Agressão e Crenças acerca da Violência nas Relações Íntimas em Contexto Universitário
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/9334 |
Resumo: | O presente estudo, teve como objetivo avaliar os níveis de agressão de uma amostra de estudantes universitários, bem como investigar as suas crenças acerca da violência nas relações de intimidade, verificando qual o seu grau tolerância/ aceitação a essa mesma violência, assim como, perceber qual a relação entre estas duas variáveis. Para além do questionário sociodemográfico, foram também utilizados o Questionário da Agressão (QA) de Buss & Perry (1992) e a Escala de Crenças acerca da Violência Conjugal (ECVC) de Machado, Matos & Gonçalves (2000). Para melhor compreendermos a agressão e as crenças dos universitários acerca da violência nas relações de intimidade na população portuguesa, realizamos um estudo empírico. No mesmo participaram 503 alunos do ensino superior, sendo este um critério de inclusão. As idades dos participantes são compreendidas entre os 17 e os 34 anos, apresentando uma média de idade de 21 anos, dos quais 282 pertencem ao sexo feminino e 219 ao sexo masculino. Os resultados obtidos vão essencialmente de encontro ao alcançados na revisão bibliográfica realizada, na medida em que, evidenciaram que a grande maioria dos participantes não são agressivos e de forma geral, não apresentam crenças que legitimem a violência nas relações de intimidade. Considerando os resultados obtidos com recurso ao questionário QA verificou-se que as diferenças de agressão no total da escala entre homens e mulheres não são expressivas, no entanto, com os homens a apresentar uma maior pontuação na agressão física do que as mulheres. No que diz respeito à ECVC, os resultados indicaram uma tendência para a rejeição das crenças que dão suporte à violência nas relações de intimidade, contudo, os participantes apresentaram uma moderada concordância com a crença de legitimação e banalização da pequena violência. Relativamente às diferenças entre sexos, verificou-se que foram os participantes do sexo masculino que apresentaram respostas mais concordantes com a legitimação da violência, tanto no global da escala, como em cada um dos fatores de legitimação de violência. Nas variáveis sociodemográficas (idade e estado civil), não se encontram diferenças estatisticamente significativas com as variáveis agressão e crenças acerca da violência. Por fim, não se verificou uma correlação entre as variáveis estudadas, nomeadamente a agressão e as crenças. Tal resultado advém certamente do facto de a amostra em estudo apresentar baixos níveis de agressão. Assim, de forma geral, podemos concluir que os estudantes universitários que participaram no nosso estudo, não apresentam pontuações elevadas relativamente às crenças acerca da violência, existe uma tendência para a discordância com as mesmas, no entanto ainda existem alguns tipos de crenças que estão presentes nos participantes. Assim, torna-se necessário estar atento a esta minoria, pois a legitimação da violência é, muitas vezes uma consequência de crenças erradas que desculpam as condutas abusivas dos agressores. Muitas dessas crenças ligam-se à discriminação e desigualdade entre homens e mulheres, à banalização da violência que ainda é vista nalguns contextos como uma coisa normal e comum, e ainda à justificação do uso de violência fazendo atribuições causais com base no comportamento da mulher. |
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Agressão e Crenças acerca da Violência nas Relações Íntimas em Contexto UniversitárioAgressãoContexto Universitário.CrençasRelações de IntimidadeViolênciaDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::PsicologiaO presente estudo, teve como objetivo avaliar os níveis de agressão de uma amostra de estudantes universitários, bem como investigar as suas crenças acerca da violência nas relações de intimidade, verificando qual o seu grau tolerância/ aceitação a essa mesma violência, assim como, perceber qual a relação entre estas duas variáveis. Para além do questionário sociodemográfico, foram também utilizados o Questionário da Agressão (QA) de Buss & Perry (1992) e a Escala de Crenças acerca da Violência Conjugal (ECVC) de Machado, Matos & Gonçalves (2000). Para melhor compreendermos a agressão e as crenças dos universitários acerca da violência nas relações de intimidade na população portuguesa, realizamos um estudo empírico. No mesmo participaram 503 alunos do ensino superior, sendo este um critério de inclusão. As idades dos participantes são compreendidas entre os 17 e os 34 anos, apresentando uma média de idade de 21 anos, dos quais 282 pertencem ao sexo feminino e 219 ao sexo masculino. Os resultados obtidos vão essencialmente de encontro ao alcançados na revisão bibliográfica realizada, na medida em que, evidenciaram que a grande maioria dos participantes não são agressivos e de forma geral, não apresentam crenças que legitimem a violência nas relações de intimidade. Considerando os resultados obtidos com recurso ao questionário QA verificou-se que as diferenças de agressão no total da escala entre homens e mulheres não são expressivas, no entanto, com os homens a apresentar uma maior pontuação na agressão física do que as mulheres. No que diz respeito à