Estudo comparativo entre currículos formadores no ensino profissional entre Brasil e Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Gleise
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Bonito, Jorge, Carneiro, Celso Dal Ré
Tipo de documento: Artigo
Idioma: spa
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/25905
Resumo: Diante de umas de suas maiores crises educacionais, e de inúmeros acidentes ambientais, tanto naturais como de origem antropogênica, reforça-se a importância de valorizar os conteúdos geocientíficos nos currículos escolares, notadamente na educação básica brasileira. A modalidade de educação técnica integrada aos cursos do ensino médio (ETIM), a qual trata da formação de mão de obra qualificada ao mercado de trabalho, bem como ao acesso à formação acadêmica universitária, possibilita construir uma visão integrada da natureza e da interferência humana sobre os sistemas que compõem o planeta Terra. A situação curricular atual é de grande fragmentação de conteúdos e diversificação de abordagens de ensino-aprendizagem. Como contribuição para entender melhor a realidade nacional, este projeto teve por objetivo realizar um levantamento de temas geocientíficos presentes nos currículos oficiais brasileiros dos cursos de ETIM e nos currículos da educação profissional secundária de escolas públicas de Portugal, promovendo uma análise comparativa e uma discussão sobre convergência e/ou divergência entre os currículos em nível federal e estadual, bem como entre os dois países. Dentre as escolas técnicas selecionadas para compor a pesquisa no Brasil, na modalidade ETIM, analisaram-se os currículos oficiais das escolas técnicas federais e de instituições públicas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Os cursos investigados foram: Agricultura, Agrimensura, Agropecuária, Controle Ambiental, Florestas, Meio Ambiente, Mineração, Petróleo e Gás. Em Portugal, foram eleitas as escolas públicas secundárias profissionais, representadas pelos cursos de Gestão do Ambiente, Produção Agropecuária, Recursos Florestais e Ambientais, Turismo, Turismo Ambiental e Rural e Vitivinícola. A iniciativa produziu um panorama consistente de informações, que permite comparar os temas de Geociências que têm sido propostos nos currículos do ensino brasileiro e português. Diferenças nítidas foram encontradas entre os currículos formadores do ensino profissionalizante. No Brasil: (a) a carga horária total dos cursos, em três anos, é maior; (b) a presença das disciplinas de Geografia e Biologia nos currículos brasileiros, obrigatórias para todos os cursos durante os três anos, evidencia maior conteúdo científico a ser desenvolvido em aula, dando suporte mais sólido às disciplinas de formação técnica durante a formação teórica e prática dos alunos; (c) as disciplinas de formação técnica apresentam maior diversidade de conteúdos geocientíficos. Na educação profissional portuguesa, os Referenciais de Formação revelam uma contradição e uma minimização de conteúdos científicose tecnológicos, bem como possibilitam a redução da carga horária dos alunos durante os anos letivos. Não obstante, o estágio obrigatório, previsto nos currículos, é importante um diferencial na formação prática dos discentes. O desenvolvimento prático de competências e habilidades requeridas pelos cursos profissionais requer um tempo maior sobre o ensino das Ciências da Terra, sendo necessária a integração entre as bases científicas, técnica e tecnológica para a formação de qualidade de profissionais que deverão enfrentar situações tão específicas quanto diversificadas, que aparecem em cada uma das profissões analisadas.
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