A realidade virtual no controlo da dor relacionada com a realização do penso da queimadura em crianças :
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/43766 |
Resumo: | As queimaduras são a quinta lesão não fatal na infância, atingindo mundialmente 11 milhões de pessoas que requerem cuidados de saúde. Devido à sua natureza destas feridas sépticas e à sua gravidade, o seu tratamento é de extrema importância, no cuidado à criança, pois envolve procedimentos muito dolorosos. Para a recuperação das queimaduras, é necessária uma mudança de penso regular para evitar o seu agravamento, promover conforto e a cura. O enfermeiro deve prestar uma atenção particular sobre a criança para gerir eficazmente a sua dor. O alívio da dor é uma necessidade humana básica e se esta é previsível, deve ser prevenida com intervenções farmacológicas, utilizando fármacos analgésicos, nomeadamente opioides, mas também com estratégias não farmacológicas. O processo de distração passiva é uma técnica, utilizada pelos profissionais de saúde, contudo, nem sempre é o suficiente para atenuar eficazmente a dor. A realidade virtual é uma técnica inovadora de distração cognitiva que apresenta um grande potencial no controlo e redução da dor, procurando reduzir a atenção disponível da criança para processar os estímulos da dor, direcionando-a para uma experiência mais agradável através do mundo virtual. A intensidade da dor envolvida tem feito com que, em contexto clínico, esta técnica seja muito utilizada no tratamento da queimadura. Apesar de ter sido estudado em populações adultas, a investigação desta técnica no contexto pediátrico é escassa. O presente estudo apresenta uma revisão sistemática da literatura, com meta análise, que tem como objetivo avaliar a efetividade da realidade virtual no controlo da dor relacionada com a realização do penso da queimadura em crianças. Previamente ao desenvolvimento deste estudo, foi elaborado e registado o seu protocolo no PROSPERO, com número de registo CRD42021231416. Na pesquisa de estudos publicados foram usadas 12 bases de dados eletrónicas. A pesquisa foi efetuada em outubro de 2020 e em abril de 2021. Os estudos selecionados relatam o efeito do uso da realidade virtual como estratégia no controlo da dor relacionada com a mudança do penso da queimadura em pacientes pediátricos, dos 3 aos 19 anos, em contexto hospitalar. Para a revisão sistemática da literatura, foram considerados estudos, nos quais a população abrangia adultos e crianças. Foram selecionados estudos com ensaios clínicos controlados com amostra aleatória, redigidos na língua inglesa e portuguesa, publicados entre janeiro de 2005 até abril de 2021. Dos estudos selecionados, foram incluídos na revisão sistemática 11 estudos (7 estudos crossover e 4 estudos paralelos), abrangendo um total de 299 participantes. Para a meta análise foram utilizados 7 destes estudos, tendo estes como população exclusivamente crianças, abrangendo um total de 218 participantes. Para avaliar a dimensão do efeito do uso da RV, considerámos a intensidade da dor relatada nos estudos selecionados como uma variável contínua. A diferença de médias estandardizadas foi utilizada para medir a dimensão do efeito, usando um modelo de efeitos fixos. O resultado é um efeito importante (ES. 0.93) no que diz respeito à redução da dor, com um intervalo de confiança de 0.68- 1.18 e um valor de p<0.00001. Durante o processo de elaboração deste trabalho, foram seguidas as recomendações e orientações em relação à prática da evidência clínica, principalmente o Handbook da Cochrane. Deste modo, foram seguidas as diretrizes do PRISMA para a seleção dos estudos, o software RevManager para os cálculos estatísticos e para a estimativa da heterogeneidade, o ROB2 para a avaliação do risco de viés, a escala PEDRo para a qualidade metodológica dos estudos e o gráfico de funil para o viés de publicação. Apos esta investigação e tendo como base a análise e avaliação dos estudos selecionados, podemos concluir que a RV pode ser considerada uma estratégia não farmacológica, eficaz para a redução da dor na mudança do penso da queimadura e em outros procedimentos dolorosos, tanto na população pediátrica como na adulta. A RV é assim, uma estratégia importante a ser integrada na atual prática de cuidados. Em relação ao futuro da investigação clínica nesta área, em função do tipo de intervenção de cuidados, os estudos deverão centrar-se sobre qual é o melhor dispositivo de RV, tendo em conta a evolução tecnológico, e recomendar seu melhor uso e a dosagem que se deverá aplicar. |
