Além de Piaget? Sim, mas Primeiro Além da Sua Interpretação Padrão!
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1998 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-82311998000400001 |
Resumo: | A teoria de Piaget tem sido sujeita ao que pode ser chamada a sua interpretação padrão. Embora tornada possível pela ambiguidade de Piaget em relação a alguns dos seus conceitos centrais (e.g., estádio e estrutura), essa interpretação deve-se em grande parte ao seu foco sobre a teoria de estádios estruturais de Piaget em detrimento da sua teoria de equilibração, e à sua ênfase em investigações factuais em detrimento das conceptuais. Neste estudo eu mostro que é possível e importante ir além da interpretação padrão de Piaget, e reinterpretar ou estender a teoria de Piaget na base da epistemologia construtivista que a informa. Argumento que quando se vai além da interpretação padrão, então na teoria de Piaget (1) são os comportamentos, não as pessoas, que estão em estádios; (2) a idade é um indicador, não um critério de desenvolvimento; (3) é a necessidade lógica, não a verdade, que é a questão central da psicogénese; (4) a construção do conhecimento não é uma tarefa individual, mas social; (5) as estruturas de conjunto são critérios formais mais do que entidades funcionais; (6) não há apenas um, mas múltiplos percursos desenvolvimentistas; (7) o que os sujeitos fazem ao raciocinar não é seguir regras lógicas, mas agir e operar; e (8) conteúdo e significado, não apenas forma e estrutura, desempenham um papel central na compreensão operatória. Defendo também que quando se vai além da interpretação padrão da teoria de Piaget, muitas das críticas que lhe têm sido dirigidas perdem muito do seu conteúdo empírico ou razão de ser, e descobre-se que os problemas levantados pela teoria são relativamente diferentes dos que apareceram em primeiro lugar. |
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