Qualidade de vida e vulnerabilidade ao stress nos alunos do 6º Ano do MIM da FCS-UBI
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/5350 |
Resumo: | Introdução: A qualidade de vida dos estudantes finalistas de Medicina e a vulnerabilidade destes face ao stress psicológico são campos que necessitam de uma maior valoração e exploração, a fim de se poder atuar nos fatores e determinantes que condicionam uma pior qualidade de vida e uma maior suscetibilidade ao stress psicológico. Objetivos: Estudar a qualidade de vida dos estudantes de Medicina do 6º Ano, analisando o impacto de variáveis relacionadas com a vida académica e social, bem como a vulnerabilidade destes estudantes perante o stress psicológico. Métodos: Estudo observacional, transversal, realizado em Dezembro de 2015, na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, Covilhã, através da aplicação do questionário EQ-5D (Índice e EQ-VAS) e 23-QVS, complementado com um questionário epidemiológico relacionado com variáveis da vida académica e social. O questionário foi aplicado aos alunos do 6º Ano de Medicina do ano letivo de 2015/2016. Realizou-se estatística descritiva e inferencial. Resultados: De uma população de 126 estudantes de Medicina do 6º Ano foi obtida uma amostra de com idades entre os 22 e os 37 anos (24,2 ± 2,3), a maior parte do sexo feminino (69,4%). A média do índice de QV (EQ-5D) foi de 1,12±0,18 e, relativamente ao EQ-VAS (escala visual analógica de zero a 100), a média foi de 83,76±15,34, ambos indicadores de um bom estado de saúde. Quanto à comparação do estado de saúde atual com o dos últimos 12 meses, a maioria dos estudantes referiu ser o mesmo (67,3%). Na escala total de vulnerabilidade ao stress (23-QVS), numa pontuação possível de zero a 92 pontos, a média da escala foi de 32,53±12,11. Dos 108 estudantes, 22 (20,4%) foram classificados como vulneráveis ao stress. Os coeficientes de correlação das dimensões do 23-QVS com o índice EQ-5D e com o EQ-VAS foram todos estatisticamente significativos (p <0,05), indicando a existência de uma associação entre o estado de saúde e a vulnerabilidade ao stress. No caso do Índice EQ-5D, as correlações positivas indicam que um pior estado de saúde está associado a maior vulnerabilidade ao stress. Esta associação é mais acentuada no caso da “Inibição e dependência funcional” (r = 0,529; p <0,001) e no 23-QVS total (r = 0,521; p <0,001). Os alunos que estão satisfeitos com a vida social e os que estão satisfeitos com a vida estudantil são menos vulneráveis ao stress e têm um melhor estado de saúde (tanto no Índice EQ-5D como no EQ-VAS). As diferenças são altamente significativas em todos os casos (p = 0,001 ou p <0,001). Observa-se também que os alunos com dificuldades financeiras são mais vulneráveis ao stress (p <0,001) e têm um pior estado de saúde, tanto no Índice EQ-5D (p = 0,011) como no EQ-VAS (p = 0,007). Também se observaram diferenças estatisticamente significativas na preocupação com o futuro quanto à vulnerabilidade ao stress (p <0,001) e ao estado de saúde avaliado com o EQ-5D (p <0,001). Discussão: A inexistência de uma base sustentável de estudos e de investigação sobre esta temática na população dos estudantes de Medicina em Portugal, não nos permite inferir conclusões categóricas, no entanto é importante notar que a qualidade de vida, condicionante dos estados de saúde, parece estar relacionada com a capacidade dos jovens estudantes resistirem ao stress psicológico. Outras tendências, já encontradas em estudos anteriores, voltam também a emergir, notavelmente a preocupação dos jovens finalistas universitários com o futuro, em que, de uma forma geral, quanto maior é a preocupação com o futuro, maior é a vulnerabilidade ao stress e pior é o estado de saúde. São necessários mais estudos para poderem ser feitas comparações de resultados que permitam, num futuro próximo, delinear modelos de aprendizagem mais sólidos e estratégias internas e externas às estruturas de Ensino para melhorar a qualidade de vida dos finalistas de Medicina e dos estudantes em geral. Conclusões: Piores estados de saúde estão associados a maior vulnerabilidade ao stress. Por sua vez, uma maior vulnerabilidade ao stress está associada a piores estados de saúde. Variáveis como a preocupação com o futuro e dificuldades financeiras condicionam uma maior vulnerabilidade ao stress psicológico e piores estados de saúde. O sucesso académico (satisfação com a vida estudantil) e uma vida social satisfatória estão associados a melhor qualidade de vida/estados de saúde e a menor vulnerabilidade ao stress. O género e a idade não parecem influenciar a qualidade de vida nem a vulnerabilidade ao stress. |
