A banca portuguesa e o planeamento estratégico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, João da Silva
Data de Publicação: 1990
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.5/23880
Resumo: A produção e distribuição de alguns serviços bancários, designadamente o serviço de depósitos, vão ser profundamente alterados com a generalização e novos desenvolvimentos da tecnologia das telecomunicações e dos computadores e, sobretudo, devido ao agravamento dos custos de captação dos depósitos à ordem, em virtude do desenvolvimento de novos instrumentos financeiros, que sendo sucedâneos próximos proporcionam uma rentabilidade mais elevada, como por exemplo, os fundos de gestão de caixa. Isso, poderá exigir uma restruturação muito profunda da rede de balcões. A nova tecnologia poderá ter um efeito muito mais profundo sobre a actividade bancária do que a simples readaptação e redefinição da produção e distribuição de serviços tradicionais. Certamente, passará a constituir mais um novo instrumento na panóplia da concorrência, podendo constituir um factor de diferenciação e fonte de duráveis vantagens ou desvantagens concorrenciais. Mas, sobretudo, poderá constituir a base em que assenta uma nova maneira de estar na actividade bancária, a qual tradicionalmente dependia principalmente do capital e da perícia na concessão de crédito ("credit skill"), e que agora repousará na perícia de desenvolvimento e utilização de sistemas de tratamento gestão e distribuição de informação. Não é por acaso, que a American Express e a Reuter estão a afirmar-se como dois temíveis concorrentes na área dos serviços financeiros. O aumento da concorrência. resultante da desregulamentação e do Mercado Único, vai obrigar as empresas bancárias a terem de passar de uma cultura de produção para uma cultura de comercialização, em como ao desennvolvimento das suas capacidades de R&D. São bem conhecidas as consequências disruptivas que tais transformações tiveram nas empresas industriais, não sendo de esperar que as coisas se passem de modo muito diferente na banca. Outros reajustamentos internos serão necessários, pois o aumento da concorrência irá eliminar a possibilidade de subsídios inter-serviços, o que juntamente com a redução das margens de juro, vai exigir uma politica de preços baseada nos custos dos serviços, que neste momento os bancos ainda não conhecem.
id RCAP_6b2d34653020ae73dad4c0320699200e
oai_identifier_str oai:www.repository.utl.pt:10400.5/23880
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling A banca portuguesa e o planeamento estratégicoBancos e actividade bancáriaPlaneamento estratégicoR&DConcorrênciaPortugalA produção e distribuição de alguns serviços bancários, designadamente o serviço de depósitos, vão ser profundamente alterados com a generalização e novos desenvolvimentos da tecnologia das telecomunicações e dos computadores e, sobretudo, devido ao agravamento dos custos de captação dos depósitos à ordem, em virtude do desenvolvimento de novos instrumentos financeiros, que sendo sucedâneos próximos proporcionam uma rentabilidade mais elevada, como por exemplo, os fundos de gestão de caixa. Isso, poderá exigir uma restruturação muito profunda da rede de balcões. A nova tecnologia poderá ter um efeito muito mais profundo sobre a actividade bancária do que a simples readaptação e redefinição da produção e distribuição de serviços tradicionais. Certamente, passará a constituir mais um novo instrumento na panóplia da concorrência, podendo constituir um factor de diferenciação e fonte de duráveis vantagens ou desvantagens concorrenciais. Mas, sobretudo, poderá constituir a base em que assenta uma nova maneira de estar na actividade bancária, a qual tradicionalmente dependia principalmente do capital e da perícia na concessão de crédito ("credit skill"), e que agora repousará na perícia de desenvolvimento e utilização de sistemas de tratamento gestão e distribuição de informação. Não é por acaso, que a American Express e a Reuter estão a afirmar-se como dois temíveis concorrentes na área dos serviços financeiros. O aumento da concorrência. resultante da desregulamentação e do Mercado Único, vai obrigar as empresas bancárias a terem de passar de uma cultura de produção para uma cultura de comercialização, em como ao desennvolvimento das suas capacidades de R&D. São bem conhecidas as consequências disruptivas que tais transformações tiveram nas empresas industriais, não sendo de esperar que as coisas se passem de modo muito diferente na banca. Outros reajustamentos internos serão necessários, pois o aumento da concorrência irá eliminar a