Dissected beauty : a estética do kitsch e a sua inscrição no corpo e no espaço

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares, Rita Gonçalves Neto Ornelas
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/40876
Resumo: O termo kitsch, de origem alemã, ainda que esteja perfeitamente estabelecido nas línguas europeias, continua a dividir opiniões sobre o que significa e o que representa. Como adjetivo, pode caracterizar objetos culturais destinados as massas, e por elas apreciados. Como substantivo, kitsch designa comumente uma categoria de gosto. Mas existe o consenso de que a “qualidade repetitiva do kitsch aborda um problema geral da modernidade” (Binkley, 2000, p. 131) e de que pode ser simultaneamente uma arte de felicidade e uma expressão de (bom) mau gosto. A minha dissertação vai refletir sobre o conceito teórico de kitsch num contexto contemporâneo, depois relacionado com a minha pratica criativa fotográfica. Procurarei perscrutar o porque de o kitsch se ter tornado um estilo estético distinto, quando antes estava subjugado ao reino do lixo cultural, das classes mais baixas, das imitacoes baratas e do mau gosto (T. Adorno & Bernstein, 2005; Călinescu, 1987; Dorfles, 1969a; Greenberg, 1961; Kulka, 2011), enfatizando assim o papel positivo que o kitsch contemporâneo desempenha na vida estética e social da minha geração. Interessar-me-á em particular a relação entre fotografia e kitsch, aqui explorando a sua presença, ou a sua marca estética no retrato e, depois, no corpo. O corpo foi sempre motivo de representação na arte. Do líbito documental ao líbito poético, a impressão do corpo e, sempre foi, e sempre será motivo na fotografia. Fausto da cultura e de registo da atividade humana, o corpo e detentor de uma virtualidade visual que a fotografia anseia documentar e transformar em arte. As fotografias que apresento em Dissected Beauty assumem-se como um meio de paginar e testemunhar os processos de metamorfose artificial e temporária a que determinadas mulheres se submetem, que sobrevivem devido a sua durabilidade limitada. Fotografias que exploram ainda, a dois tempos, o belo como um fim e o feio como um meio para esse fim. Não sendo necessariamente um feio depreciativo, mas um feio kitsch. Tal levou-me a assumir o feio, de certo modo numa relação com o kitsch – como estética do meu trabalho fotográfico.
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