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Qualidade de vida e vulnerabilidade ao stress nos alunos do 6º Ano do MIM da FCS-UBI23-Qvs5q-EdEstados de SaúdeEstudantesQualidade de VidaVariáveis EpidemiológicasVulnerabilidade Ao StressDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: A qualidade de vida dos estudantes finalistas de Medicina e a vulnerabilidade destes face ao stress psicológico são campos que necessitam de uma maior valoração e exploração, a fim de se poder atuar nos fatores e determinantes que condicionam uma pior qualidade de vida e uma maior suscetibilidade ao stress psicológico. Objetivos: Estudar a qualidade de vida dos estudantes de Medicina do 6º Ano, analisando o impacto de variáveis relacionadas com a vida académica e social, bem como a vulnerabilidade destes estudantes perante o stress psicológico. Métodos: Estudo observacional, transversal, realizado em Dezembro de 2015, na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, Covilhã, através da aplicação do questionário EQ-5D (Índice e EQ-VAS) e 23-QVS, complementado com um questionário epidemiológico relacionado com variáveis da vida académica e social. O questionário foi aplicado aos alunos do 6º Ano de Medicina do ano letivo de 2015/2016. Realizou-se estatística descritiva e inferencial. Resultados: De uma população de 126 estudantes de Medicina do 6º Ano foi obtida uma amostra de com idades entre os 22 e os 37 anos (24,2 ± 2,3), a maior parte do sexo feminino (69,4%). A média do índice de QV (EQ-5D) foi de 1,12±0,18 e, relativamente ao EQ-VAS (escala visual analógica de zero a 100), a média foi de 83,76±15,34, ambos indicadores de um bom estado de saúde. Quanto à comparação do estado de saúde atual com o dos últimos 12 meses, a maioria dos estudantes referiu ser o mesmo (67,3%). Na escala total de vulnerabilidade ao stress (23-QVS), numa pontuação possível de zero a 92 pontos, a média da escala foi de 32,53±12,11. Dos 108 estudantes, 22 (20,4%) foram classificados como vulneráveis ao stress. Os coeficientes de correlação das dimensões do 23-QVS com o índice EQ-5D e com o EQ-VAS foram todos estatisticamente significativos (p <0,05), indicando a existência de uma associação entre o estado de saúde e a vulnerabilidade ao stress. No caso do Índice EQ-5D, as correlações positivas indicam que um pior estado de saúde está associado a maior vulnerabilidade ao stress. Esta associação é mais acentuada no caso da “Inibição e dependência funcional” (r = 0,529; p <0,001) e no 23-QVS total (r = 0,521; p <0,001). Os alunos que estão satisfeitos com a vida social e os que estão satisfeitos com a vida estudantil são menos vulneráveis ao stress e têm um melhor estado de saúde (tanto no Índice EQ-5D como no EQ-VAS). As diferenças são altamente significativas em todos os casos (p = 0,001 ou p <0,001). Observa-se também que os alunos com dificuldades financeiras são mais vulneráveis ao stress (p <0,001) e têm um pior estado de saúde, tanto no Índice EQ-5D (p = 0,011) como no EQ-VAS (p = 0,007). Também se observaram diferenças estatisticamente significativas na preocupação com o futuro quanto à vulnerabilidade ao stress (p <0,001) e ao estado de saúde avaliado com o EQ-5D (p <0,001). Discussão: A inexistência de uma base sustentável de estudos e de investigação sobre esta temática na população dos estudantes de Medicina em Portugal, não nos permite inferir conclusões categóricas, no entanto é importante notar que a qualidade de vida, condicionante dos estados de saúde, parece estar relacionada com a capacidade dos jovens estudantes resistirem ao stress psicológico. Outras tendências, já encontradas em estudos anteriores, voltam também a emergir, notavelmente a preocupação dos jovens finalistas universitários com o futuro, em que, de uma forma geral, quanto maior é a preocupação com o futuro, maior é a vulnerabilidade ao stress e pior é o estado de saúde. São necessários mais estudos para poderem ser feitas comparações de resultados que permitam, num futuro próximo, delinear modelos de aprendizagem mais sólidos e estratégias internas e externas às estruturas de Ensino para melhorar a qualidade de vida dos finalistas de Medicina e dos estudantes em geral. Conclusões: Piores estados de saúde estão associados a maior vulnerabilidade ao stress. Por sua vez, uma maior vulnerabilidade ao stress está associada a piores estados de saúde. Variáveis como a preocupação com o futuro e dificuldades financeiras condicionam uma maior vulnerabilidade ao stress psicológico e piores estados de saúde. O sucesso académico (satisfação com a vida estudantil) e uma vida social satisfatória estão associados a melhor qualidade de vida/estados de saúde e a menor vulnerabilidade ao stress. O género e a idade não parecem influenciar a qualidade de vida nem a vulnerabilidade ao stress.Introduction: The quality of life of the final-year medical students and their vulnerability towards psychological