Recomendações Perioperatórias para Profilaxia do Tromboembolismo Venoso no Doente Adulto. Consenso Nacional Multidisciplinar 2014
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Data de Publicação: | 2014 |
Outros Autores: | , , , , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25751/rspa.4831 |
Resumo: | O propósito destas recomendações é fornecer uma ferramenta fundamentada na evidência científica atual, centrada no doente, que possa ser útil na prática clínica e que contribua para a implementação adequada, sistemática e transversal da profilaxia do tromboembolismo venoso no doente adulto. Foram aprovadas, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia, por Consenso Nacional Multidisciplinar entre as especialidades de: Anestesiologia, Cardiologia; Cirurgia Cardiotorácica; Cirurgia Geral - Cirurgia da Obesidade; Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética; Cirurgia Vascular; Ginecologia e Obstetrícia; Imuno-Hemoterapia; Neurocirurgia; Oncologia; Ortopedia e Urologia. O tromboembolismo venoso constitui um grave problema de saúde pública. No período peri-operatório o risco de tromboembolismo está relacionado com fatores individuais do doente, tipo de cirurgia e de anestesia e tempo de internamento. Trombose venosa prévia, doença oncológica, idade avançada, cirurgia major ortopédica, cirurgia bariátrica e imobilização no leito, constituem alguns dos principais fatores de risco de eventos tromboembólicos. O bloqueio do neuro-eixo está associado a redução destes eventos. O estudo ENDORSE que avaliou o cumprimento internacional das recomendações do 7º Consenso do American College of Chest Physicians sobre profilaxia do tromboembolismo venoso, revelou que em Portugal a taxa de profilaxia adequada no doente cirúrgico em risco era inferior à de outros países europeus. Neste estudo, alguns dos doentes a quem foi prescrita tromboprofilaxia não preenchiam critérios de indicação, ficando expostos a riscos desnecessários. Os hiatos identificados na profilaxia do TEV relacionam-se com a falta de comunicação interdisciplinar efetiva, desconhecimento das recomendações e da farmacologia dos agentes e o receio de complicações hemorrágicas. A falta de modelos de avaliação de risco validados e fáceis de aplicar tem dificultado a uniformização de critérios. Estas recomendações consideram o modelo de avaliação de risco de Caprini. A avaliação do risco de tromboembolismo venoso está indicada em todos os doentes propostos para cirurgia, devendo ser registada no processo clínico. A tromboprofilaxia é uma responsabilidade multidisciplinar, deve basear-se na ponderação dos riscos de tromboembolismo venoso e de hemorragia e ter em conta os valores e preferências do doente. A tromboprofilaxia deve iniciar-se 6-12 horas após a cirurgia (com exceções). |
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Recomendações Perioperatórias para Profilaxia do Tromboembolismo Venoso no Doente Adulto. Consenso Nacional Multidisciplinar 2014Recomendações Perioperatórias para Profilaxia do Tromboembolismo Venoso no Doente Adulto. Consenso Nacional Multidisciplinar 2014Artigo de ConsensoO propósito destas recomendações é fornecer uma ferramenta fundamentada na evidência científica atual, centrada no doente, que possa ser útil na prática clínica e que contribua para a implementação adequada, sistemática e transversal da profilaxia do tromboembolismo venoso no doente adulto. Foram aprovadas, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia, por Consenso Nacional Multidisciplinar entre as especialidades de: Anestesiologia, Cardiologia; Cirurgia Cardiotorácica; Cirurgia Geral - Cirurgia da Obesidade; Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética; Cirurgia Vascular; Ginecologia e Obstetrícia; Imuno-Hemoterapia; Neurocirurgia; Oncologia; Ortopedia e Urologia. O tromboembolismo venoso constitui um grave problema de saúde pública. No período peri-operatório o risco de tromboembolismo está relacionado com fatores individuais do doente, tipo de cirurgia e de anestesia e tempo de internamento. Trombose venosa prévia, doença oncológica, idade avançada, cirurgia major ortopédica, cirurgia bariátrica e imobilização no leito, constituem alguns dos principais fatores de risco de eventos tromboembólicos. O bloqueio do neuro-eixo está associado a redução destes eventos. O estudo ENDORSE que avaliou o cumprimento internacional das recomendações do 7º Consenso do American College of Chest Physicians sobre profilaxia do tromboembolismo venoso, revelou que em Portugal a taxa de profilaxia adequada no doente cirúrgico em risco era inferior à de outros países europeus. Neste estudo, alguns dos doentes a quem foi prescrita tromboprofilaxia não preenchiam critérios de indicação, ficando expostos a riscos desnecessários. Os hiatos identificados na profilaxia do TEV relacionam-se com a falta de comunicação interdisciplinar efetiva, desconhecimento das recomendações e da farmacologia dos agentes e o receio de complicações hemorrágicas. A falta de modelos de avaliação de risco validados e fáceis de aplicar tem dificultado a uniformização de critérios. Estas recomendações consideram o modelo de avaliação de risco de Caprini. A avaliação do risco de tromboembolismo venoso está indicada em todos os doentes propostos para cirurgia, devendo ser registada no processo clínico. A tromboprofilaxia é uma responsabilidade multidisciplinar, deve basear-se na ponderação dos riscos de tromboembolismo venoso e de hemorragia e ter em conta os valores e preferências do doente. A tromboprofilaxia deve iniciar-se 6-12 horas após a cirurgia (com exceções).The