possibilidade de subsídios inter-serviços, o que juntamente com a redução das margens de juro, vai exigir uma politica de preços baseada nos custos dos serviços, que neste momento os bancos ainda não conhecem.Universidade Nova de Lisboa - Faculdade de EconomiaRepositório da Universidade de LisboaFerreira, João da Silva2022-03-22T10:51:26Z1990-041990-04-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.5/23880porFerreira, João da Silva .1990. “A banca portuguesa e o planeamento estratégico” . Universidade Nova de Lisboa. Faculdade de Economia. Working Paper nº 152/ 1990.0871-2573info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-06T14:53:31Zoai:www.repository.utl.pt:10400.5/23880Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:08:00.564169Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv A banca portuguesa e o planeamento estratégico
title A banca portuguesa e o planeamento estratégico
spellingShingle A banca portuguesa e o planeamento estratégico
Ferreira, João da Silva
Bancos e actividade bancária
Planeamento estratégico
R&D
Concorrência
Portugal
title_short A banca portuguesa e o planeamento estratégico
title_full A banca portuguesa e o planeamento estratégico
title_fullStr A banca portuguesa e o planeamento estratégico
title_full_unstemmed A banca portuguesa e o planeamento estratégico
title_sort A banca portuguesa e o planeamento estratégico
author Ferreira, João da Silva
author_facet Ferreira, João da Silva
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Repositório da Universidade de Lisboa
dc.contributor.author.fl_str_mv Ferreira, João da Silva
dc.subject.por.fl_str_mv Bancos e actividade bancária
Planeamento estratégico
R&D
Concorrência
Portugal
topic Bancos e actividade bancária
Planeamento estratégico
R&D
Concorrência
Portugal
description A produção e distribuição de alguns serviços bancários, designadamente o serviço de depósitos, vão ser profundamente alterados com a generalização e novos desenvolvimentos da tecnologia das telecomunicações e dos computadores e, sobretudo, devido ao agravamento dos custos de captação dos depósitos à ordem, em virtude do desenvolvimento de novos instrumentos financeiros, que sendo sucedâneos próximos proporcionam uma rentabilidade mais elevada, como por exemplo, os fundos de gestão de caixa. Isso, poderá exigir uma restruturação muito profunda da rede de balcões. A nova tecnologia poderá ter um efeito muito mais profundo sobre a actividade bancária do que a simples readaptação e redefinição da produção e distribuição de serviços tradicionais. Certamente, passará a constituir mais um novo instrumento na panóplia da concorrência, podendo constituir um factor de diferenciação e fonte de duráveis vantagens ou desvantagens concorrenciais. Mas, sobretudo, poderá constituir a base em que assenta uma nova maneira de estar na actividade bancária, a qual tradicionalmente dependia principalmente do capital e da perícia na concessão de crédito ("credit skill"), e que agora repousará na perícia de desenvolvimento e utilização de sistemas de tratamento gestão e distribuição de informação. Não é por acaso, que a American Express e a Reuter estão a afirmar-se como dois temíveis concorrentes na área dos serviços financeiros. O aumento da concorrência. resultante da desregulamentação e do Mercado Único, vai obrigar as empresas bancárias a terem de passar de uma cultura de produção para uma cultura de comercialização, em como ao desennvolvimento das suas capacidades de R&D. São bem conhecidas as consequências disruptivas que tais transformações tiveram nas empresas industriais, não sendo de esperar que as coisas se passem de modo muito diferente na banca. Outros reajustamentos internos serão necessários, pois o aumento da concorrência irá eliminar a possibilidade de subsídios inter-serviços, o que juntamente com a redução das margens de juro, vai exigir uma politica de preços baseada nos custos dos serviços, que neste momento os bancos ainda não conhecem.
publishDate 1990
dc.date.none.fl_str_mv 1990-04
1990-04-01T00:00:00Z
2022-03-22T10:51:26Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.5/23880
url http://hdl.handle.net/10400.5/23880
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Ferreira, João da Silva .1990. “A banca portuguesa e o planeamento estratégico” . Universidade Nova de Lisboa. Faculdade de Economia. Working Paper nº 152/ 1990.
0871-2573
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Nova de Lisboa - Faculdade de Economia
publisher.none.fl_str_mv Universidade Nova de Lisboa - Faculdade de Economia
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799131174376833024