A magnitude financeira dos eventos adversos em hospitais no Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/98697 |
Resumo: | RESUMO - Objetivo: Estimar o volume de recursos financeiros gastos com pacientes com Eventos Adversos em hospitais no Brasil, utilizando informações financeiras disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS). Metodologia: Estudo descritivo e exploratório sobre a magnitude financeira associada à ocorrência de EAs em hospitais no Brasil. As fontes de dados empregadas foram: informações coletadas no estudo de incidência de EA em hospitais no Brasil (estudo de base) e informações registradas no SIH-SUS. Essas fontes de dados foram encadeadas (linkage). O universo de estudo foram os pacientes internados em dois hospitais públicos de ensino do estado do Rio de Janeiro em 2003. Selecionou-se uma amostra aleatória simples de 622 prontuários de pacientes. Para estimar os custos dos eventos adversos, foram analisados os dias adicionais decorrentes dos EAs avaliados pelos médicos revisores, o tempo de permanência e as informações financeiras do SIH-SUS. Resultados: Nos prontuários de pacientes analisados, 583 pacientes não sofreram EA e 39 (6,3 %) sofreram algum EA. Do total de casos com EA, 25 foram considerados evitáveis (64,1 %). O valor médio pago (R$ 3.195,42) pelo atendimento aos pacientes com EA foi 200,5 % superior ao valor pago aos pacientes sem EA, enquanto o valor médio pago aos pacientes com EA evitável (R$1.270,47) foi apenas 19,5 % superior ao valor médio pago aos pacientes sem EA. Já o observado para os pacientes com EA não evitável (R$ 6.632,84) foi 523,8 % maior que o valor médio dos pacientes sem EA. Os pacientes com EA apresentaram tempo médio de permanência no hospital 28,3 dias superior ao observado nos pacientes sem EA. Extrapolados para o total de internações nos dois hospitais, os eventos adversos implicaram no gasto de R$ 1.212.363,30, que representou 2,7 % do reembolso total. Conclusão: O estudo mostrou que os danos ao paciente decorrentes do cuidado à saúde têm expressivo impacto nos gastos hospitalares e apontou várias razões para supor que os resultados apresentados estejam subestimados. Apesar de ser um estudo exploratório, mostrou que a importância financeira da ocorrência de eventos adversos, que, em parte, implicam em dispêndio de recursos desnecessários que poderiam ser utilizados para financiar outras necessidades de saúde da população. |
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A magnitude financeira dos eventos adversos em hospitais no BrasilThe financial relevance of adverse events in hospitals in BrazilSegurança do DoenteEventos AdversosCustosHospitaisPatient SafetyAdverse EventsCostsHospitalsRESUMO - Objetivo: Estimar o volume de recursos financeiros gastos com pacientes com Eventos Adversos em hospitais no Brasil, utilizando informações financeiras disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS). Metodologia: Estudo descritivo e exploratório sobre a magnitude financeira associada à ocorrência de EAs em hospitais no Brasil. As fontes de dados empregadas foram: informações coletadas no estudo de incidência de EA em hospitais no Brasil (estudo de base) e informações registradas no SIH-SUS. Essas fontes de dados foram encadeadas (linkage). O universo de estudo foram os pacientes internados em dois hospitais públicos de ensino do estado do Rio de Janeiro em 2003. Selecionou-se uma amostra aleatória simples de 622 prontuários de pacientes. Para estimar os custos dos eventos adversos, foram analisados os dias adicionais decorrentes dos EAs avaliados pelos médicos revisores, o tempo de permanência e as informações financeiras do SIH-SUS. Resultados: Nos prontuários de pacientes analisados, 583 pacientes não sofreram EA e 39 (6,3 %) sofreram algum EA. Do total de casos com EA, 25 foram considerados evitáveis (64,1 %). O valor médio pago (R$ 3.195,42) pelo atendimento aos pacientes com EA foi 200,5 % superior ao valor pago aos pacientes sem EA, enquanto o valor médio pago aos pacientes com EA evitável (R$1.270,47) foi apenas 19,5 % superior ao valor médio pago aos pacientes sem EA. Já o observado para os pacientes com EA não evitável (R$ 6.632,84) foi 523,8 % maior que o valor médio dos pacientes sem EA. Os pacientes com EA apresentaram tempo médio de permanência no hospital 28,3 dias superior ao observado nos pacientes sem EA. Extrapolados para o total de internações nos dois hospitais, os eventos adversos implicaram no gasto de R$ 1.212.363,30, que representou 2,7 % do reembolso total. Conclusão: O estudo mostrou que os danos ao paciente decorrentes do cuidado à saúde têm expressivo impacto nos gastos hospitalares e apontou várias razões para supor que os resultados apresentados estejam subestimados. Apesar de ser um estudo exploratório, mostrou que a importância financeira da ocorrência de eventos adversos, que, em parte, implicam em dispêndio de recursos desnecessários que poderiam ser utilizados para financiar outras necessidades de saúde da população.ABSTRACT - Aim: To estimate how much is spent on patients suffering Adverse Events (AEs) in hospitals in Brazil, using financial information available in the National Health Service Hospital Information System (SIH-SUS). Methodology: Exploratory descriptive study of total expenditure associated with occurrence of AEs in hospitals in Brazil. The data sources used were information collected in incidence studies of AEs in hospitals (baseline study) and information recorded in the SIH-SUS. These sources were then linked. The study population was inpatients at public teaching hospitals in Rio de Janeiro State in 2003. A simple random sample of 622 patient records was selected. The costs associated with adverse events were estimated from the additional days stay resulting from AEs established by medical review, length of hospital stay and financial data from the SIH-SUS. Results: The patient records showed that 583 patients had not suffered and 39 (6.3 %) had suffered an AE. Of the total number of cases of AE, 25 (64.1 %) were considered to have been avoidable. The mean amount paid (R$ 3,195.42) for care to patients with AE was 200.5 % higher than the amount paid for patients with no AE, while the mean amount paid to patients with avoidable AE (R$1,270.47) was only 19.5 % higher than the mean amount paid to patients with no AE. Meanwhile the amount paid to patients with an unavoidable AE (R$ 6,632.84) was 523.8 % higher than the mean amount paid to patients with no AE. Mean hospital stay among patients with an AE was 28.3 days longer than among patients with no AE. When extrapolated to total admissions at the two hospitals, AEs entailed expenditure of R$ 1,212,363.30, representing 2.7 % of total reimbursements. Conclusion: The study showed that health care-related patient harm has substantial impact on hospital expenditures and pointed to various reasons for believing the results to be understated. Although this was an exploratory study, it showed the financial significance of the occurrence of adverse events, which in part entail unnecessary expenditure of funds that could be used to finance other health needs.Universidade Nova de Lisboa, Escola Nacional de Saúde PúblicaRUNPorto, SilviaMartins, MônicaMendes, WalterTravassos, Claudia2020-06-02T11:37:09Z20102010-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/98697porPorto, Silvia; Martins, Mônica; Mendes, Walter; Travassos, Claudia - A magnitude financeira dos eventos adversos em hospitais no Brasil = The financial relevance of adverse events in hospitals in Brazil. Revista Portuguesa de Saúde Pública. ISSN 0870-9025. Volume temático, Nº 10 (2010), p. 74-800870-9025info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:45:18Zoai:run.unl.pt:10362/98697Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:39:02.079613Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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