Opera Inglesa V: Benjamin Britten: Death in Venice
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10174/4929 |
Resumo: | “Ali, entre delicadezas e graças espirituosas (…) a beleza é o caminho para o espírito.” Thomas Mann, A Morte em Veneza. Depois da obra prima cinematográfica de Visconti, o Adagietto da Quinta Sinfonia de Gustav Mahler é provavelmente indissociável, para todos aqueles que conhecem o filme, da obra prima de Thomas Mann. Mas gostaria complementar esta perspectiva de A Morte em Veneza com uma outra: a que dela nos deixa Benjamin Britten na sua última ópera, Death in Venice, estreada dois anos após o filme de Visconti, no Aldeburgh [dizer: “oldebara”] Festival, em Junho de 1973. Benjamin Britten incubou durante largos anos o projecto de transportar para um palco de ópera A Morte em Veneza de Thomas Mann. Ditou o destino que as duas transmutações desta última – a cinematográfica de Luchino Visconti, e a musical de Benjamin Britten – surgissem quase ao mesmo tempo, com dois anos de diferença, e a seis décadas da obra prima do grande escritor germânico. Para quem não teve ainda a felicidade de a ler, podemos resumi-la laconicamente: Gustav von Aschenbach, um escritor alemão no auge da sua maturidade, sente uma terrível perda de inspiração. Parte para Veneza em busca do mistério das paisagens longínquas. Ali depara com um rapaz de inexprimível beleza. Perturbado por um tal encontro, e atormentado pelo clima e pelo bulício da sereníssima, tenta partir. Mas as suas malas são despachadas no comboio errado, e o escritor aproveita esta contrariedade para contornar a razão e permanecer em Veneza, perto do rapaz. A perfeição estética quotidianamente vislumbrada, perscrutada e analisada emociona o escritor e reacende nele a chama da sua inspiração literária. Mas a peste espalha-se por Veneza em pleno sirocco, e a busca da perfeição estética envolverá o destino do escritor nas teias da morte. |
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