuadas concluímos que a conceção de corpo que esteve na origem da educação física e que a tem acompanhado até à atualidade é claramente cartesiana-positivista-capitalista-médico analista. Foi em função do entendimento de que a natureza da mente era distinta da natureza corporal que o corpo foi dividido em duas substâncias. Preocupações com a rentabilidade do movimento agudizaram essa distinção e mecanizaram a ação humana. No sentido de potenciar as capacidades do corpo humano, a educação física deve renunciar à conceção dualista e mecânica e valorizar a conceção holista e criativa. O professor deve incrementar os exercícios onde abundem a ambiguidade, a aleatoriedade, a complexidade e onde o aluno sinta que é sujeito da ação. Só desta forma é possível desenvolver a capacidade que nos distingue das demais espécies de seres vivos, a CRIATIVIDADE. |
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O grupo de estudo foi constituído por quatro personalidades de áreas do conhecimento substancialmente diferentes (Manuel Sérgio – filósofo e professor universitário, Rui Costa – neurocientista -, Luís Coelho – fisioterapeuta - e Vítor Frade – ex-professor universitário e ex-treinador de futebol). A escolha baseou-se no seguinte critério: que a atividade profissional esteja ou tenha estado ligada ao estudo do corpo humano e possua obra que tenha, pela sua originalidade, impacto a nível social. A melhor forma para estudar fenómenos eminentemente subjetivos, como é a conceção do corpo, é escolher uma metodologia que compreenda a natureza desses fenómenos. Que entenda que para a mesma ação o comportamento humano pode ter significados opostos. Entendemos, deste modo, não fazer uma abordagem quantitativa mas sim qualitativa. Foi também em função destes preceitos que a entrevista não obedeceu a um guião, mas assumiu uma caraterística semiestruturada. Justifica-se, assim, que a nossa opção tenha recaído na etnometodologia. Em resultado da pesquisa e da discussão efetuadas concluímos que a conceção de corpo que esteve na origem da educação física e que a tem acompanhado até à atualidade é claramente cartesiana-positivista-capitalista-médico analista. Foi em função do entendimento de que a natureza da mente era distinta da natureza corporal que o corpo foi dividido em duas substâncias. Preocupações com a rentabilidade do movimento agudizaram essa distinção e mecanizaram a ação humana. No sentido de potenciar as capacidades do corpo humano, a educação física deve renunciar à conceção dualista e mecânica e valorizar a conceção holista e criativa. O professor deve incrementar os exercícios onde abundem a ambiguidade, a aleatoriedade, a complexidade e onde o aluno sinta que é sujeito da ação. Só desta forma é possível desenvolver a capacidade que nos distingue das demais espécies de seres vivos, a CRIATIVIDADE.Why are both conditional ability and muscle performance so much valued in physical education? If we have a look at the primary and secondary school syllabuses and at several physical education books, we will find plenty of proposals for the development of strength, endurance or speed but creativity is rarely considered. What kind of body conception underlies this way of thinking and acting? How was it originated? What are its characteristics? Is it adequate to human nature? If not what kind of alternatives can we propose? These were the questions that were on the basis of this study. The study group consists of four personalities from substantially different knowledge areas (Manuel Sérgio - philosopher and university professor, Rui Costa - neuroscientist - Luis Coelho - physiotherapist - and Vitor Frade - former university professor and former football coach) .The choice was based on the following criteria: being their professional activity connected or having been connected with the study of the human body and having their work, by its originality, some social impact. The best way of studying eminently subjective phenomena, such as the conception of the body, is to choose the right methodology to understand the nature of these phenomena. It should also understand that for the same action human behavior can have opposite meanings. We’ve therefore decided on a qualitative approach rather than on a quantitative one. It was also based on these principles that the interview did not follow a script, but assumed a semi-structured feature. This is the reason why our choice was the ethnomethodology. As a result of the research and discussion hereby conducted we conclude that the body conception underlying physical education and accompanying it to the present time is clearly Cartesian-positivist-capitalist-medical analytic. It was due to the understanding that the nature of mind and body was different that the body was divided into two substances. Concerns about the profitability of movement sharpened this distinction and mechanized human action. In order to enhance the abilities of the human body, physical education should waive this dual and mechanical conception and value the holistic and creative one. The teacher should propose exercises in which ambiguity, randomness, and complexity abound and in which the student feels himself the subject of the action. Only this way it is possible to develop the ability that distinguishes us from the other living things, CREATIVITY.2016-09-23T15:42:43Z2016-09-23T00:00:00Z2016-09-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/6481porCosta, Humberto Pereira Ferreira dainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:42:51Zoai:repositorio.utad.pt:10348/6481Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:03:13.176833Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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