Ansiedade, depressão e stress em doentes com dor crónica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, João Henrique Gonçalves de
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/13270
Resumo: O presente estudo tem como objetivo principal perceber em que medida é que as dimensões ansiedade, depressão, vulnerabilidade ao stress, intensidade da dor e incapacidade relacionadas com a dor, afetam os doentes com dor crónica. Para o efeito, foi utilizada uma amostra de 53 doentes que frequentam a Consulta de Psicologia Clínica – Dor Crónica da Unidade de Dor Crónica do Pólo Hospital Geral do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), com idades compreendidas entre os 25 e os 86 anos. Os instrumentos utilizados foram a Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar (HADS), o Questionário de Vulnerabilidade ao Stress (23QVS), o Índice de Incapacidade Relacionada com a Dor (PDI) e a Escala Visual Analógica (EVA). Os resultados mostraram que 71.7% dos pacientes com dor crónica sofrem de perturbações de ansiedade e 39.6% de perturbações do humor e que quando comparados com a população normal, apresentam níveis de ansiedade e de depressão bastante superiores, não tendo sido encontradas diferenças estatisticamente significativas entre géneros para ambas as dimensões. Verificou-se também que 77.4% da amostra é vulnerável ao stress e que os grupos de atividades nos quais os doentes mais referem que a dor interfere e incapacita são a ocupação e a atividade sexual. De salientar também que a intensidade da dor na amostra varia de ligeira a moderada de forma habitual e de moderada a grave em crise, sendo mais intensa nas mulheres do que nos homens. Destaca-se ainda o facto de os doentes com dor mista (ex. lombalgia) terem níveis mais elevados de ansiedade do que os restantes e o facto de os doentes com menos habilitações serem mais vulneráveis ao stress. Importa também referir que se verificou que os doentes que manifestam maior incapacidade relacionada com a dor e os que avaliam a dor como mais intensa têm valores mais elevados de depressão. De salientar ainda que se constatou que quanto maiores os níveis de ansiedade, maiores os de depressão e que quanto maiores os níveis de ansiedade e de depressão maiores também os de vulnerabilidade ao stress. Do mesmo modo, verificou-se ainda que quando os níveis de ansiedade aumentam, aumentam também os níveis de perfecionismo e intolerância à frustração e de deprivação de afeto e rejeição e ainda quanto mais elevados são os níveis de depressão, mais elevados os níveis de perfeccionismo e intolerância à frustração e de inibição e dependência funcional. Sendo evidentes as relações existentes entre as diferentes componentes relacionadas com a dor crónica, são ainda referidas algumas implicações do presente estudo, para uma maior compreensão da dor crónica de forma a contribuir para uma melhor qualidade de vida e bem-estar do doente, quer ao nível da avaliação como do acompanhamento a longo prazo.
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Os resultados mostraram que 71.7% dos pacientes com dor crónica sofrem de perturbações de ansiedade e 39.6% de perturbações do humor e que quando comparados com a população normal, apresentam níveis de ansiedade e de depressão bastante superiores, não tendo sido encontradas diferenças estatisticamente significativas entre géneros para ambas as dimensões. Verificou-se também que 77.4% da amostra é vulnerável ao stress e que os grupos de atividades nos quais os doentes mais referem que a dor interfere e incapacita são a ocupação e a atividade sexual. De salientar também que a intensidade da dor na amostra varia de ligeira a moderada de forma habitual e de moderada a grave em crise, sendo mais intensa nas mulheres do que nos homens. Destaca-se ainda o facto de os doentes com dor mista (ex. lombalgia) terem níveis mais elevados de ansiedade do que os restantes e o facto de os doentes com menos habilitações serem mais vulneráveis ao stress. Importa também referir que se verificou que os doentes que manifestam maior incapacidade relacionada com a dor e os que avaliam a dor como mais intensa têm valores mais elevados de depressão. De salientar ainda que se constatou que quanto maiores os níveis de ansiedade, maiores os de depressão e que quanto maiores os níveis de ansiedade e de depressão maiores também os de vulnerabilidade ao stress. Do mesmo modo, verificou-se ainda que quando os níveis de ansiedade aumentam, aumentam também os níveis de perfecionismo e intolerância à frustração e de deprivação de afeto e rejeição e ainda quanto mais elevados são os níveis de depressão, mais elevados os níveis de perfeccionismo e intolerância à frustração e de inibição e dependência funcional. Sendo evidentes as relações existentes entre as diferentes componentes relacionadas com a dor crónica, são ainda referidas algumas implicações do presente estudo, para uma maior compreensão da dor crónica de forma a contribuir para uma melhor qualidade de vida e bem-estar do doente, quer ao nível da avaliação como do acompanhamento a longo prazo.The present study aims to understand the extent to which the dimensions anxiety, depression, vulnerability to stress, intensity and pain-related disability, affects patients with chronic pain. For this purpose, a sample of 53 patients who attended the Clinical Psychology appointment on Chronic Pain of the Chronic Pain Unit at Coimbra Hospital and University Centre CHUC, aged 25 to 86 years, was used. The instruments used were the Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), Vulnerability to Stress Scale (23QVS), Pain Disability Index (PDI) and the Visual Analogue Scale (VAS). The results showed that 71.7% of patients with chronic pain suffer from anxiety disorders and 39.6% of mood disorders and when compared with the normal population, they present levels of anxiety and depression well above, besides that no statistically significant differences were found between gender for both dimensions. It was also found that 77.4% of the sample is vulnerable to stress, and that the groups of activities in which patients reported that pain most disables and interferes is the occupation and sexual activity, assessed by PDI. It’s important to enhance that the pain intensity in the sample varies from mild to moderate in the daily basis and from moderate to severe in crises, with a higher intensity in women than in men. Also noteworthy was the fact that patients with mixed pain (eg. back pain) have higher levels of anxiety than other groups and the fact that patients with less education are more vulnerable to stress. Also, patients who identify greater disability-related pain and those who assessing pain as more intense, have higher levels of depression. It was also found that the higher levels of anxiety are, the higher levels of depression, and that the higher the levels of anxiety and depression, also the higher is vulnerability to stress. The same way, it was also found that when anxiety levels increase, so do levels of perfectionism and intolerance to frustration and levels of deprivation of affection and rejection and, even more, as the levels of depression increase, so does the levels of perfectionism and intolerance to frustration and inhibition and functional dependence. Since its clear that the relations between the different components here related to chronic pain, are still referred some implications for a better understanding of chronic pain in order to contribute to enhance life quality and well-being of the patients, whether regarding assessment as well as for long-term monitoring.Universidade de Aveiro2015-01-23T16:14:22Z2014-01-01T00:00:00Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/13270TID:201579758porAlmeida, João Henrique Gonçalves deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:24:05Zoai:ria.ua.pt:10773/13270Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:49:08.933157Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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