Espelho meu: existe alguém mais fOrte do que eu?
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25752/psi.18630 |
Resumo: | Introdução: As vantagens da prática regular de exercício físico são diversas e inegáveis. Constitui um paradoxo quando a sua prática é associada à dependência física e adição comportamental, consumo de substâncias e dismorfia muscular. O conceito “adição ao exercício” remonta ao século XX, no entanto não configura no Manual Diagnóstico e Estatístico de Perturbações Mentais, edição 5 e na Classificação Internacional de Doenças, versão 10. Objetivos: Análise exploratória dos conceitos de adição ao exercício físico, dismorfia muscular e abuso de androgénios esteróides anabolizantes. Métodos: Revisão qualitativa da bibliografia publicada na PubMed em relação ao tema. Resultados e Conclusões: Desde a antiguidade clássica que a forma tonificada do corpo está associada a uma imagem de heroísmo e sucesso. A prática regular de exercício físico é socialmente aceite como um desejo por saúde e bem-estar. Com o aumento destas crenças, cada vez mais indivíduos emergem com patologia relacionada com adição ao exercício físico. Estudos indicam que 3% da população apresenta sintomas de adição ao exercício físico, número que duplica em amostras com populações mais jovens, devido a mudanças culturais e sociais. A adição ao exercício causa disfuncionalidade ocupacional com sintomas de tolerância e abstinência, diminuição de outras atividades prazerosas e a incapacidade de parar a prática, mesmo com lesões e problemas sociais decorrentes do seu excesso. Associado ao exercício abusivo está o consumo de androgénios esteróides anabolizantes e dismorfia muscular (na qual os indivíduos percecionam a sua compleição física de forma irrealista). Na tentativa de transmitirem uma imagem forte e saudável, associado ao medo exuberante de mostrarem fraqueza e vulnerabilidade, estes indivíduos não recorrerão espontaneamente aos serviços de saúde e, quando o fizerem, será tarde no curso da doença. Muitos estudos internacionais surgiram em relação a estas possíveis entidades/sintomas, contudo ainda não há consenso sobre a natureza da sua psicopatologia. Não existem estudos portugueses que avaliem a sua prevalência e consequências adversas. Estudos populacionais são necessários para avaliar as reais necessidades de investimento na prevenção, identificação precoce e abordagem terapêutica. |
id |
RCAP_7f50ff0ff8d21b1b3f9f4fac7303065b |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/18630 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Espelho meu: existe alguém mais fOrte do que eu?Espelho meu: existe alguém mais fOrte do que eu?Artigos de RevisãoIntrodução: As vantagens da prática regular de exercício físico são diversas e inegáveis. Constitui um paradoxo quando a sua prática é associada à dependência física e adição comportamental, consumo de substâncias e dismorfia muscular. O conceito “adição ao exercício” remonta ao século XX, no entanto não configura no Manual Diagnóstico e Estatístico de Perturbações Mentais, edição 5 e na Classificação Internacional de Doenças, versão 10. Objetivos: Análise exploratória dos conceitos de adição ao exercício físico, dismorfia muscular e abuso de androgénios esteróides anabolizantes. Métodos: Revisão qualitativa da bibliografia publicada na PubMed em relação ao tema. Resultados e Conclusões: Desde a antiguidade clássica que a forma tonificada do corpo está associada a uma imagem de heroísmo e sucesso. A prática regular de exercício físico é socialmente aceite como um desejo por saúde e bem-estar. Com o aumento destas crenças, cada vez mais indivíduos emergem com patologia relacionada com adição ao exercício físico. Estudos indicam que 3% da população apresenta sintomas de adição ao exercício físico, número que duplica em amostras com populações mais jovens, devido a mudanças culturais e sociais. A adição ao exercício causa disfuncionalidade ocupacional com sintomas de tolerância e abstinência, diminuição de outras atividades prazerosas e a incapacidade de parar a prática, mesmo com lesões e problemas sociais decorrentes do seu excesso. Associado ao exercício abusivo está o consumo de androgénios esteróides anabolizantes e dismorfia muscular (na qual os indivíduos percecionam a sua compleição física de forma irrealista). Na tentativa de transmitirem uma imagem forte e saudável, associado ao medo exuberante de mostrarem fraqueza e vulnerabilidade, estes indivíduos não recorrerão espontaneamente aos serviços de saúde e, quando o fizerem, será tarde no curso da doença. Muitos estudos internacionais surgiram em relação a estas possíveis entidades/sintomas, contudo ainda não há consenso sobre a natureza da sua psicopatologia. Não existem estudos portugueses que avaliem a sua prevalência e consequências adversas. Estudos populacionais são necessários para avaliar as reais necessidades de investimento na prevenção, identificação precoce e abordagem terapêutica.Background: The advantages of regular physical exercise are many and undeniable. It is a paradox when associated with physical dependence and behavioral addiction, consumption of substances and muscle dysmorphia. The concept exercise’s addition goes back to last century, but does not configure in the Diagnostic and Statistical Manual, version 5 and in the International Classification of Diseases, version 10. Aims: Exploratory analysis of the concepts exercise’s addiction, muscle dysmorphia and anabolic steroids androgens abuse. Methods: Theoretical review of bibliography in pubmed in relation to the topics. Results and Conclusions: Since classical antiquity that muscular body shape is associated with the image of heroism and success. Regular phisical exercise is