Viagens como ritual: percursos na Selva de Calais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Francisca Vaz Pinto Simões de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/18540
Resumo: Num mundo globalizado que se destaca pela diversidade e intensificação de actividade, dinamização e mobilização, os conceitos de tempo e espaço alteram-se à luz de uma nova ordem mundial. Numa era de transformação, em que o conceito de mobilidade adquire significados distintos para diferentes indivíduos, emergem novas identidades e percursos que acarretam consigo formas desiguais de poder, envolvidas na relação dinâmica com o movimento em si. Perante uma crise global relacionada com o fluxo de refugiados, vivemos uma época em que o próprio conceito de fronteira se altera, convocando consigo noções de cidadania e não cidadania, exclusão e inclusão, num mundo moderno em que o campo como espaço de excepção, se torna regra. Através de métodos de observação adaptados ao contexto da Selva de Calais, centrei a minha pesquisa no que a mesma reporta consigo, à luz de um discurso de barbarismo contemporâneo e simultânea manutenção dos indivíduos que nela (co)habitam como categoria. Busco compreender o movimento como viagem particular de um processo ritual que objectiva uma ida para um território específico para dele partir rumo ao Reino Unido, simbolizado como destino prometido. Debrucei-me nos percursos estratégicos inseridos numa geografia simbólica da Selva como palco em que indivíduos convertidos em actores rotulados, se vêm postos a participar. Como que numa encenação muito própria, jogos de transição acarretam consigo uma continuidade descontínua inserida em discursos políticos de separação que se perfazem entre o absurdo do campo e o atentado real e metafórico aos ideais europeus, com especial ênfase, em França. Numa teatralização óbvia das experiências, que vidas (re)produzem narrativas e significações particulares de ritualização de um mito europeu em prole do sucesso, que nos transporta para a realidade da Selva como viagem de iniciação do mesmo.
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