stress are fields that need further evaluation and exploration in order to be able to act on the factors and determinants that result in decreased quality of life and an increased susceptibility to psychological stress. Objectives: To study the quality of life of final-year medical students, analyzing the impact of variables related to academic and social life as well as their psychological stress vulnerability. Methods: Observational, cross-sectional analytical study, conducted in December 2015, in Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior da Covilhã, by applying the EQ-5D questionnaire (index and EQ-VAS) and 23-QVS, complemented with an epidemiological questionnaire composed by variables related to the academic and social life. The questionnaire was applied to the final-year medical students of the 2015/2016 academic year. Descriptive and inferential statistics were performed. Results: Out of a list of 126 final-year medical students, a sample of 108 students has been obtained, aged between 22 and 37 years (24,2 ± 2,3), most of them women (69,4%). Mean QOL index (EQ-5D) was 1, 12 ± 0, 18 and, and for the EQ-VAS (visual analogue scale from zero to 100) the average score was 83, 76 ± 15, 34, both indicators of good health status. Comparison of current health status with that of the last 12 months, most students reported being the same (67, 3%). In 23-QVS, with a possible range of scores from zero to 92 points, the average scale score was 32, 53 ± 12, 11. Of the 108 students, 22 (20, 4%) were classified as vulnerable to stress. The correlation coefficients of the dimensions of the 23-QVS crossed with the EQ-5D index and the EQ-VAS were all statistically significant (p <0, 05), indicating the existence of an association between health status and vulnerability to stress. In case of the EQ-5D index, the positive correlations indicate that a lower health status is associated with greater vulnerability to stress. This association is more pronounced in relation to "inhibition and functional dependency" (r = 0,529, p <0,001) and total 23-QVS (r = 0,521, p <0,001). Students who are satisfied with social life and those who are satisfied with academic life are less vulnerable to stress and have better health status (both EQ-5D index and EQ-VAS). The differences are highly significant in all cases (p = 0,001 and p <0,001). It is also observed that students with financial difficulties are more prone to stress (p <0,001) and have a lower health status score in both the EQ-5D index (p = 0,011) as the EQ-VAS (p = 0,007). It is also worth mentioning the statistically significant differences of the "concern for the future" variable in relation to stress vulnerability (p <0,001) and health status (p <0,001). Discussion: The lack of a sustainable basis of studies and research in the matters of this subject on Portuguese medical student population, does not allow us to infer categorical conclusions, however it is important to note that the quality of life, being an intrinsic aspect of health status, appears to be related with the ability of young students to withstand psychological stress. Other common patterns already found in previous studies also tend to emerge, notably in regard to the young students concern for the future, in that, generally speaking, the greater the concern about the future, the greater is the vulnerability to stress and the lower is the health status. Further studies are needed in order to compare and cross results, so that, in the nearby future, we can outline stronger learning models and strategies, both internal and external to academia, in order to improve the quality of life of not only the final-year medical students but also of all students in general. Conclusion: Decreased health status is associated with increased vulnerability to stress. In turn, a greater vulnerability to stress is associated with decreased health status. Variables such as "concern for the future" and "financial difficulties" tend to lead to greater stress vulnerability and lower health status. Academic success and a fulfilled social life are associated with better quality of life / health status and lower vulnerability to stress. Both “gender” and “age” variables did not appear to influence quality of life or vulnerability to stress.Santiago, Luiz Miguel de Mendonça SoaresuBibliorumFelizardo, Miguel Gonçalves Gomes2018-07-23T15:20:44Z2016-4-282016-07-072016-07-07T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/5350TID:201773848porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:43:11Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/5350Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:46:17.122099Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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