socially accepted as a demand for health and well-being. With the increase of these beliefs more and more individuals with pathology related to exercise addition appears. Studies indicate that 3% of the population has this symptoms, a number that doubles in younger samples, due to cultural and social changes. It causes occupacional dysfunctionality with symptoms of tolerance and withdrawal, a decrease in other pleasurable activities and inability to stop even with injuries and social problems. Associated with abusive exercise is the consumption of anabolic steroids androgens abuse and muscle dysmorphia, in which individuals perceive a defect in their muscle mass. Most likely in an attempt to show themselves strong and healthy, associated with fear of weak and vulnerable opinion, these individuals will not seek help from health services and when they do, it will be late in their careers. Many international studies have emerged in relation to these possible entities/ symptoms, and there is still no consensus regarding their psychopathology. There are no Portuguese studies that evaluate the prevalence or adverse consequences. Population studies are needed to assess the investment needs in prevention, early identification and therapeutic approaches.Departamento de Saúde Mental | Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE2022-09-07T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25752/psi.18630por2182-31461646-091XCosta, Ana VeraSamico, AnaPires, Ana SofiaMelo, SaraVenâncio, ÂngelaCarqueja, Hernâniinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-09T05:45:26Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/18630Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:48:39.438017Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Espelho meu: existe alguém mais fOrte do que eu? Espelho meu: existe alguém mais fOrte do que eu? |
title |
Espelho meu: existe alguém mais fOrte do que eu? |
spellingShingle |
Espelho meu: existe alguém mais fOrte do que eu? Costa, Ana Vera Artigos de Revisão |
title_short |
Espelho meu: existe alguém mais fOrte do que eu? |
title_full |
Espelho meu: existe alguém mais fOrte do que eu? |
title_fullStr |
Espelho meu: existe alguém mais fOrte do que eu? |
title_full_unstemmed |
Espelho meu: existe alguém mais fOrte do que eu? |
title_sort |
Espelho meu: existe alguém mais fOrte do que eu? |
author |
Costa, Ana Vera |
author_facet |
Costa, Ana Vera Samico, Ana Pires, Ana Sofia Melo, Sara Venâncio, Ângela Carqueja, Hernâni |
author_role |
author |
author2 |
Samico, Ana Pires, Ana Sofia Melo, Sara Venâncio, Ângela Carqueja, Hernâni |
author2_role |
author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Costa, Ana Vera Samico, Ana Pires, Ana Sofia Melo, Sara Venâncio, Ângela Carqueja, Hernâni |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Artigos de Revisão |
topic |
Artigos de Revisão |
description |
Introdução: As vantagens da prática regular de exercício físico são diversas e inegáveis. Constitui um paradoxo quando a sua prática é associada à dependência física e adição comportamental, consumo de substâncias e dismorfia muscular. O conceito “adição ao exercício” remonta ao século XX, no entanto não configura no Manual Diagnóstico e Estatístico de Perturbações Mentais, edição 5 e na Classificação Internacional de Doenças, versão 10. Objetivos: Análise exploratória dos conceitos de adição ao exercício físico, dismorfia muscular e abuso de androgénios esteróides anabolizantes. Métodos: Revisão qualitativa da bibliografia publicada na PubMed em relação ao tema. Resultados e Conclusões: Desde a antiguidade clássica que a forma tonificada do corpo está associada a uma imagem de heroísmo e sucesso. A prática regular de exercício físico é socialmente aceite como um desejo por saúde e bem-estar. Com o aumento destas crenças, cada vez mais indivíduos emergem com patologia relacionada com adição ao exercício físico. Estudos indicam que 3% da população apresenta sintomas de adição ao exercício físico, número que duplica em amostras com populações mais jovens, devido a mudanças culturais e sociais. A adição ao exercício causa disfuncionalidade ocupacional com sintomas de tolerância e abstinência, diminuição de outras atividades prazerosas e a incapacidade de parar a prática, mesmo com lesões e problemas sociais decorrentes do seu excesso. Associado ao exercício abusivo está o consumo de androgénios esteróides anabolizantes e dismorfia muscular (na qual os indivíduos percecionam a sua compleição física de forma irrealista). Na tentativa de transmitirem uma imagem forte e saudável, associado ao medo exuberante de mostrarem fraqueza e vulnerabilidade, estes indivíduos não recorrerão espontaneamente aos serviços de saúde e, quando o fizerem, será tarde no curso da doença. Muitos estudos internacionais surgiram em relação a estas possíveis entidades/sintomas, contudo ainda não há consenso sobre a natureza da sua psicopatologia. Não existem estudos portugueses que avaliem a sua prevalência e consequências adversas. Estudos populacionais são necessários para avaliar as reais necessidades de investimento na prevenção, identificação precoce e abordagem terapêutica. |
publishDate |
2022 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2022-09-07T00:00:00Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://doi.org/10.25752/psi.18630 |
url |
https://doi.org/10.25752/psi.18630 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
2182-3146 1646-091X |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Departamento de Saúde Mental | Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE |
publisher.none.fl_str_mv |
Departamento de Saúde Mental | Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799130352900374528 |