A Perturbação de Hiperatividade/Défice de Atenção (PHDA): do conhecimento dos professores às práticas educativas no 1.º ciclo do ensino básico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1822/48671 |
Resumo: | Tese de Doutoramento em Estudos da Criança (Especialidade em Educação Especial) |
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A Perturbação de Hiperatividade/Défice de Atenção (PHDA): do conhecimento dos professores às práticas educativas no 1.º ciclo do ensino básicoprofessores 1.º ciclorendimento académicopráticas educativasADHDteachers of the 1st cycleacademic achievementeducational practicesPHDACiências Sociais::Ciências da EducaçãoTese de Doutoramento em Estudos da Criança (Especialidade em Educação Especial)A Perturbação de Hiperatividade/Défice de Atenção (PHDA) é atualmente vista como uma lifespan disorder, isto é, uma perturbação de caráter permanente, cuja génese é multifatorial, com forte predisposição genética e desregulação neurobiológica (Schmidt & Petermann, 2009). Estima-se que afete cerca de 5% das crianças (APA, 2014) e conhece-se o risco elevado da existência de outras comorbilidades de natureza internalizante e externalizante (e.g., perturbação de ansiedade – PA; perturbação depressiva – PD; perturbação desafiante de oposição – PDO; perturbação do comportamento - PC, perturbação da aprendizagem específica – PAE), assim como outros problemas associados (e.g., académicos, comportamentais e sociais), que agravam o prognóstico e que poderão manter-se na idade adulta (Faraone et al., 2015). Em simultâneo, a literatura da especialidade revela que um sistema de sinalização eficiente, associado à implementação de estratégias educativas adequadas, produz alterações significativas no desempenho escolar e ajustamento social (DuPaul, Weyandt, & Janusis, 2011). Neste âmbito, importa dotar as escolas e os professores de um conjunto de ferramentas que lhes permitam operar uma sinalização eficiente e atempada, capacitando-os, simultaneamente, para o exercício de uma prática pedagógica eficaz. O âmago desta investigação passa pela convergência da análise do conhecimento dos professores acerca da PHDA (i.e., informação geral/mitos, epidemiologia/etiologia, comorbilidades/problemas associados, sinalização/diagnóstico/encaminhamento e intervenção), os principais problemas que esta perturbação causa em contexto escolar (i.e., ao nível académico, comportamental e social) e as práticas educativas adotadas com estes alunos (i.e., colaboração multidisciplinar na sinalização, diagnóstico e intervenção; estratégias de ensino diferenciadas em sala de aula; envolvimento parental; medidas de apoio educativo/educação especial). Tratou-se de uma investigação mista (quantitativa e qualitativa). O estudo 1 (quantitativo) pretendeu analisar o conhecimento de uma amostra de professores (n = 419) acerca da PHDA com recurso a um questionário construído e validado para o efeito (Questionário de Avaliação do Conhecimento da PHDA – QACP). A análise dos dados foi efetuada através do IBM –Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) – Versão 21 e recorremos aos Testes Wilcoxon-Mann-Whitney, Qui-Quadrado e Fisher para o estudo das variáveis selecionadas (i.e., formação em PHDA, experiência de ensino a alunos com PHDA e o setor de escola). O estudo 2 (qualitativo – estudo de caso múltiplo) visou uma compreensão mais aprofundada de dois fenómenos do estudo (i.e., analisar o impacto da PHDA em contexto escolar e o atendimento que é disponibilizado a estes alunos). Utilizou-se o método de triangulação de dados para validação empírica, com a aplicação de uma escala de avaliação comportamental (Vanderbilt ADHD Diagnostic Teacher Rating Scale – VADTRS) a alunos diagnosticados (ou em avaliação) com PHDA (n = 105); da entrevista semiestruturada, a uma amostra intencional de cinco docentes do 1.º Ciclo do ensino público e privado (cada qual com um aluno diagnosticado com PHDA); e da análise documental aos Processos Individuais (PIA) destes mesmos cinco alunos (um dos critérios de inclusão foi terem relatório clínico/psicopedagógico da PHDA). O tratamento estatístico foi efetuado através do teste Kruskal-Wallis e do Coeficiente de Correlação de Spearman, e a organização e análise dos dados qualitativos com o recurso ao programa informático Maxqda e ao método da análise documental (técnica da análise categorial). Os resultados deste estudo salientam a heterogeneidade e gravidade da PHDA (i.e., relativamente aos problemas académicos, comportamentais e sociais) e, por isso, a necessidade imperiosa de uma intervenção escolar de acordo com o caráter idiossincrático de cada caso. No entanto, é por demais evidente a falta de preparação dos docentes ao longo do seu percurso académico/formativo para o ensino destes estudantes (e.g., apenas 19.1% confirmou ter adquirido formação), que se traduz em algumas lacunas no conhecimento desta matéria (e.g., da etiologia e do diagnóstico), mas principalmente em insuficiências na implementação de metodologias que garantam melhorias no sucesso académico e comportamental destes alunos (e.g., estratégias comportamentais e cognitivo-comportamentais). Por outro lado, verificaram-se ainda falta de recursos humanos qualificados; pouca articulação entre os diferentes intervenientes/entidades; escassez de documentação de suporte ao diagnóstico; e inexistência de programas de colaboração casa-escola, que em nada abonam ao