Ecos da missão de Augusto de Castilho e as tensões migratórias no nordeste do Mar Egeu e Mediterrâneo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ratinho, Filipe Borges Alves
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/43991
Resumo: Nos finais do século XIX ocorreu a 2ª Revolta da Armada brasileira, num conflito interno político-constitucional brasileiro, fruto da instabilidade económica da jovem Républica brasileira formada em 15 de novembro de 1889. Neste conflito marcaram presença diversas nações, através do destacamento de forças navais enviadas para a baía de Guanabara. A força naval portuguesa foi composta por duas corvetas-mistas, sob comando do Capitão de Fragata Augusto Vidal de Castilho Barreto e Noronha. A evolução do conflito no Rio de Janeiro levou ao asilo em massa das guarnições revoltosas brasileiras para bordo das corvetas portuguesas. Este acontecimento foi procedido por duras condições de navegação e de habitabilidade a bordo dos navios de bandeira portuguesa que geraram sofrimento físico e efeitos psicológicos sobre os asilados brasileiros, resultando em processos de fuga de bordo dos navios portugueses. O contexto destes acontecimentos não podia ser mais atual, quando verificamos no Mar Mediterrâneo elevados fluxos migratórios, que tem levado à intervenção de forças navais dos países mediterrânicos e dos restantes países europeus para lidar com a situação. Estes acontecimentos, a par com o caso de estudo revelam a afinidade não só pela situação comum de acolhimento humanitário a bordo de navios de guerra, mas também pela problemática do asilo e acolhimento dos refugiados por países europeus. Torna-se também interessante refletir sobre o valor da presença naval, tanto na baía de Guanabara nos finais do século XIX, como também no crescente recurso a este mecanismo na manutenção das fronteiras externas da União Europeia e dos interesses comunitários das vias marítimas que garantem parte da estabilidade europeia que conhecemos hoje, dando especial ênfase aos acontecimentos que temos vindo a presenciar no mar mediterrâneo.
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