O impacto da pandemia de COVID-19 no apoio a vítimas de violência doméstica: a perceção dos técnicos de apoio à vítima

• Autor(a) principal: Franco, Miguel Ângelo Paquete
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10284/10585
• topic: Violência doméstica; COVID-19; Apoio a vítimas; Técnicos de apoio à vítima; Domestic violence; Victim support; Victim support professionals; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia

A violência doméstica trata-se de um problema social e de saúde pública significativo, que afeta pessoas de todas as idades e de todos os estratos socioeconómicos e culturais. Apesar de não ser ainda possível definir de forma precisa o impacto que o fenómeno pandémico teve nas questões relacionadas com a violência doméstica no contexto português, estudos realizados internacionalmente apontam para um aumento no número deste tipo de situações, existindo um conjunto de fatores, como por exemplo a necessidade do confinamento obrigatório, que podem agravar os casos já existentes. Com este trabalho, pretende-se analisar diferenças significativas no processo de apoio a vítimas de violência doméstica que tenham sido causadas pelo surgimento da pandemia de COVID-19 em Portugal. Especificamente, procura-se compreender de que forma a situação pandémica afetou a colaboração da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) com outras instituições no processo de apoio a vítimas de violência doméstica e identificar potenciais oportunidades de inovação no processo de apoio trazidas pela necessidade de adaptação a esta nova realidade. A metodologia adotada nesta investigação foi qualitativa, com recurso a um guião de entrevista semiestruturada e em profundidade como técnica de recolha de dados, o qual foi aplicado a quatro Técnicos de Apoio à Vítima (TAV) da APAV. Os resultados obtidos no âmbito deste estudo indicam que, apesar de na altura do primeiro confinamento se terem sentido dificuldades acentuadas, nomeadamente no que diz respeito aos aspetos relacionados com a adaptação ao teletrabalho, as TAV entrevistadas percecionam de forma positiva o processo de adaptação à nova realidade, destacando aspetos como, por exemplo, uma maior celeridade no processo de colaboração com outras instituições e a criação de medidas alternativas de alojamento temporário durante o período de confinamento geral, o que em conjunto com as várias modalidades de atendimento à distância permitiu continuar a dar apoio às vítimas de situações de violência doméstica que procuraram a ajuda da APAV durante a pandemia.