desenvolvimento das proclamadas escolas inclusivas.Attention Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD) is currently seen as a lifespan disorder – an on-going disorder, the origin of which is multifatorial, based on strong genetic predisposition and neurobiological deregulation (Schmidt & Petermann, 2009). It is estimated that around 5% of children are affected (APA, 2014). It is also known that there is a high risk of other comorbidities of internalizing and externalizing nature (e.g., anxiety disorder – AD; depressive disorder – DD; oppositional defiant disorder – ODD; conduct disorder – CD; specific learning disabilities – SLD), and other associated problems (e.g., academic, behavioral and social), which make the prognosis worse and may continue to adulthood (Faraone et al., 2015). At the same time, the literature reveals that a system of effective signaling, linked to the implementation of appropriate educational strategies, produces significant improvements in academic performance and social adjustment (DuPaul, Weyandt, & Janusis, 2011). In this context, it is important to equip schools and teachers with a set of tools that would enable them to operate an efficient and timely signaling system and, at the same time, train them in effective pedagogical practices. This research takes a three-pronged approach, combining an analysis of teachers’ knowledge of ADHD (i.e., general knowledge/myths; epidemiology and etiology; comorbidities and associated problems; signaling, diagnostic and monitoring; and intervention), with the main problems which this disorder causes within a school context (i.e., at an academic, behavioral and social level) and the educational practices adopted with these students (i.e., multidisciplinary collaboration in signaling, diagnostic and intervention; differentiation teaching strategies in the classroom; parental involvement; education and special educational support measures). It was a mixed research (quantitative and qualitative). The aim of the First study (a quantitative study) was to analyze teacher knowledge of ADHD from a sample of teachers (n = 419), using a questionnaire designed and validated for this purpose: ‘Questionnaire to evaluate knowledge of ADHD - QEKA (Questionário de Avaliação do Conhecimento da PHDA – QACP). Statistical analysis was carried out using the IBM - Statistical Package for Social Sciences (SPSS) – Version 21. We also used the following tests: Wilcoxon-Mann-Whitney, Chi-square and Fisher to study selected variables (i.e., training in ADHD, teaching experience with ADHD students, and the type of school). The Second study, a qualitative study (multiple case studies) was conducted for a deeper understanding of two study phenomena (i.e, analyze the impact of ADHD in schools and the educational practices adopted with these students), and a method of triangulating data for empirical validation was used. Specifically, a behavioral evaluation scale (the Vanderbilt ADHD Diagnostic Teacher Rating Scale - VADTRS) was used to assess students diagnosed (or being assessed) with ADHD (n = 105). A semisstructured interview was conducted with a sample of five teachers of the 1st cycle of public and private elementary school education (each with a student diagnosed with ADHD); and the Individual Education Plans of these five students were analyzed (one of the criteria for inclusion was that they have clinical / psychopedagogical ADHD reports). Statistical analysis was carried out using the IBM - Statistical Package for Social Sciences (SPSS) - the Krushal-Wallis Test and the Spearman Correlation Coefficient. Qualitative data was organized and analyzed using the Maxqda [Qualitative Data Analysis Software] and a document analysis method (categorical data analysis technique). Results highlight the heterogeneity and severity of ADHD (i.e., with regard to academic, behavioral and social problems) and, consequently, the urgent need for school intervention to address the specific needs of individual students. However, it is quite clear that there is a lack of preparation in the academic/professional training of teachers to teach these students (e.g., only 19.1% confirmed to have acquired training), which is translated into gaps in knowledge in this area (e.g., etiology and diagnosis), but mainly in the insufficient implementation of methodologies that guarantee improvements in the academic and behavioral success of these students (e.g., behavioral and cognitive-behavioral strategies). On the other hand, the study identified a lack of qualified human resources, little interaction between the various agencies, a shortage of diagnostic support documentation, a lack of behavioral and cognitive-behavioral strategies, and an absence of programs to support home / school cooperation, which do not contribute to the development of so-called inclusive schools in any way.Medeiros, Maria Teresa Pires deSerrano, Ana MariaPereira, Marcelino Arménio MartinsUniversidade do MinhoOliveira, Luís Carlos Martins de2017-04-302017-04-30T00:00:00Zdoctoral thesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/1822/48671por101428430info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-05-11T07:22:03Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/48671Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-05-11T07:22:03Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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