O filme de ficção na construção do conhecimento histórico: um estudo realizado com alunos do 5.º ano de escolaridade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Maria Teresa da Silva Costa
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1822/5866
Resumo: Este estudo insere-se no âmbito de uma linha de investigação de natureza descritiva. Desenvolveu-se num contexto de sala de aula, de acordo com a abordagem construtivista de ensino e aprendizagem da História, e teve como objectivo central analisar as ideias dos alunos sobre narrativas históricas e ficcionais. Participaram neste estudo 54 alunos distribuídos por duas turmas do 5.º ano de escolaridade, com idades compreendidas entre os dez e os doze anos de idade, de uma escola do distrito de Braga. A experiência foi realizada ao longo de cinco situações, designadamente: aplicação de um questionário; construção de uma narrativa aberta sobre os excertos do filme “Braveheart – o desafio do guerreiro”; realização de quatro fichas de trabalho que continham documentos escritos primários e historiográficos; aplicação de um novo questionário e uma entrevista semi-estruturada. A análise dos dados foi subdividida em quatro domínios de cognição, designadamente: Compreensão; Explicação e Opinião; Avaliação das duas narrativas com suportes diferentes e Imaginação histórica. Para cada domínio de análise procedeu-se a uma análise de conteúdo das respostas dos alunos, utilizando-se categorias que nos permitissem a classificação dos seus elementos constitutivos. Constatou-se que a maioria dos alunos compreendeu os documentos apresentados e construíram narrativas descritivas. Contudo, as narrativas elaboradas a partir das imagens, dos excertos do filme e dos documentos escritos apresentaram algumas diferenças. Um número significativo de alunos estruturou as suas respostas de um modo explicativo e usou a evidência disponibilizada para fundamentar as suas explicações e opiniões sobre determinadas acções, acontecimentos e situações da época medieval. As ideias dos alunos sobre narrativas históricas e ficcionais oscilou entre a justificação de que as diferenças entre os dois suportes (filme e documentos escritos) se encontravam apenas na utilização de linguagens diferentes e nas suas características específicas (que determinam a noção de realidade das histórias), e explicações que referiram que a verdade das narrativas tinha a ver com o reconhecimento da natureza ficcional pelas características específicas dos suportes, pelas dificuldades de aceder ao passado para construir suas narrativas, pelas diferenças de conteúdos, pelas intenções e pela opinião dos autores. Nos enunciados elaborados pelos alunos a questões relacionadas com a imaginação histórica prevaleceram as ideias contemporâneas. Contudo, um pequeno grupo de alunos conseguiu colocar-se na perspectiva das pessoas do passado.
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A experiência foi realizada ao longo de cinco situações, designadamente: aplicação de um questionário; construção de uma narrativa aberta sobre os excertos do filme “Braveheart – o desafio do guerreiro”; realização de quatro fichas de trabalho que continham documentos escritos primários e historiográficos; aplicação de um novo questionário e uma entrevista semi-estruturada. A análise dos dados foi subdividida em quatro domínios de cognição, designadamente: Compreensão; Explicação e Opinião; Avaliação das duas narrativas com suportes diferentes e Imaginação histórica. Para cada domínio de análise procedeu-se a uma análise de conteúdo das respostas dos alunos, utilizando-se categorias que nos permitissem a classificação dos seus elementos constitutivos. Constatou-se que a maioria dos alunos compreendeu os documentos apresentados e construíram narrativas descritivas. Contudo, as narrativas elaboradas a partir das imagens, dos excertos do filme e dos documentos escritos apresentaram algumas diferenças. Um número significativo de alunos estruturou as suas respostas de um modo explicativo e usou a evidência disponibilizada para fundamentar as suas explicações e opiniões sobre determinadas acções, acontecimentos e situações da época medieval. As ideias dos alunos sobre narrativas históricas e ficcionais oscilou entre a justificação de que as diferenças entre os dois suportes (filme e documentos escritos) se encontravam apenas na utilização de linguagens diferentes e nas suas características específicas (que determinam a noção de realidade das histórias), e explicações que referiram que a verdade das narrativas tinha a ver com o reconhecimento da natureza ficcional pelas características específicas dos suportes, pelas dificuldades de aceder ao passado para construir suas narrativas, pelas diferenças de conteúdos, pelas intenções e pela opinião dos autores. Nos enunciados elaborados pelos alunos a questões relacionadas com a imaginação histórica prevaleceram as ideias contemporâneas. Contudo, um pequeno grupo de alunos conseguiu colocar-se na perspectiva das pessoas do passado.This study follows an investigation line of a descriptive nature. It has been developed in a classroom context according to the constructivist approach of History teaching and learning. It had as central purpose analysing students’ ideas about historical and fiction narratives. Fifty-four students have participated is this study and have been distributed by two classes of 5th grade with ages between ten and twelve years old in a school of Braga district. This experience was made taking into account five situations, such as; a questionnaire, a construction of an open narrative about parts of the film “Braveheart”, four worksheets. Where we could find primary and historiography written documents and the application of a new questionnaire and a semi-structured interview. The analysis of data was divided in four domains of cognition, such as, Comprehension; Explanation and Opinion; Evaluation of two narratives inspired in images of the film, but the written documents showed some differences and Historical Imagination. For each domain of analysis a content analysis of the students’ answers was carried out and the categories used enabled one to classify their constitutive elements. It was ascertained that most of the students understood the documents that were presented to them and were able to produce descriptive narratives. However, the narratives that were produced having the film excerpts and written documents as a basis showed some differences. A great number of students made their answers in an explained way and used the available evidence to settle their explanations and opinions about certain actions, events and situations of Medieval age. The students’ ideas about historical and fiction narratives rounded the justification between these two supports (film and written documents) by saying that the main difference was in the language use and their specific characteristics (which sustains the idea of reality of histories). There were also some explanations which refer that the truth of narratives was to do with the recognizing of a fiction nature of supports. This happens because of the difficulty to travel to the past to build their narratives, by the differences of contents, by intentions and by the author’s opinion. Through the texts written by students about subjects related to historical imagination, the actual ideas remain. However, there is a small groups of students who were able to put themselves in a perspective of the people of the past.Melo, Maria do CéuUniversidade do MinhoRodrigues, Maria Teresa da Silva Costa2005-10-062005-10-06T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/1822/5866porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-21T12:26:24Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/5866Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T19:20:50.890364Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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