Efeito da aplicação de cálcio e de bioestimulante à base de algas na produtividade e qualidade de cerejas da cultivar Van

• Autor(a) principal: Lopes, Carlos Manuel Rodrigues
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/11055
• topic: Análise sensorial; bioestimulantes

A cereja é um fruto de eleição e muito valorizado pelo consumidor por várias razões, entre as quais estão os seus atributos aromáticos, de textura e de cor, além de que é também uma fonte importante de compostos bioativos com potenciais efeitos benéficos na saúde. Acresce o facto, da cereja ser um dos primeiros frutos frescos a surgir no mercado (a partir de abril), em particular na região de Resende, que é conhecida por produzir as primeiras cerejas do ano em toda a Europa. A qualidade dos frutos é determinante para a viabilidade económica da exploração, estando fortemente dependente das caraterísticas edafo-climáticas do local onde é instalado o pomar de cerejeiras, bem como da tecnologia de cultivo utilizada. Desta forma, a presente dissertação teve como objetivo principal avaliar o efeito da aplicação de cálcio e de um bioestimulante à base de algas (Ascophyllum nodosum) na produção e qualidade de cerejas da cultivar Van. Para tal, foi instalado um ensaio experimental num pomar de cerejeiras da cultivar Van enxertadas em porta-enxerto Prunus avium, localizado na freguesia de Paus, concelho de Resende, distrito de Viseu. Esse ensaio teve por objeto cinco diferentes tratamentos, nomeadamente, o bioestimulante FORALG BMo em concentração baixa (75 mL.hL-1 ) e alta (150 mL.hL-1 ), o produto comercial de cálcio Kiplant Ca em concentração baixa (150 mL.hL-1 ) e alta (300 mL.hL-1 ) e ainda um controlo positivo com as concentrações máximas de ambos os produtos. Foram posteriormente avaliados diversos parâmetros: produção, biometria (peso e dimensões), análises de rotina (cor, textura, índice refratométrico, pH e acidez titulável), teor em macro e micronutrientes, açúcares totais, compostos fenólicos totais, flavonoides, orto-difenóis, perfil fenólico, atividade antioxidante e análise sensorial das cerejas à colheita. A produção foi superior nas cerejeiras tratadas com bioestimulante dose alta. No entanto, o valor percentual de cereja refugo mais baixo registou-se nas cerejeiras tratadas com cálcio dose baixa. De destacar que, de forma geral, os tratamentos realizados não afetaram significativamente os parâmetros biométricos. Relativamente aos parâmetros de textura, as cerejas mais firmes eram as do tratamento com cálcio dose alta. Foi também neste tratamento que as cerejas registaram maior atividade antioxidante. Houve um efeito positivo no teor em sólidos solúveis totais nas cerejas após tratamento com bioestimulante dose baixa. A aplicação de cálcio promoveu um aumento dos teores de fósforo, potássio e cálcio na película. O teor em compostos fenólicos individuais foi superior em cerejas tratadas com bioestimulante. Quanto à análise sensorial, os tratamentos não alteraram significativamente as propriedades sensoriais das cerejas. Em suma, a aplicação de cálcio e de bioestimulantes poderá ser usada como uma estratégia para obtenção de frutos de maior qualidade.