purpose of these recommendations is to provide a community based on current scientific evidence tool, patient-centered, which may be useful in clinical practice and contribute to the appropriate, systematic and cross-implementation of prophylaxis of venous thromboembolism in the adult patient. With the support of the Portuguese Society of Anesthesiology were approved by National Multidisciplinary Consensus between specialties: Anesthesiology, Cardiology, Cardiothoracic Surgery; General Surgery - Bariatric Surgery; Aesthetic, Plastic and Reconstructive Surgery; Vascular Surgery; Gynecology and Obstetrics; Immuno-Haematherapy; Neurosurgery; Oncology; Orthopedics and Urology. Venous thromboembolism is a serious public health problem. In perioperative venous thromboembolic risk associated with individual factors of the patient, type of surgery, type of anesthesia and length of stay. Previous venous thrombosis, oncologic disease, advanced age, major orthopedic surgery, bariatric surgery and immobilization in bed, are some of the risk factors for thromboembolic events. The neuraxial blockade is associated with reduction in these events. The ENDORSE study evaluating the international implementation of the recommendations of the 7th Consensus of the American College of Chest Physicians on venous thromboembolism prophylaxis in Portugal, revealed that the rate of appropriate prophylaxis in the surgical patient at risk was inferior to many other European countries. In this study, among patients who have been prescribed thromboprophylaxis, some did not meet indication criteria, being exposed to unnecessary risks. The gaps identified in the prophylaxis of venous thromboembolism are related to the lack of effective inter-disciplinary communication, ignorance of recommendations and pharmacokinetics and pharmacodynamics of agents and the fear of bleeding complications. The lack of risk assessment models validated and easy to apply has hampered the standardization of criteria. These recommendations consider the Caprini risk assessment model. The assessment of the risk of venous thromboembolism is indicated to all offered surgery patients and should be recorded in the clinical process. Thromboprophylaxis is a multidisciplinary responsibility, should be based on a consideration of the risks of venous thromboembolism and bleeding and take into account the patient's values and preferences. The thromboprophylaxis should begin 6-12 hours after surgery (with exceptions).Sociedade Portuguesa de Anestesiologia2014-07-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25751/rspa.4831por0871-6099Amaral, CristinaReis, JorgeGuimarães, LuísSá, Ana CaroniaMoreto, AnaAraújo, FernandoGuimarães, MarianaFelicíssimo, PauloTeixeira, JoséFonseca, CristianaMiranda, Linainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-23T15:34:37Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/4831Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:04:07.435842Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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O propósito destas recomendações é fornecer uma ferramenta fundamentada na evidência científica atual, centrada no doente, que possa ser útil na prática clínica e que contribua para a implementação adequada, sistemática e transversal da profilaxia do tromboembolismo venoso no doente adulto. Foram aprovadas, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia, por Consenso Nacional Multidisciplinar entre as especialidades de: Anestesiologia, Cardiologia; Cirurgia Cardiotorácica; Cirurgia Geral - Cirurgia da Obesidade; Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética; Cirurgia Vascular; Ginecologia e Obstetrícia; Imuno-Hemoterapia; Neurocirurgia; Oncologia; Ortopedia e Urologia. O tromboembolismo venoso constitui um grave problema de saúde pública. No período peri-operatório o risco de tromboembolismo está relacionado com fatores individuais do doente, tipo de cirurgia e de anestesia e tempo de internamento. Trombose venosa prévia, doença oncológica, idade avançada, cirurgia major ortopédica, cirurgia bariátrica e imobilização no leito, constituem alguns dos principais fatores de risco de eventos tromboembólicos. O bloqueio do neuro-eixo está associado a redução destes eventos. O estudo ENDORSE que avaliou o cumprimento internacional das recomendações do 7º Consenso do American College of Chest Physicians sobre profilaxia do tromboembolismo venoso, revelou que em Portugal a taxa de profilaxia adequada no doente cirúrgico em risco era inferior à de outros países europeus. Neste estudo, alguns dos doentes a quem foi prescrita tromboprofilaxia não preenchiam critérios de indicação, ficando expostos a riscos desnecessários. Os hiatos identificados na profilaxia do TEV relacionam-se com a falta de comunicação interdisciplinar efetiva, desconhecimento das recomendações e da farmacologia dos agentes e o receio de complicações hemorrágicas. A falta de modelos de avaliação de risco validados e fáceis de aplicar tem dificultado a uniformização de critérios. Estas recomendações consideram o modelo de avaliação de risco de Caprini. A avaliação do risco de tromboembolismo venoso está indicada em todos os doentes propostos para cirurgia, devendo ser registada no processo clínico. A tromboprofilaxia é uma responsabilidade multidisciplinar, deve basear-se na ponderação dos riscos de tromboembolismo venoso e de hemorragia e ter em conta os valores e preferências do doente. A tromboprofilaxia deve iniciar-se 6-12 horas após a cirurgia (com exceções). |
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