Os museus do vinho em Portugal: comunicar o passado e compreender e (re)construir a herança cultural vitivinícola
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.21814/rlec.345 |
Resumo: | Os museus do vinho são espaços de visitação, “guardiões” de memória e de discursos sobre o passado e o presente vitivinícola das regiões que representam. Mas são também lugares de integração e de interação entre a história, a identidade, espaços de seleção e exclusão, de memórias subjetivas e seletivas. Estes espaços assumem hoje a dupla função e responsabilidade: por um lado, de preservação, divulgação e (re)produção com rigor científico deste património, mas, por outro lado, comprometem-se em torná-lo lúdico, atrativo e pedagógico, adaptado aos públicos a que se destinam. São por isso agentes fundamentais na construção de uma “cultura do Vinho” nas regiões em que se inserem, que não deixa, porém, de ser seletiva. O número de museus vínicos na região do Douro tem crescido exponencialmente. Para um melhor entendimento da cultura do vinho nesta região e da Identidade que é promovida e valorizada através destes espaços, entendeu-se relevante o estudo dos espólios e respetivo discurso dos museus existentes, através da seleção de uma amostragem significativa destes núcleos. Objetivando-se assim com este estudo o entendimento e o contributo do papel destes museus vitivinícolas para a região do Douro. Da análise realizada pode concluir-se que existe alguma seletividade discursiva que valoriza “os notáveis” históricos da terra, cala muitas vezes clivagens sociais, expressa uma religiosidade vincada, evidencia o árduo trabalho da terra e que não raras vezes se centra nos aspetos técnicos de produção da uva e do vinho e na sua evolução. Muitos destes espaços são recentes e outros foram renovados, percebendo-se que a região reconhece e valoriza a sua existência. Constituem, ainda assim e claramente, uma mais valia para estes territórios do Douro, tanto na sua vertente de animação, como na dinamização e afirmação cultural e identitária que vai muito para além da herança vitivinícola da região. São espaços agregadores de um universo cultural que não se basta no vinho e que permite melhor conhecer a região em que se inserem e que valorizam. |
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Os museus do vinho em Portugal: comunicar o passado e compreender e (re)construir a herança cultural vitivinícolaThe wine museums in Portugal: communicating the past and understanding and (re) building the wine cultural heritageArtigos temáticosOs museus do vinho são espaços de visitação, “guardiões” de memória e de discursos sobre o passado e o presente vitivinícola das regiões que representam. Mas são também lugares de integração e de interação entre a história, a identidade, espaços de seleção e exclusão, de memórias subjetivas e seletivas. Estes espaços assumem hoje a dupla função e responsabilidade: por um lado, de preservação, divulgação e (re)produção com rigor científico deste património, mas, por outro lado, comprometem-se em torná-lo lúdico, atrativo e pedagógico, adaptado aos públicos a que se destinam. São por isso agentes fundamentais na construção de uma “cultura do Vinho” nas regiões em que se inserem, que não deixa, porém, de ser seletiva. O número de museus vínicos na região do Douro tem crescido exponencialmente. Para um melhor entendimento da cultura do vinho nesta região e da Identidade que é promovida e valorizada através destes espaços, entendeu-se relevante o estudo dos espólios e respetivo discurso dos museus existentes, através da seleção de uma amostragem significativa destes núcleos. Objetivando-se assim com este estudo o entendimento e o contributo do papel destes museus vitivinícolas para a região do Douro. Da análise realizada pode concluir-se que existe alguma seletividade discursiva que valoriza “os notáveis” históricos da terra, cala muitas vezes clivagens sociais, expressa uma religiosidade vincada, evidencia o árduo trabalho da terra e que não raras vezes se centra nos aspetos técnicos de produção da uva e do vinho e na sua evolução. Muitos destes espaços são recentes e outros foram renovados, percebendo-se que a região reconhece e valoriza a sua existência. Constituem, ainda assim e claramente, uma mais valia para estes territórios do Douro, tanto na sua vertente de animação, como na dinamização e afirmação cultural e identitária que vai muito para além da herança vitivinícola da região. São espaços agregadores de um universo cultural que não se basta no vinho e que permite melhor conhecer a região em que se inserem e que valorizam.The wine museums are spaces of visitation, “guardians” of memory and of discourses about the past and present wine culture of the regions they represent. But they are also places of integration and interaction between history and identity, spaces of selection and exclusion, and also of subjective and selective memories. These spaces today assume two different roles and responsibilities: on one hand, the preservation, dissemination and (re)production with scientific rigor of this heritage, but on the other hand, they commit themselves to make it playful, attractive and pedagogical, adapted to targets and publics. They are therefore vital agents in the construction of a “wine culture”, an oenological culture in the regions in which they are integrated, nevertheless remaining selective. The number of wine museums in the Douro region has grown exponentially. For a better understanding of the wine culture in this region and its identity, promoted and valued through these spaces, the present study analyses a significant sample of the existing museums, how they organize and select their discourse. The main goal of this study is to better understand the role of these wine museums in the Douro region, how they help building the local wine culture. From the analysis carried out, it can be concluded that there is some discursive selectivity that values the historical “notables” of the land, the owners, and at the same time it often sheds social cleavages. It can also be noticed a strong religiosity, present in many of the exhibitions and collections. The hard land work is also very visible, centred on the technical aspects of grape and wine production and growth at its evolution for centuries. Many of these spaces are recent and others have been renovated, revealing that the region recognizes and values the existence of wine museums. They are, nevertheless and clearly, an added value for these territories of the Douro, both in their aspect of animation, creating dynamics and building cultural affirmation and identity that goes well beyond the wine heritage of the region. They are spaces that aggregate a cultural universe that represents and values more than the wine itself.Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho2018-12-20T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.21814/rlec.345por2183-08862184-0458Inácio, Ana Isabelinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-22T16:20:32Zoai:journals.uminho.pt:article/1844Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:59:17.737912Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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