Determinantes para a Adesão Terapêutica aos Antipsicóticos na Pessoa com Doença Mental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Ana S M
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10314/9101
Resumo: Introdução: As doenças mentais apresentam uma elevada prevalência a nível mundial acarretando consigo altos índices de morbilidade e mortalidade. Anualmente, na Europa, 165 milhões de pessoas são afetadas por uma doença mental e em Portugal, um em cada cinco portugueses sofre de uma perturbação psiquiátrica. Se os custos materiais se projetam na ordem dos 4,2% do produto interno bruto nos países europeus, os custos imateriais dificilmente mensuráveis, são ainda mais impactantes. O tratamento farmacológico constitui a pedra angular na gestão de muitas doenças mentais e efetivamente a não adesão à terapêutica constitui um problema frequente e desafiador para os profissionais de saúde e para as pessoas. Influenciada por questões multifatoriais) e multimodais, a adesão terapêutica é crucial e ditará muito do prognóstico da doença mental. Aquando do estabelecimento da aliança terapêutica importa escutar a pessoa, compreender as suas expectativas e receios e determinar fatores que influenciam a adesão à terapêutica, como níveis de Literacia em Saúde Mental (LSM) e níveis de crenças específicas relativas à medicação. Objetivo: Este estudo pretende avaliar os níveis de adesão à terapêutica antipsicótica em pessoas com doença mental, e perceber de que forma a literacia em saúde mental e as crenças específicas na medicação, assim como fatores sociodemográficos e clínicos interferem na mesma. Metodologia: Foi realizado um estudo exploratório, observacional transversal, descritivo, quantitativo e correlacional em 46 pessoas internadas num serviço de Psiquiatria, aplicando um instrumento de recolha de dados do qual constavam as escalas MARS (adesão terapêutica), MHLM (Literacia em Saúde Mental), BMQ Específico (crenças de necessidades específicas de medicação). Resultados: 40,9% da amostra foi constituída por pessoas com Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos, observando-se que 58,7% da amostra apresentava níveis de adesão à terapêutica inferiores ou iguais a 6. 64,4% dos inquiridos considerou que conhecia a finalidade do tratamento prescrito, mas destes, apenas 35,5% conhecia verdadeiramente o seu diagnóstico. 60,9%referem efeitos secundários decorrentes da medicação. As habilitações literárias (p=0,008), os níveis de LSM (p=0,010) e de BMQ Necessidades (p=0,026) tiveram uma associação positiva com os níveis de adesão terapêutica. As perguntas 1 e 7 da escala MARS foram as que tiveram menos influencia nos níveis de adesão na amostra em estudo. Conclusões: Conscientes da importância de aumentar os níveis de adesão terapêutica, mitigando muitas das necessidades de prestação de cuidados de saúde mental, várias medidas devem ser implementadas junto das pessoas com doenças mentais para promover a adesão à terapêutica.
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