ECVC, os resultados indicaram uma tendência para a rejeição das crenças que dão suporte à violência nas relações de intimidade, contudo, os participantes apresentaram uma moderada concordância com a crença de legitimação e banalização da pequena violência. Relativamente às diferenças entre sexos, verificou-se que foram os participantes do sexo masculino que apresentaram respostas mais concordantes com a legitimação da violência, tanto no global da escala, como em cada um dos fatores de legitimação de violência. Nas variáveis sociodemográficas (idade e estado civil), não se encontram diferenças estatisticamente significativas com as variáveis agressão e crenças acerca da violência. Por fim, não se verificou uma correlação entre as variáveis estudadas, nomeadamente a agressão e as crenças. Tal resultado advém certamente do facto de a amostra em estudo apresentar baixos níveis de agressão. Assim, de forma geral, podemos concluir que os estudantes universitários que participaram no nosso estudo, não apresentam pontuações elevadas relativamente às crenças acerca da violência, existe uma tendência para a discordância com as mesmas, no entanto ainda existem alguns tipos de crenças que estão presentes nos participantes. Assim, torna-se necessário estar atento a esta minoria, pois a legitimação da violência é, muitas vezes uma consequência de crenças erradas que desculpam as condutas abusivas dos agressores. Muitas dessas crenças ligam-se à discriminação e desigualdade entre homens e mulheres, à banalização da violência que ainda é vista nalguns contextos como uma coisa normal e comum, e ainda à justificação do uso de violência fazendo atribuições causais com base no comportamento da mulher.The purpose of the present study was to evaluate the aggression levels within a group of university students, as well as to investigate their beliefs about violence in intimacy relations, verifying their tolerance/acceptance level to this same violence, and also in perceiving what is the relationship between these two variables. Beyond the sociodemographic questionnaire, the Buss & Perry Aggression Questionnaire (QA) (1992) and Machado, Matos & Gonçalves’ (2000) Escala de Crenças sobre a Violência Conjugal (ECVC) were also used. In order to have a better understanding of the aggression and beliefs of university students about violence in intimate relationships in the Portuguese population, we conceive an empirical study. In the study participated 503 students with higher education, this being an inclusion criterion. The participants ages range from 17 to 34 years, with a mean of 21 years old, of which 282 are of female gender and 219 are male gender. The results obtained are essentially in agreement with those found within the literature review, that is that they showed that the great majority of the participants are not aggressive and, in general, do not show beliefs that legitimize violence in intimacy relations. Considering the results obtained using the QA questionnaire, it was verified that the differences of aggression in the total scale between men and women, are not significant, however, men presented a higher score in physical aggression than women. Concerning ECVC, the results pointed a tendency to reject the beliefs that support violence in intimate relationships, although, the participants presented a moderate agreement with the belief of legitimization and trivialization of the small violence. Regarding the differences between sex genders, it was proven that the male participants presented answers that were more in agreement with the legitimacy of the violence, both in the global scale and in each of the factors of legitimation of violence. In sociodemographic variables (age and marital status), there are no statistically significant differences with the variables aggression and beliefs about violence. Finally, there was no correlation between the studied variables, namely aggression and beliefs. Such a result certainly comes from the fact that the sample under study has low levels of aggression. Therefore, in general, we can conclude that university students who participated in our study do not present high scores regarding beliefs about violence, there is a tendency for disagreement with them, however there are some types of beliefs that are still present in the participants. Thereby, it is necessary to be cautious to this minority, since the legitimization of violence is often a consequence of wrong beliefs that excuse the abusive conduct of the aggressors. Many of these beliefs are connected to discrimination and inequality between men and women, to the banalization of violence that is still seen in some contexts as a normal and common thing, and to justify the use of violence by making causal attributions based on the behavior of women.Loureiro, Manuel Joaquim da SilvauBibliorumDias, Maria João Araújo2020-02-18T16:25:29Z2018-07-132018-06-202018-07-13T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/9334TID:202357422porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:50:40Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/9334Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:49:39.619975Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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