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O processo de distração passiva é uma técnica, utilizada pelos profissionais de saúde, contudo, nem sempre é o suficiente para atenuar eficazmente a dor. A realidade virtual é uma técnica inovadora de distração cognitiva que apresenta um grande potencial no controlo e redução da dor, procurando reduzir a atenção disponível da criança para processar os estímulos da dor, direcionando-a para uma experiência mais agradável através do mundo virtual. A intensidade da dor envolvida tem feito com que, em contexto clínico, esta técnica seja muito utilizada no tratamento da queimadura. Apesar de ter sido estudado em populações adultas, a investigação desta técnica no contexto pediátrico é escassa. O presente estudo apresenta uma revisão sistemática da literatura, com meta análise, que tem como objetivo avaliar a efetividade da realidade virtual no controlo da dor relacionada com a realização do penso da queimadura em crianças. Previamente ao desenvolvimento deste estudo, foi elaborado e registado o seu protocolo no PROSPERO, com número de registo CRD42021231416. Na pesquisa de estudos publicados foram usadas 12 bases de dados eletrónicas. A pesquisa foi efetuada em outubro de 2020 e em abril de 2021. Os estudos selecionados relatam o efeito do uso da realidade virtual como estratégia no controlo da dor relacionada com a mudança do penso da queimadura em pacientes pediátricos, dos 3 aos 19 anos, em contexto hospitalar. Para a revisão sistemática da literatura, foram considerados estudos, nos quais a população abrangia adultos e crianças. Foram selecionados estudos com ensaios clínicos controlados com amostra aleatória, redigidos na língua inglesa e portuguesa, publicados entre janeiro de 2005 até abril de 2021. Dos estudos selecionados, foram incluídos na revisão sistemática 11 estudos (7 estudos crossover e 4 estudos paralelos), abrangendo um total de 299 participantes. Para a meta análise foram utilizados 7 destes estudos, tendo estes como população exclusivamente crianças, abrangendo um total de 218 participantes. Para avaliar a dimensão do efeito do uso da RV, considerámos a intensidade da dor relatada nos estudos selecionados como uma variável contínua. A diferença de médias estandardizadas foi utilizada para medir a dimensão do efeito, usando um modelo de efeitos fixos. O resultado é um efeito importante (ES. 0.93) no que diz respeito à redução da dor, com um intervalo de confiança de 0.68- 1.18 e um valor de p<0.00001. Durante o processo de elaboração deste trabalho, foram seguidas as recomendações e orientações em relação à prática da evidência clínica, principalmente o Handbook da Cochrane. Deste modo, foram seguidas as diretrizes do PRISMA para a seleção dos estudos, o software RevManager para os cálculos estatísticos e para a estimativa da heterogeneidade, o ROB2 para a avaliação do risco de viés, a escala PEDRo para a qualidade metodológica dos estudos e o gráfico de funil para o viés de publicação. Apos esta investigação e tendo como base a análise e avaliação dos estudos selecionados, podemos concluir que a RV pode ser considerada uma estratégia não farmacológica, eficaz para a redução da dor na mudança do penso da queimadura e em outros procedimentos dolorosos, tanto na população pediátrica como na adulta. A RV é assim, uma estratégia importante a ser integrada na atual prática de cuidados. Em relação ao futuro da investigação clínica nesta área, em função do tipo de intervenção de cuidados, os estudos deverão centrar-se sobre qual é o melhor dispositivo de RV, tendo em conta a evolução tecnológico, e recomendar seu melhor uso e a dosagem que se deverá aplicar.Curado, Maria Alice dos SantosRepositório ComumVermelho, Maria Marin2023-02-09T14:38:29Z20212021-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/43766TID:203094328porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-02-16T07:15:26Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/43766Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:46:39.837249Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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